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Síndrome de Borderline tem cura? Entenda!

O estilo de vida contemporâneo influencia nas relações e molda comportamentos e ações, abalando as emoções das pessoas. Dada a complexidade dessa situação, saber se o Transtorno de Personalidade Borderline — também conhecido como Síndrome de Borderline — tem cura ajuda a reduzir os sintomas desse tipo de transtorno da personalidade e a minimizar os impactos das mudanças comportamentais características da vida moderna.

Nessa perspectiva, o Dra. Luciana Mancini Bari, coordenadora médica Hospital Santa Mônica, apresenta o que é o Transtorno de Personalidade Borderline, quais são as suas principais características e como evitar que os efeitos desse distúrbio prejudiquem a qualidade de vida do paciente. Veja, ainda, como o apoio profissional é importante para aprender a lidar com as emoções e a controlar os impulsos típicos dessa síndrome.

O que é Transtorno de Personalidade Borderline?

Antes de focarmos especificamente no transtorno do tipo Borderline, é importante compreendermos o que são os transtornos de personalidade.

É comum que, ao longo da vida, modifiquemos nossos comportamentos conforme a situação: quando estamos em família, somos mais relaxados, mas precisamos ter pulso firme durante uma negociação financeira, por exemplo.

Essa capacidade de mudança de comportamento conforme o cenário é normal e importante para cumprirmos uma gama maior de desafios. Algumas pessoas têm dificuldades em realizar essa troca, mantendo comportamentos similares em diferentes cenários. É essa a principal característica de um transtorno de personalidade.

Temos vários tipos de transtorno de personalidade: narcisista, histriônica, dependente ou antissocial são algumas delas. A Síndrome de Borderline entra como um tipo de personalidade, caracterizada principalmente pela instabilidade excessiva e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais.

Pessoas com esse transtorno, portanto, costumam ser altamente sensíveis em relação às outras pessoas e podem mudar de humor abruptamente. Isso leva a um maior risco de automutilação e ideação suicida, por exemplo — visto que relações saudáveis são fatores de proteção para essas complicações.

Além disso, pacientes com o Transtorno de Personalidade Borderline buscam remediar a disfunção nas relações interpessoais em outros comportamentos de risco. Um deles é a autossabotagem e drogas, que mascaram o problema com uma falsa sensação de bem-estar.

Diferenças entre transtorno de personalidade e transtorno de humor

O diagnóstico do Transtorno de Personalidade Borderline não é fácil, visto que ele pode se confundir com várias outras doenças psiquiátricas. A principal confusão é com os transtornos de humor, visto que, como falamos, as pessoas Borderline podem “ir de 0 a 100” em poucos minutos.

Os transtornos de humor mais comumente confundidos com o Transtorno de Personalidade Borderline são a depressão e o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). A depressão se confunde pelos altos índices de suicídio, mas, diferentemente do Borderline, ela não é marcada por períodos de bom humor, euforia ou pensamentos grandiosos — lembre-se que o Borderline é mais instável, podendo, também, ter esses momentos.

A pessoa diagnosticada com Transtorno Afetivo Bipolar também tem instabilidade de humor, mas ela é mais duradoura do que no Borderline: episódios de mania ou hipomania, presentes no TAB, demoram dias, enquanto no Borderline costumam ser mais fugazes.

A principal diferença entre os dois, no entanto, está na característica mais marcante dos transtornos de personalidade: a incapacidade de modificar o comportamento conforme a situação. Quem tem a Síndrome de Borderline costuma enfrentar o problema pelo resto da vida, mantendo os mesmos padrões em diferentes contextos.

Embora o Transtorno de Personalidade Borderline seja considerado crônico, ele pode ser controlado e tratado. Falaremos mais sobre essas possibilidades adiante, após conhecermos mais a fundo os sintomas principais da doença.

Quais são as características do Transtorno de Personalidade Borderline?

