A dependência química é uma condição em que a pessoa se torna fisicamente e mentalmente dependente de substâncias como álcool ou outras drogas. Além de afetar a saúde, também prejudica muito a vida social e emocional, tanto do usuário quanto da família.
Entender suas causas é o primeiro passo para enfrentar esse desafio. Por esse motivo, neste post, vamos explorar os motivos da dependência e os tratamentos mais eficazes. Continue lendo para descobrir como superar essa condição e retomar o controle da sua vida.
O que é a dependência química?
Reconhecida como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência química consiste nas consequências físicas e mentais resultantes do abuso de substâncias nocivas ao organismo. Elas podem ser tanto lícitas, como o álcool e a nicotina, quanto ilícitas, como a maconha, a cocaína e o crack.
É importante destacar que não se trata de uma escolha, mas sim de uma doença complexa e com causas diversas. Além disso, a dependência também é considerada um tipo de transtorno mental, pois o uso excessivo e descontrolado de drogas altera a percepção do dependente químico, que muitas vezes não tem consciência da sua situação.
Qual o panorama da dependência química no Brasil?
No Brasil, um levantamento da Fiocruz em parceria com outras instituições revelou dados alarmantes. Cerca de 3,2% dos brasileiros usaram drogas ilícitas no ano anterior à pesquisa, totalizando aproximadamente 4,9 milhões de pessoas. Entre os jovens de 18 a 24 anos, esse percentual é ainda maior, chegando a 7,4%.
A maconha foi a droga ilícita mais consumida, seguida pela cocaína. Além das drogas ilícitas, o consumo de álcool também é preocupante: 30,1% da população relatou ter bebido nos 30 dias anteriores à pesquisa, e cerca de 2,3 milhões de pessoas mostraram sinais de dependência alcoólica.
Esses números destacam a necessidade urgente de entender e tratar a dependência química, uma condição que afeta profundamente a saúde e a vida social dos indivíduos.
Quais são as causas da dependência química?
As causas da dependência química são multifacetadas e variam de pessoa para pessoa. Os fatores biológicos têm um papel importante, pois a genética pode influenciar na predisposição de um indivíduo à dependência, já que certos genes afetam como o corpo e o cérebro respondem às substâncias.
Problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, também podem levar ao uso de drogas como forma de automedicação.
O ambiente em que a pessoa vive também é um fator significativo. Crescer em um ambiente onde o uso de substâncias é comum ou onde há pouco apoio emocional pode aumentar o risco de dependência. Outra causa é a pressão social, especialmente entre os jovens e em eventos em que há o uso de substâncias ilícitas.
Experiências traumáticas, como abuso ou negligência durante a infância, também são causas frequentes, visto que essas experiências podem levar a pessoa a buscar alívio em substâncias nocivas.
Ainda, há o fato de que o acesso fácil a drogas e álcool e a experimentação precoce são fatores que contribuem significativamente para o desenvolvimento da dependência química.
Quais são os principais sintomas da dependência química?
Nem sempre é fácil identificar os sintomas, pois a dependência química ocorre de forma progressiva. Ou seja, os sinais podem começar sutis, tornando-se mais evidentes com o tempo, o que dificulta o reconhecimento precoce do problema.
No entanto, existem alguns sintomas-chave que podem indicar o desenvolvimento da dependência química. Os principais são:
- fissura ou craving;
- dificuldade em controlar o uso;
- síndrome de abstinência;
- tolerância aumentada para a droga;
- mudanças de comportamento.
A seguir, vamos detalhar alguns desses sinais para ajudar a identificar a condição. Acompanhe.
Fissura ou craving
A fissura, também conhecida como craving, é uma necessidade intensa e urgente de consumir a substância da qual a pessoa é dependente. Esse desejo pode surgir de repente e ser desencadeado por gatilhos, como situações, lugares ou emoções que a pessoa associa ao uso da droga.
