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Dependência química: conheça a história de superação de Erick Marangoni

A dependência química é uma doença crônica caracterizada pelo consumo compulsivo de substâncias químicas. Mundialmente, cerca de 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos relativos ao uso de drogas e necessitam de tratamento, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas, realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC).

Erick Marangoni Rodrigues era uma dessas pessoas. Aos 15 anos, ele começou a fumar cigarro, e aos 16 experimentou maconha pela primeira vez. Aos 18 anos iniciou o uso de cocaína, e aos 23 conheceu o crack.

Erick foi contra as estatísticas e hoje é psicólogo e terapeuta no Hospital Santa Mônica, além de ser uma inspiração para muitos pacientes. O terapeuta terminou seu tratamento em 2011, e logo em seguida começou o curso de Psicologia.

Erick mudou a sua vida e provou que é possível recomeçar depois do tratamento contra drogas. Acompanhe a história de Erick Marangoni, um case de superação!

O começo da dependência química

Erick Marangoni era um adolescente quando experimentou um cigarro pela primeira vez, com a influência dos amigos e até mesmo de familiares. Aos 16 anos foi a vez do álcool — no começo, ele só consumia nas festinhas que ia com os colegas para se divertir.

Com essa mesma idade, fumou maconha pela primeira vez. “Num primeiro momento era apenas aos finais de semana, depois comecei a fumar para ir para escola, no trabalho e à noite com os colegas na rua para jogar bola”, conta Erick.

Nessa época, por dar conta de manter o seu trabalho e não ter grandes prejuízos sociais, Erick não percebeu os riscos de uma possível dependência. Essa condição se estendeu até os seus 18 anos, quando iniciou o uso de cocaína.

“Eu ainda acreditava que conseguia manter o controle, mas logo os problemas começaram. Experimentei várias drogas como LSD, chá de cogumelo, cola de contato ou de sapateiro, ecstasy e até todas misturadas”, relata Erick.

Logo começaram as ausências no trabalho por ressaca, abandono dos estudos e a progressão do uso e envolvimento cada vez maior com pessoas relacionadas ao tráfico e ao crime. Com 21 anos, Erick perdeu o emprego e os bens materiais por conta do uso abusivo. Além disso, teve que lidar com o distanciamento de relacionamentos saudáveis e se envolveu com pequenos furtos para manter o vício.

Aos 23, Erick iniciou o uso de crack. Foi nesse momento que ele viu as coisas irem de mal a pior, com a perda de valores familiares, morais e pessoais. O objetivo dele nessa fase era conseguir dinheiro para mais uma dose.

“Meus pais a essa altura já estavam desesperados, mas sem muita informação na época, não sabiam o que fazer, até que acharam uma sala de apoio para familiares de dependentes químicos. Ali eles conseguiram entender um pouco mais sobre a doença e tiveram grande apoio”, explica Erick.

Depois de aprenderem mais sobre a dependência química, os pais de Erick conseguiram convencê-lo a buscar ajuda. Ele estava com 27 anos.

O tratamento para dependência química

A dependência química é uma doença que afeta toda a família. Os pais do Erick, no começo, não sabiam como ajudá-lo, por isso buscaram apoio em grupos e informações sobre aquela situação. Caso você tenha um amigo ou familiar com uma história parecida com a do Erick, procure conhecer mais sobre o problema e as possibilidades de tratamento.

Com 27 anos, Erick iniciou o seu tratamento em uma comunidade terapêutica. “Com dois meses de tratamento me convidaram para fazer um trabalho externo. Aos poucos ganhei a confiança das pessoas, e me deram uma lata de cola de contato para trabalhar. Comecei a cheirar cola até que fui fazer uma reforma no telhado a 10 metros de altura, estourei a telha e caí”, conta Erick.

Depois de um mês e meio após sua queda, Erick deixou o tratamento e voltou a usar crack. Seus pais continuaram buscando apoio, enquanto ele se afundava cada vez mais no mundo das drogas. Até que no dia 14 de novembro de 2010, ele ligou para seus pais pedindo para tomar um banho em casa.

Os pais permitiram, desde que ele aceitasse ajuda para se tratar. “Aceitei. Fiquei 9 meses em tratamento e desintoxicação, depois pedi para ficar como voluntário no local. Eu fui ficando e me ofereceram um curso de terapeuta comunitário. Esse curso mudou a minha vida e a forma de ver o mundo”.

Erick se apaixonou pelo curso e começou a estudar mais sobre a área de dependência química, fazendo todos os cursos que surgiram nesse tempo. Em 2012, ele terminou o Ensino Médio e iniciou a graduação em Psicologia.

O recomeço e a esperança de uma vida melhor

Erick Marangoni Rodrigues se formou como psicólogo cinco anos depois. Ele continuou trabalhando no local onde se tratou. Seu objetivo era ajudar o maior número de pessoas a recomeçarem a sua vida, assim como ele tinha feito.

Com muita determinação e força de vontade, Erick deixou o seu passado para trás. Em 2017 começou atuar como terapeuta consultor em dependência química no Hospital Santa Mônica, onde se tornou grande inspiração para os pacientes.

Pouco tempo depois, se tornou psicólogo do Hospital, além de atuar como psicólogo cognitivo comportamental em consultório particular. Atualmente, está prestes a concluir a pós-graduação em Neuropsicologia.

Erick se casou, deu entrada em um apartamento e tem, hoje, uma vida normal e longe de qualquer vício. Para ele, tudo isso só foi possível graças ao apoio dos seus pais, que nunca o abandonaram e continuaram a persistir de maneira sobrenatural.

“Agradeço aos meus pais, pois sem eles eu não estaria aqui. Agradeço também a todas as pessoas que fizeram parte do meu tratamento e as que fazem parte da minha recuperação. Além disso, também tenho que agradecer ao Programa 12 passos, que me ensinou uma nova maneira de viver”, diz Erick emocionado.

A dependência química é uma doença tratável e exige do paciente muita força de vontade, assim como apoio dos seus familiares. O tratamento envolve o acompanhamento terapêutico contínuo, que apresenta resultados no longo prazo. O mais importante, no entanto, é entender que apesar de ser um problema crônico, o tratamento permite que o usuário mude radicalmente a sua vida, assim como aconteceu com o case que listamos neste post.

Você quer saber mais sobre o tratamento para dependentes químicos ou conhece alguém que precisa de ajuda? Entre em contato conosco e saiba como podemos ajudar em um recomeço!

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