Ainda que as características possam variar bastante em função do nível de comprometimento mental da pessoa, há algumas similaridades nos portadores desse distúrbio. Vejam as mais comuns:

  • queixas recorrentes de sensação de vazio e solidão;
  • dificuldade intensa para controlar situações de raiva;
  • falas ou comportamentos suicidas recorrentes;
  • humor intenso, mas que varia bastante durante horas ou dias;
  • tendência para comportamentos autodestrutivos, como a autolesão;
  • esforços muito evidentes para evitar situações de abandono real ou mesmo imaginário;
  • sintomas claros de percepção de falta de apoio, queixas de exclusão do grupo ou de sentimentos de rejeição familiar;
  • relações intensas, mas muito instáveis, com amigo e familiares;
  • idealização de um par ideal — quando se frustram, desapaixonam de modo raivoso e fulminante;
  • tendência à distorção da autoimagem, à instabilidade de humor e à baixa autoestima;
  • comportamentos impulsivos e, às vezes, exposição a práticas perigosas, como manter relação sexual desprotegida;
  • ostentação com gastos compulsivos, mesmo sem ter condição financeira estável;
  • situações comuns podem ser interpretadas como rejeições, o que se tornam razões para conflitos ou tempestades emocionais.

Quais são as possíveis causas do Transtorno de Personalidade Borderline?

Também conhecido por Transtorno de Personalidade Limítrofe, ele pode ser causado por múltiplos fatores — ou melhor, pela combinação de alguns deles, já que ainda não existe uma definição exata sobre o fator causal desse distúrbio.

A hipótese defendida pela ciência é que influências genéticas e heranças familiares, quando associadas aos traumas de infância e aos fatores culturais e ambientais, podem aumentar consideravelmente as chances de desencadear a Síndrome de Borderline.

Herança genética

O Transtorno de Personalidade Borderline tem um “componente genético”. Isso significa que quem tem parentes próximos, como pais ou irmãos com Borderline, tem mais risco de desenvolver esse problema. Além disso, o transtorno é mais comum em pessoas com histórico de traumas infantis, principalmente oriundos de lares conflituosos e com pais separados.

Violência doméstica

Igualmente importantes são os traumas causados por violência doméstica, abandono, maus tratos ou decorrentes de abusos sexuais na infância. A exposição continuada a essas condições pode levar a mudanças estruturais no comportamento, tendo como uma possível hipótese o descontrole na liberação das substâncias que regulam as emoções.

Uma mescla desses fatores contribui para o pilar central da Síndrome de Borderline: a disfunção dos relacionamentos interpessoais e a instabilidade emocional. Perceba que tanto a herança genética (que nos molda desde quando nascemos) quanto a violência doméstica estão relacionados a esses problemas.

É preciso buscar medidas que objetivem o controle das questões apontadas como causas desse distúrbio. A atenção e o cuidado com a saúde mental da criança são fundamentais para evitar complicações comportamentais no futuro, por exemplo.

Transtorno de Personalidade Borderline tem cura?

Saber se o Transtorno de Personalidade Borderline tem cura pode ajudar bastante a reduzir os impactos negativos desse distúrbio na qualidade de vida de quem tem a doença. O primeiro ponto importante é compreender quais são as consequências desse transtorno e, no momento oportuno, buscar formas de controle.

Ainda que a medicina não tenha evidências de que esse distúrbio possa ser curado, um processo de intervenção especializado pode amenizar os sintomas e ajudar na reabilitação do equilíbrio emocional dos pacientes. Independentemente do grau de comprometimento, é necessário submeter o indivíduo ao tratamento para evitar a evolução para complicações mais graves.

Dados de pesquisas mais recentes mostram que, quando o paciente consegue se engajar em um plano de tratamento adequado, é possível minimizar sintomas, retomar a sua funcionalidade e recuperar a qualidade de vida. O tempo de tratamento para alcançar esses resultados é de cerca de 2 anos.

Quando não é tratado corretamente, o Transtorno de Personalidade Borderline pode desencadear surtos psicóticos ou acentuar o risco de suicídio. O descontrole emocional pode gerar reações imprevisíveis, já que a pessoa com esse distúrbio tem fortes tendências a interpretações equivocadas em diversas situações. Ainda que a doença não tenha cura definitiva, o controle dos sintomas é essencial para o bem-estar do paciente.

