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Como lidar com a rejeição familiar? Entenda

Entender as diferentes implicações relacionadas à rejeição familiar é importante, visto que essa é a principal referência de socialização dos filhos, principalmente, na infância e adolescência. Nesse sentido, os comportamentos educativos e a postura dos pais são essenciais para o desenvolvimento emocional e do perfil comportamental dos mais novos.

Nessa perspectiva, a psicóloga do Hospital Santa Mônica Ayde Câmara, irá explicar os impactos da relação entre rejeição familiar e saúde mental. Veja como ela ocorre, como isso reflete diretamente no desenvolvimento da criança e quais são as consequências desse problema na vida futura. Conheça, ainda, as melhores alternativas para lidar com esse impasse e saiba quando é preciso buscar ajuda profissional.

Aproveite a leitura!

O que é a rejeição familiar?

Independentemente da forma em que ela se manifesta, a rejeição é considerada uma das feridas emocionais mais complicadas e que gera marcas profundas na vida da pessoa. Contudo, ela está presente em diversos âmbitos da vida em sociedade e pode estar relacionada aos aspectos: social, profissional, afetivo e familiar.

Entre todas essas vertentes, a mais difícil de lidar é a rejeição familiar. O desafio se torna muito maior devido à necessidade que o ser humano tem de estar vinculado a um grupo. Ou seja, quando a noção de pertencimento é vaga ou duvidosa, as emoções são abaladas e as relações, profundamente prejudicadas.

Logo, a família é algo que precisa estar atrelado ao indivíduo desde o nascimento, principalmente, quando a criança aprende a diferenciar emoções positivas de negativas. Na infância, perceber o desprezo dos pais pode levar a um enorme sentimento de insegurança, o que compromete a forma de encarar a vida e a maneira de se comportar no futuro.

Crianças rejeitadas pelos pais ou pelos familiares próximos crescem com uma lacuna emocional muito grande, o que faz com que elas se sintam constantemente diminuídas e abandonadas. Quando essa carência emocional não é preenchida com amor, carinho, atenção, compreensão e acolhimento, esse histórico familiar gera graves consequências na saúde mental.

Como ela ocorre?

A rejeição familiar pode se manifestar de diferentes maneiras. A maior parte dos indivíduos que enfrentaram esse tipo de situação na infância e na adolescência tiveram perdas significativas, que afetaram diretamente a qualidade de vida e a saúde emocional na idade adulta.

Listamos algumas práticas que sustentam os sentimentos de rejeição e que geram graves consequências futuras. Veja quais são!

Negligência nos cuidados infantis

Pais que não se preocupam em suprir as necessidades de bebês e de crianças pequenas contribuem para o desenvolvimento de insegurança. Negligenciar alimentação, higiene e afeto pode acentuar sentimentos de rejeição e de falta de proteção.

Violência de gênero

Há claras evidências do desencadeamento de problemas de saúde emocional em jovens que sofrem violência de gênero. Homossexuais que foram rejeitados pelos pais tendem a apresentar, quando adultos, muita insegurança e negatividade em relação à vida. Por tal razão, os pertencentes desse grupo se tornam mais vulneráveis ao alcoolismo e à adicção em drogas.

Violência doméstica

Uma das formas de rejeição entre familiares é a violência doméstica verbal ou física. Geralmente, as maiores vítimas são crianças e mulheres. Tanto a violência feminina como os maus-tratos na infância precisam ser coibidos, pois afetam diretamente a estabilidade mental e comprometem as relações futuras.

A noção de cuidado, de atenção e afeto dispensada na infância possibilita boas condições de desenvolvimento. Porém, a ausência desses cuidados eleva a probabilidade de a criança apresentar distúrbios emocionais, mentais e comportamentais em outras etapas da vida. O afeto inseguro gera estresse emocional e aumenta os riscos de vulnerabilidade social.

Qual a relação entre rejeição familiar e problemas de saúde mental?

Há uma grande influência da rejeição familiar sobre a saúde emocional e mental das pessoas que enfrentam tal realidade. Violência infantil, negligência nos cuidados e abuso emocional na infância estão bastante associados com situação de risco social. A maioria dos adolescentes e jovens rejeitados pelos pais tendem a se tornar um adulto violento.

