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Saúde Mental

Como internar um parente com crise de ansiedade e depressão?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há mais de 300 milhões de pessoas com depressão no mundo. No Brasil, os impactos causados pela doença preocupam familiares e a Saúde Pública. Quando esse transtorno atinge proporções que fogem ao controle, causando a crise de ansiedade e depressão, a internação pode ser necessária, mas é preciso saber como internar um parente nessa situação.

O psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antonio Chaves Filho, apresentou um passo a passo sobre a internação de familiar com ansiedade e depressão. Entenda, nesse caso, por que ela pode ser uma estratégia eficiente para a reabilitação da saúde e a promoção do retorno ao convívio social. Acompanhe!

O que é a ansiedade?

A ansiedade é um estado de insegurança e de medo em que prevalece a sensação de angústia e de incerteza em relação ao futuro ou a uma determinada situação. Esse fenômeno pode ser benéfico para o ser humano quando está em níveis adequados.

Isso porque a ansiedade é um estado natural que todos experimentam diante de uma determinada situação que exige decisões ou que causa expectativas. Uma entrevista de emprego, o nascimento de um filho ou a espera por uma data especial são situações que causam ansiedade.

Ela nos estimula para agirmos, mas quando excesso se torna uma condição patológica. É nesse momento que surge o transtorno de ansiedade, uma condição de saúde mental que, em vez de trazer benefícios para que a pessoa tome ações e decisões, acarreta o efeito contrário, fazendo com que ela fique paralisada, indecisa e sem reações.

Quando a ansiedade é excessiva ou patológica, ela provoca um estado constante de inquietação e de perturbação. A pessoa se torna muito tensa, se preocupa demais com situações simples do dia a dia, ou então sente medo de algo que talvez provavelmente nem mesmo aconteça.

O estado de ansiedade constante pode se tornar tão desconfortável que leva a pessoa a evitar determinadas situações para minimizar a sensação de angústia. Por isso, é um problema que também pode afetar de forma significativa a qualidade de vida e as atividades rotineiras, além de refletir no organismo, provocando sintomas físicos.

Como a ansiedade se diferencia da depressão?

É importante entender que a ansiedade é uma condição diferente da depressão. Como explicamos, no primeiro caso, há uma sensação de angústia e de incerteza, uma preocupação constante que dificulta a tomada de decisões e impede reações até mesmo nas situações simples do dia a dia.

A depressão, por outro lado, é uma doença relacionada com desequilíbrios químicos no cérebro que faz com que a pessoa sinta uma tristeza profunda, mesmo sem causa aparente. Ela perde o interesse pela vida de um modo geral, não se sente estimulada a realizar suas atividades, cumprir compromissos ou mesmo interagir com as pessoas que ama. A depressão causa a incapacidade de lidar com tudo ao redor.

Enquanto a ansiedade pode receber uma abordagem psicoterapêutica com bons resultados, a depressão requer o tratamento psiquiátrico em combinação com a psicoterapia e até mesmo com a administração de medicamentos antidepressivos.

Eles são importantes em muitos casos para equilibrar a química do cérebro. Afinal, a depressão não envolve apenas emoções. Ela é uma condição do organismo da pessoa. Por isso, muitas vezes, se não tratarmos a questão orgânica, as abordagens podem não surtir bons resultados.

Além da dinâmica dos problemas em si, a ansiedade e a depressão manifestam sintomas diferentes, que você confere a seguir.

Sintomas de ansiedade

O estado de tensão e de angústia gerado pela ansiedade provoca sintomas físicos e sintomas psicológicos, comportamentais ou emocionais. Alguns podem ser constantes, enquanto outros se manifestam ou se intensificam diante de situações que causam maiores desconfortos emocionais ou insegurança para o indivíduo.

Sintomas emocionais ou psicológicos

Entre os sintomas da ansiedade relacionados com o estado psicológico, podemos destacar:

  • estado constante de tensão;
  • preocupações em excesso;
  • medo exagerado sem explicação;
  • sensação contínua de que algo ruim vai acontecer;
  • medo em excesso de alguma situação ou objeto específico;
  • medo exagerado de sofrer humilhações públicas;
  • falta de controle sobre os próprios pensamentos;
  • sensação de pânico;
  • inquietação constante;
  • estado de hipervigilância;
  • irritabilidade;
  • falta de concentração;
  • pensamentos acelerados.