Como identificar o Transtorno de Personalidade Borderline?

Conhecer os sinais do transtorno ajuda na escolha da conduta e no direcionamento mais adequados para apoiar quem enfrenta esse problema.

Tendo isso em vista, listamos os sintomas mais comuns e que podem ajudar os familiares e amigos na identificação desse transtorno em pessoas próximas:

  • irritabilidade;
  • impulsividade;
  • agressividade;
  • automutilação;
  • abuso de drogas;
  • isolamento social;
  • sentimentos intensos;
  • distúrbios alimentares;
  • angústia de abandono;
  • instabilidade emocional;
  • comportamentos suicidas;
  • relacionamentos instáveis;
  • desregulação afetiva excessiva;
  • transtornos de depressão e ansiedade.

Conhecendo padrões de comportamento

Como mencionamos no início do texto, as características mais marcantes do Transtorno de Personalidade Borderline são a instabilidade e a hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais. Além disso, mencionamos como isso o diferencia dos transtornos de humor — afinal, eles estão presentes em qualquer situação.

Os sintomas que citamos acima estão presentes no transtorno, mas são considerados uma consequência, e não uma causa. Para realmente identificar o Transtorno de Personalidade Borderline, é preciso ir mais a fundo na investigação.

Uma boa maneira de começar é observando os padrões de comportamento da pessoa diante das relações interpessoais. Lembre-se que é a instabilidade que leva a pessoa a desenvolver os sintomas, como a angústia de abandono e a automutilação.

Observar o histórico de relacionamentos e a maneira como o paciente lida com eles pode ser um bom ponto de partida. Se é unânime que pequenos conflitos geram reações desproporcionais, é um bom sinal de que estamos lidando com a Síndrome de Borderline.

Identificando pacientes com histórico psiquiátrico

Também já mencionamos sobre como o Borderline pode ser confundido com outros transtornos psiquiátricos — os principais deles sendo os transtornos de humor, como a depressão e o TAB.

Como são dois grupos de doenças muito distintos, o tratamento para os transtornos de humor não é tão eficaz para o Borderline. Outra maneira de aumentar nossa suspeição para o Transtorno de Personalidade Borderline é observando se as pessoas com quem convivemos já passaram por múltiplos tratamentos e consultas psiquiátricas.

Se esses tratamentos não foram eficazes e a pessoa continua tendo sintomas, pode ser um sinal de que estamos lidando com um transtorno diferente. Vale lembrar que o Borderline pode passar batido por muitos psiquiatras, requerendo expertise na área para o diagnóstico. Além disso, é importante contar com uma instituição de boa qualidade e experiente, para que seja oferecido um tratamento eficaz.

Qual é a importância do tratamento da Síndrome de Borderline?

Um estudo recente publicado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou um panorama muito preocupante em relação à saúde mental dos brasileiros. Problemas associados à ansiedade e à depressão aumentaram bastante nas últimas décadas, principalmente nas pessoas mais jovens: a prevalência de distúrbios mentais nos adolescentes no Brasil já ultrapassa 30%, afirma a pesquisa.

Nessas circunstâncias, a busca pelo tratamento para Transtorno de Personalidade Borderline é uma forma segura de minimizar os efeitos dos sinais que colocam a vida pessoal, familiar, afetiva, acadêmica e profissional em risco. É importante priorizar o controle de desajustes emocionais associados à doença, principalmente aqueles ligados à depressão, à ansiedade e ao consumo abusivo de drogas e álcool.

O tratamento medicamentoso objetiva a atenuação das oscilações de humor e o tratamento das comorbidades subjacentes. A psicoterapia é de fundamental importância, bem como atividades terapêuticas ocupacionais e físicas. Um transtorno de fatores desencadeadores de múltiplas causas possíveis deve ser avaliado, diagnosticado, conduzido e tratado por uma equipe de profissionais especializados no âmbito multidisciplinar da saúde.