Vale lembrar que a fissura é muitas vezes acompanhada por pensamentos obsessivos sobre a substância e uma sensação de incapacidade de resistir ao impulso de usá-la.
Dificuldade em controlar o uso
A pessoa começa a consumir a substância em quantidades maiores ou por períodos mais longos do que o planejado inicialmente. Tentativas de reduzir ou parar o uso geralmente falham, gerando frustração e sentimento de impotência.
Esse sintoma pode ser observado quando o indivíduo gasta muito tempo e esforço obtendo, usando e se recuperando dos efeitos da droga, indicando uma perda de controle sobre o consumo.
Síndrome de abstinência
A síndrome de abstinência ocorre quando a pessoa, dependente de uma substância, reduz ou interrompe o uso. Os sintomas podem variar dependendo da droga, mas geralmente incluem ansiedade, irritabilidade, náuseas, tremores, sudorese e, em casos graves, convulsões.
Esses sinais físicos e psicológicos são uma resposta do corpo à ausência da substância à qual ele se acostumou. A abstinência torna-se um ciclo difícil de quebrar, pois o medo e o desconforto desses sintomas levam a pessoa a usar a droga novamente para ter alívio imediato.
Tolerância aumentada
A tolerância aumentada acontece quando a pessoa precisa de doses cada vez maiores da substância para experimentar as mesmas sensações que sentia inicialmente com doses menores. Isso ocorre porque o corpo se adapta à presença da droga, diminuindo sua sensibilidade aos seus efeitos.
Como resultado, a pessoa continua aumentando a quantidade consumida, o que pode levar a um uso perigoso e potencialmente letal.
Mudanças de comportamento
Mudanças de comportamento são sinais claros da dependência química. A pessoa pode começar a negligenciar responsabilidades no trabalho, escola ou em casa, priorizando o uso da substância.
Alterações no humor, isolamento social e abandono de hobbies e interesses também são comuns. Esses comportamentos refletem a crescente influência da substância na vida da pessoa, indicando que o uso está afetando negativamente diversos aspectos de seu cotidiano e relacionamentos.
Outros sintomas
A produtividade no trabalho ou nos estudos geralmente cai drasticamente, resultando em desempenho insatisfatório e até demissões ou reprovações. Isso, por sua vez, pode desencadear problemas financeiros graves, levando a dívidas e dificuldades para manter as necessidades básicas.
A dependência também costuma causar brigas com familiares e amigos, devido ao comportamento errático e às mentiras para encobrir o uso. Em casos extremos, a pessoa pode inclusive recorrer a crimes e furtos para comprar mais drogas, aumentando os riscos e as consequências negativas.
Quais são os tratamentos mais indicados para a dependência química?
A dependência química pode ser tratada, mas por ser uma doença crônica, o acompanhamento constante é essencial, especialmente nos primeiros anos de tratamento. Não existe uma abordagem única para tratar a dependência, pois o método varia conforme o quadro clínico de cada paciente.
Em geral, inicia-se pela redução de danos, uma estratégia usada quando a pessoa não aceita ajuda imediatamente. Nesse estágio, profissionais de saúde trabalham para minimizar os males causados pela substância, enquanto continuam a oferecer suporte e orientação.
Consultas com psicólogos e psiquiatras são fundamentais para entender a motivação do paciente e explicar os benefícios de interromper o uso de substâncias. Essas sessões ajudam a preparar o indivíduo para o tratamento e a fortalecer seu compromisso com a recuperação.
Equipes multidisciplinares especializadas são imprescindíveis para acolher e tratar esses pacientes de maneira eficaz. Elas garantem que o tratamento seja adaptado às necessidades específicas de cada um, aumentando as chances de sucesso na recuperação.
A seguir, saiba mais sobre os tratamentos mais indicados.