Logo, indivíduos que cresceram com as emoções abaladas são mais propensos ao sofrimento psicológico. Além disso, eles adquirem uma personalidade mais insegura e vulnerável ao uso problemático de drogas e álcool e às ideações suicidas. Dados da OMS apontam que 36% dos suicídios da América Latina ocorrem entre adultos de 25 a 44 anos.

Logo, a correlação entre fatores ligados à aceitação-rejeição pelos pais pode gerar outros agravos à saúde mental, tais como:

  • ideações suicidas;
  • apatia e irritabilidade;
  • excessiva agressividade;
  • tendência ao maior isolamento social;
  • depressão, bipolaridade e afeto deprimido; 
  • sentimento de culpa pelas brigas de família;
  • problemas de relacionamento social e afetivo;
  • maior dificuldade para permanecer na escola ou no emprego;
  • revolta e não obediência aos pais, professores ou autoridades civis;
  • comportamento que leva aos transtornos de condutas e à delinquência.

Como lidar e superar esses problemas?

Não há dúvidas de que a família é considerada um dos principais pilares da sociedade, o que a torna fator de influência na formação de valores e na constituição da vida psíquica de seus membros. As relações parentais também são a base da construção de um modelo de relação entre si e com a coletividade.

A partir disso, o indivíduo adquire uma referência para criar outras relações futuras, incluindo as que envolvem a vida profissional, laços de amizade e de parentesco. Normas, valores e formas de relação são assimilados pelos membros e influenciam diretamente o modo de manifestar seus afetos e emoções.

Enumeramos algumas práticas que podem ajudar a minimizar os problemas resultantes da rejeição familiar. Confira:

  • preservar a autoridade dos pais sobre os filhos;
  • priorizar um clima de paz e harmonia dentro de casa;
  • compreender que cada ser é único e tem suas particularidades;
  • organizar a rotina e fazer refeições em família durante a semana;
  • estabelecer uma rotina de diálogo em busca de soluções para eventuais conflitos;
  • respeitar, ao máximo, as diferenças de opinião entre os membros da família;
  • realizar passeios e programas em família para aumentar o vínculo de confiança.
  • procurar ajuda psicológica e psiquiátrica para solucionar problemas graves e estabilizar as emoções.

Como um profissional especializado pode ajudar com isso?

A falta de aceitação familiar e social resulta em graves problemas emocionas e psíquicos. Tais questões levam a dificuldades interpessoais futuras, que exigem a busca de ajuda especializada. Por tal razão, quando a superação desses conflitos internos se torna difícil de ser solucionada, a opção é conversar com um especialista em saúde mental.

Como você viu, o papel da família é garantir proteção, condições ideais para criação de vínculos afetivos e boa formação social. A ausência dessa função gera sentimentos de rejeição familiar que podem provocar profundas lacunas. Se não adequadamente tratadas, elas comprometem a saúde e o bem-estar emocional por toda a vida.

Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para você! Se precisar de ajuda profissional para solucionar problemas assim, conte com o Hospital Santa Mônica. Basta entrar em contato conosco!

6 comentários sobre “Como lidar com a rejeição familiar? Entenda

  1. Foi muito bom a leitura dos temas expostos. Tenho que agir com çautela com uma filha jovem de 15 anos que se comporta de uma maneira agressiva e de desestabilidades emocionais. Penso em procurar ajuda profissional. Gostaria de ter mais detalhes sobre enternamento psiquiátrico com apoio de vcs.

    1. Olá, aqui ela passaria por uma avaliação psiquiátrica que indicaria se é caso de internação ou tratamento ambulatorial e temos uma ala só para infantojuvenil, onde ficaria acompanhada de um familiar. Entre em contato conosco para obter mais informações (011) 98657-4262 / (011) 99534-4287

  2. Eu me sinto rejeitada pela minha família desde que me entendo por gente,eu me sinto sozinha no mundo, é muito difícil é muito difícil 😭😭😭😭

    1. Olá Marines, você faz análise? Isso ajudaria muito a entender as razões dos comportamentos dos outros em relação a você ou se é a sua percepção, abraço

  3. Gostaria de ajuda de um especialista na área, não fui criado por ninguém, apesar de existir parentes, a dor é insuportável, luto todo dia para está vivo e não acabar com tuda essa dor, dia de aniversário ou Natal são os piores.

    1. Olá Fábio, você faz tratamento psiquiátrico? seria bom para ajudar a trabalhar suas emoções…

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