Sintomas físicos

Em relação aos sintomas físicos da ansiedade, destacam-se:

  • falta de ar;
  • cansaço excessivo;
  • tremores;
  • taquicardia;
  • suor excessivo;
  • desconfortos abdominais;
  • alterações no apetite;
  • insônia;
  • dor de cabeça;
  • náuseas;
  • aperto no peito,
  • dores musculares;
  • respiração rápida.

Sintomas de depressão

A depressão é um problema mais complexo porque ela apresenta diferentes tipos e pode se manifestar de maneiras distintas em cada pessoa. Em alguns casos, pode ser difícil identificar os sintomas porque eles podem ser confundidos com outras condições psicológicas ou psiquiátricas, como estresse e ansiedade, até mesmo com um simples cansaço.

De toda forma, os sintomas que indicam um quadro de depressão são:

  • sensação constante de desânimo;
  • cansaço muito fácil;
  • alterações no apetite;
  • mudanças no padrão de sono;
  • perda de concentração;
  • mudanças de comportamento;
  • queda na autoestima;
  • tristeza constante;
  • apatia;
  • perda de interesse pelo trabalho, estudo ou lazer;
  • recusa do convívio social;
  • redução da sensação de alegria e prazer;
  • insatisfação constante;
  • falta de motivação;
  • sensação de vazio;
  • pensamento ou comportamento suicida;
  • choro excessivo;
  • automutilação;
  • descuido consigo mesmo.

Quem sofre crises de ansiedade pode ter depressão?

Embora a ansiedade e a depressão sejam problemas diferentes, eles apresentam uma relação muito estreita entre si. Uma pessoa que apresenta níveis altos de ansiedade e crises frequentes, com o passar do tempo, também pode desenvolver depressão.

Isso acontece porque o transtorno de ansiedade causa sintomas que limitam o indivíduo, impedindo o cumprimento da sua rotina normal. Como você viu, há prejuízos para a concentração, o medo de determinadas situações e as preocupações excessivas que interferem no desempenho nos estudos, no trabalho e afetam até mesmo o convívio social e o lazer.

Com isso, os pequenos momentos de prazer e as alegrias da vida não são mais aproveitados como antes, o que pode fazer com que a pessoa entre em estado depressivo, alterando a química do seu cérebro.

Sendo assim, a crise de ansiedade precisa de tratamento para que ela possa ser controlada, permitindo que o indivíduo, gradativamente, retome o controle das suas emoções e dos seus próprios pensamentos, sentindo segurança e autoconfiança mais uma vez.

Vale ressaltar que também ocorre em sentido contrário. Quando os sintomas depressivos não são devidamente tratados, eles podem levar à manifestação da ansiedade. Por isso ocorre a crise de ansiedade e depressão, devido a essa relação estreita entre essas duas condições de saúde mental.

Quando é necessário encaminhar o paciente a uma internação?

A necessidade de internação deve ser sempre avaliada e recomendada por um médico em diferentes casos. Além da crise de ansiedade e depressão e dos problemas relacionados a essas condições, a dependência química e o consumo abusivo de álcool também devem ser considerados. Por conta disso, se a família perceber que o parente está em dificuldade, o ideal é procurar a ajuda de um psiquiatra, para um tratamento específico.

Em relação aos cuidados que envolvem a saúde mental, a orientação de profissionais experientes é proceder a internação quando o indivíduo sinaliza a perda da capacidade de realizar suas atividades de rotina. Muitos são os problemas que implicam tais quadros, porém, todos devem ser igualmente considerados como sinais de alerta para a busca de ajuda.

Uma das primeiras evidências é quando o indivíduo apresenta negligência — ou desinteresse — pela realização de tarefas ligadas ao estudo ou trabalho. Outro ponto digno de atenção é quando o parente alterna o estado de humor rapidamente e passa a evitar o contato com amigos e familiares ou ainda apresenta ideações suicidas.

A perda rápida de peso e a inclinação ao abuso de álcool ou drogas também indicam a necessidade de atenção especializada em saúde mental. Tais evidências sugerem a busca pela assistência profissional o quanto antes para que o parente consiga se restabelecer e evitar uma nova crise de ansiedade e depressão.

Quais são os passos para internar um parente com quadros depressivos ou ansiosos?

Os transtornos de ansiedade e as crises depressivas exigem atenção profissional especializada. O objetivo é conter os impactos que esses transtornos mentais causam sobre a qualidade de vida do paciente e de quem convive com ele. 

Dada a complexidade desse problema, enumeramos abaixo as etapas que envolvem o processo de internação de um ente querido:

  • observe os sinais que sugerem a busca de ajuda especializada;
  • converse com a pessoa sobre a possibilidade de internação;
  • escolha uma instituição especializada na recuperação da saúde mental;
  • entre em contato com a instituição e se informe sobre as normas relacionadas à internação;
  • certifique-se de que o parente será internado antes que o quadro evolua para complicações.