Tratamento terapêutico
Envolve sessões regulares com psicólogos e psiquiatras, que ajudam o paciente a entender as causas emocionais e psicológicas da dependência. Terapias como a cognitivo-comportamental são frequentemente usadas para modificar padrões de pensamento e comportamento que levam ao uso de substâncias.
Além disso, o apoio em grupo proporciona um ambiente seguro onde os pacientes podem compartilhar experiências e receber suporte mútuo.
Desintoxicação
O tratamento que exige mais cuidado é a fase de desintoxicação, que se refere à remoção das substâncias tóxicas do organismo, permitindo que o corpo comece a se recuperar dos efeitos do uso prolongado de drogas ou álcool.
Esse procedimento é realizado sob supervisão médica, para garantir a segurança do paciente. Afinal, os sintomas de abstinência podem ser severos e, em alguns casos, perigosos.
Médicos e profissionais de saúde monitoram e tratam esses sintomas, proporcionando um ambiente seguro e controlado para a recuperação física inicial, preparando o paciente para as próximas etapas do tratamento.
Dinâmicas em grupo
Essa é uma etapa de extrema importância do tratamento para dependência química, oferecendo um espaço seguro para compartilhar experiências e aprender com outros que enfrentam desafios semelhantes.
Esses encontros proporcionam apoio emocional, incentivam a empatia e ajudam a construir uma rede de suporte. Durante as sessões, os participantes discutem suas lutas e sucessos, desenvolvem habilidades de enfrentamento e recebem feedback construtivo.
Terapia ocupacional
A terapia ocupacional é uma abordagem valiosa no tratamento da dependência química, pois foca em ajudar os pacientes a desenvolver habilidades práticas para a vida cotidiana. Esse tipo de terapia envolve atividades que promovem a reintegração social, melhoram a autoestima e ensinam a lidar com o estresse de maneira saudável.
Os terapeutas ocupacionais trabalham com os pacientes para estabelecer rotinas, definir objetivos pessoais e profissionais e encontrar hobbies e interesses que substituam o tempo e a energia anteriormente dedicados ao uso de substâncias.
Atividades físicas
O exercício regular ajuda a liberar endorfinas, que melhoram o humor e reduzem os sintomas de depressão e ansiedade. Além disso, praticar esportes ou atividades físicas estruturadas pode proporcionar uma rotina saudável, distraindo os pacientes dos desejos e pensamentos relacionados ao uso de substâncias.
Como é o tratamento de dependência química do Hospital Santa Mônica?
O Hospital Santa Mônica, referência em saúde mental infantojuvenil (a partir dos 8 anos) e adulto, oferece tratamento especializado para dependência química.
Ele conta com uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatras, clínicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas e outros especialistas, oferecendo cuidados completos para pacientes internados e ambulatoriais. A estrutura inclui 270 leitos, áreas de lazer, como academia e piscina, e espaços dedicados ao bem-estar e reinserção social dos pacientes.
O tratamento na clínica começa com uma avaliação detalhada para entender as necessidades individuais do paciente. Utilizando abordagens como desintoxicação supervisionada, terapias individuais e em grupo e atividades ocupacionais, o hospital proporciona um ambiente seguro e acolhedor.
O objetivo é promover a recuperação física e mental, ajudando os indivíduos a desenvolver habilidades para uma vida saudável e livre das drogas. Além disso, há suporte contínuo para a família, orientando sobre como lidar com a situação e apoiar o paciente durante todo o processo.
Transformar a vida de quem enfrenta a dependência química é possível com tratamento adequado e apoio contínuo. Entender a gravidade dessa condição e buscar ajuda profissional são os primeiros passos essenciais para a recuperação. No Hospital Santa Mônica, oferecemos uma abordagem completa e humanizada, combinando tratamentos terapêuticos, desintoxicação, dinâmicas em grupo e mais em um ambiente seguro e acolhedor.
Pronto para dar o próximo passo rumo a uma vida melhor? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica e descubra como podemos ajudar você ou seu familiar a superar a dependência química e construir uma nova história!