Importância de contar com a expertise médica do Hospital Santa Mônica

A escolha da instituição é essencial para o alcance de bons resultados. Vale ressaltar que, mesmo durante o isolamento social, o hospital Santa Mônica está adequadamente preparado para prestar um atendimento qualificado, eficiente e de acordo com os protocolos de combate à pandemia de Covid-19.

Tão importante quanto entender se o Transtorno de Personalidade Borderline tem cura é buscar ajuda profissional em uma instituição com propostas diferenciadas de promoção da saúde mental. Mediante a importância do controle dos sintomas desse transtorno, o ideal é conhecer um pouco mais sobre o tratamento oferecido pelo Hospital Santa Mônica.

Localizado próximo à capital paulista, o Hospital Santa Mônica conta com quase 50 anos de experiência no tratamento de transtornos psiquiátricos — incluindo o Transtorno de Personalidade Borderline. Além de profissionais capacitados, temos uma ampla área de preservação ambiental para favorecer o ambiente ideal para o tratamento.

Cabe ressaltar que, em muitos casos (especialmente durante a descompensação), a hospitalização pode ser a melhor opção. Ela não tem o objetivo de ser uma “prisão” para o paciente, muito pelo contrário: o intuito é fornecer um ambiente seguro e controlado, em que ele possa se expressar e focar completamente no tratamento.

No Hospital Santa Mônica, contamos com diversos tipos de terapia que podem auxiliar o paciente, com a terapia cognitivo-comportamental e a terapia em grupo. Além disso, temos uma equipe multidisciplinar de tratamento composta por psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e nutricionistas.

A Síndrome de Borderline é um transtorno pouco conhecido, que pode trazer prejuízos significativos para a vida do paciente. Para combatê-lo, o ideal é reconhecer os sintomas e contar com profissionais e instituições de boa qualidade, que estão aptos e prontos para ajudar e tratar o problema da maneira mais profissional e científica possível.

Agora é com você: precisa de ajuda para amenizar os sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline? Entre em contato conosco e conheça nossas opções de tratamento.

10 comentários sobre “Síndrome de Borderline tem cura? Entenda!

  1. Minha neta tem 18 anos e provavelmente tem a síndrome e não sabemos como ajudar, ela está num estágio bem complicado, usando drogas e bebida alcoólica. Preciso de ajuda. Ela está ficando perigosa, já agrediu eu que sou avó, a mãe, tia, padrasto, namorado, briga na rua está muito difícil. Estou pedindo socorro 😕

    1. Olá Marcilei, entre em contato conosco (011) 99667-7454 (011) 99534-4287

  2. eu acho que preciso de ajuda, por favor me ajudem…

    1. Olá Iana estamos entrando em contato por email, nosso whatsapp é 11 99534-4287

  3. Olá meu nome é Solange Cristina meu filho morou na china e o casamento não deu certo a mãe entregou a filha pra ele e ele a trouxe pra morar comigo sua avó quando tinha 4.5 anos hoje com 19 foi diagnosticada com transtorno de borderline faz tratamento com profissional mais gostaria de ter algo mais pra ajudar minha neta por favor me ajudem a resgatar minha fineta

    1. Olá Solange, você já leu este nosso ebook sobre o assunto? https://bit.ly/3z983lw Entre em contato conosco (011) 99667-7454 / (011) 99534-4287

  4. Ola, Minha filha faz tratamento para boderline há 7 anos com medicamentos os quais nunca foram efetivos, ela está mais amadurecida e entende o que tem e não quer mais fazer uso de medicamentos, quer fazer somente psicoterapia. Estou preocupada, ela já retirou alguns medicamentos e tem reagido bem, mas tem sido retirado lentamente.

    1. Olá Francisca, interromper o tratamento medicamentoso sem a autorização do médico, pode piorar o quadro da sua filha. Não recomendamos isso, se ela estiver em crise, o melhor seria retornar ao psiquiatra para uma nova avaliação.

  5. Tenho uma sobrinha de 34 anos que corresponde a tudo que está escrito acima…ela está em surto…ja foi internada duas vezes e agora será de novo…vcs podem nos ajudar

    1. Olá Rute, entre em contato conosco (011) 98657-4262 / (011) 99534-4287

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