Quais são os tipos de internação?

Em casos de crise de ansiedade e depressão, a família precisa encaminhar o paciente para avaliação médica, a fim de identificar o nível de comprometimento mental. Assim sendo, ao se informar sobre como internar um parente, é necessário estar atento a esses detalhes. No Brasil, há duas diferentes modalidades de internação.

Internação voluntária 

Nesse tipo de internação, o próprio paciente pode se dirigir à recepção da clínica e manifestar sua intenção de aderir ao tratamento em regime de reclusão. Isso deixa claro que a pessoa reconhece que precisa de ajuda e aceita essa condição.

Internação involuntária 

Essa modalidade de internação é a mais indicada quando o paciente demonstra incapacidade de percepção da realidade e não consegue admitir que precisa de ajuda. Então, a família pode recorrer aos recursos legais que determinam como internar um parente com esse perfil.

Conforme art. 6º da Lei 10.216/2001, a internação involuntária — e a internação compulsória, que é determinada por um juiz cível — são permitidas. Nesse caso, exige-se um laudo médico especificando o transtorno mental ou questões relacionadas ao alcoolismo, drogas e os impactos que representam.

Como internar um parente com segurança?

Listamos a seguir alguns dos cuidados mais relevantes que a família deve observar nesse processo para ajudar um parente em crise de ansiedade e depressão.

Busque ajuda o quanto antes

Tanto os transtornos mentais e emocionais quanto os casos de dependência química — ou de álcool — sugerem a busca de suporte profissional o quanto antes. O encaminhamento para a submissão às intervenções médicas e psicológicas objetiva atenuar os efeitos desses desequilíbrios.

Faça uma abordagem discreta

Também é necessário considerar os impactos da pandemia de Covid-19 sobre a saúde emocional. A necessidade de se adequar aos protocolos sanitários impôs diferentes mudanças rapidamente, todos foram obrigados a mudar as formas de trabalho e se afastar das amizades. Somados ao medo do contágio da doença, tais fatores também implicam maiores prejuízos à saúde mental.

Principalmente no começo da crise sanitária, houve muitas incertezas com relação ao emprego, às finanças e ao futuro. Muitos perderam o seu trabalho ou viram a renda familiar cair de forma significativa. Esses foram fatores que provocaram abalos na saúde mental e, para muitos, seus reflexos continuam.

Por tal razão, procurar manter uma conversa amigável e discreta sobre os motivos da crise de ansiedade e depressão é importante. Então, convém observar as mudanças de comportamento e, depois disso, falar sobre o problema e sugerir soluções, como a possibilidade de internação.

Acompanhe a evolução do paciente

A escolha do hospital que disponibiliza esses serviços de internação é um dos aspectos mais relevantes ao alcance do sucesso do tratamento. Procure instituições que ofereçam tratamentos que possibilitem a participação da família no acompanhamento da evolução do paciente.

Escolha instituições que sigam os protocolos da OMS

Outro aspecto relevante é optar por instituições — como o Hospital Santa Mônica — que se preocupem em se adequar às exigências dos protocolos recomendados pelas autoridades em saúde, como a Anvisa e a OMS.

Esse cuidado demonstra a atenção com a proteção da saúde do novo paciente, daqueles já internados e também com toda a equipe médica e de funcionários. Assim, nesses tempos de pandemia, um dos protocolos de nosso hospital é priorizar medidas de prevenção da saúde.

Como o Hospital Santa Mônica pode ajudar?

Assuntos que envolvem a internação podem colocar a família do paciente em conflitos e alterar a rotina dos envolvidos. Por esse motivo, contar com a ajuda profissional especializada faz muita diferença ao lidar com esses momentos delicados. Por isso, o Hospital Santa Mônica oferece todo o suporte necessário ao paciente e aos familiares no que se refere aos trâmites exigidos pela internação.

Nossa equipe multidisciplinar é composta por médicos clínicos, psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais. A meta é promover um ambiente confortável e seguro para a rápida recuperação de nossos pacientes.

Portanto, conheça as opções de internação do Hospital Santa Mônica e garanta uma assistência personalizada e compatível com as necessidades de seu ente querido. Acertar nessa escolha ajuda a compreender melhor como internar um parente com crise de ansiedade e depressão em uma unidade com tal expertise influencia os resultados do tratamento.

Você precisa de ajuda nesse sentido? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica e fale com nossos especialistas!

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