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Tipos de esquizofrenia e como são classificados

tipos de esquizofrenia e como são classificados

Você sabia que existem seis tipos de esquizofrenia? Essa é uma doença mental grave, de evolução crônica e que, apesar de não ter cura, seu tratamento pode apresentar bons resultados. Quem a desenvolve tem dificuldades para interpretar a realidade e discernir o que é real e o que não é.

Além de prejudicar as relações interpessoais do paciente, a condição pode limitar a sua capacidade de executar atividades cotidianas. Os tipos se diferenciam pela natureza e pela intensidade dos seus sintomas, e essa classificação pode ajudar os profissionais da saúde no diagnóstico e no tratamento da doença.

Neste artigo, você vai conhecer os tipos de esquizofrenia, descobrir como ajudar alguém que sofre com esse distúrbio e contar com orientações do Dr. Carlos Eduardo Zacharias, diretor clínico do Hospital Santa Mônica. Continue conosco!

O que é esquizofrenia?

O que é esquizofrenia?

A esquizofrenia é uma doença grave e muito antiga que já passou por diferentes denominações. “Trata-se de uma fragmentação das funções cognitivas do pensamento, do comportamento e das emoções”, afirma o Dr. Zacharias. De acordo com o médico, ela é dividida principalmente em sintomas positivos e negativos.

Os sintomas positivos são caracterizados por comportamentos agressivos, impulsivos, tais como agitação psicomotora e delírios. O delírio ocorre quando há uma crença de que determinada situação é real e, mesmo com outras pessoas explicando que tal condição não existe, o paciente não entende, pois em sua cabeça aquilo é verdade irrefutável.

Portanto, existe uma perda de contato e da capacidade de discernir o que é real ou irreal, o que é fruto da ideação delirante e de alucinações (que podem ser visuais, auditivas, táteis e/ou olfativas).

Quanto aos sintomas negativos, eles produzem um empobrecimento e lentidão do pensamento, das emoções e da afetividade, com anedonia, embotamento afetivo e, com o passar do tempo, e dos surtos, progredir para quadro demencial crônico. 

Qual é o cenário no Brasil e no mundo?

No Brasil, a esquizofrenia afeta dois milhões e meio de pessoas,  que apresentam algum transtorno mental grave ligado à doença e que, em algum momento, podem precisar de um hospital psiquiátrico. No mundo, esse número é de cerca de 77 milhões de pessoas, correspondendo a 1% da população global.

Os principais sintomas dos tipos de esquizofrenia, de forma genérica, são alucinações, delírios, pensamentos incoerentes, dificuldade para expressar emoções, baixo funcionamento intelectual e agitação corporal. 

É comum que a pessoa tenha percepções e reações desajustadas da realidade, abandone suas atividades de rotina e pare de demonstrar sentimentos compatíveis com os acontecimentos da sua vida. “Usualmente sofre com ideias de perseguição, algumas vezes bem estruturadas e outras completamente confusas e desconexas”, afirma o Dr. Zacharias.

Os sintomas da doença geralmente começam a aparecer no final da adolescência ou na idade adulta (em torno de 20 a 28 anos de idade) e tem usualmente evolução em surtos (mais ou menos intensos dependendo de cada pessoa). A esquizofrenia em crianças é rara.

Não existe um exame específico para o seu diagnóstico, que é feito por meio de avaliações físicas e psiquiátricas. É muito importante que esse procedimento seja feito por um especialista em psiquiatria. 

Quais são as causas da doença?

A causa exata dos diferentes tipos de esquizofrenia ainda é desconhecida na medicina, mas alguns estudos indicam que o desenvolvimento da doença está ligado a uma falha na produção de um neurotransmissor chamado dopamina, que molda comportamentos e emoções.

Fatores genéticos também são apontados como possíveis causadores da esquizofrenia, o que significa que a hereditariedade pode ter papel fundamental no desenvolvimento da doença. Um artigo publicado na revista Nature mostrou que pessoas com parentes doentes de 1° grau têm risco aproximado de 10% a 12% de sofrer do transtorno.

Há que considerar, ainda, os fatores comportamentais. Desde traumas na infância até situações estressantes na vida adulta podem se tornar gatilhos iniciais para a esquizofrenia. De qualquer forma, é importante investigar experiências desagradáveis para compreender melhor o quadro.

Sabe-se que o uso de algumas drogas, como a maconha (estudos mostram elevado potencial de aumento dos quadros psicóticos ao longo da vida), favorece o desenvolvimento da esquizofrenia.

A cannabis tem substâncias que afetam a cognição e aumentam o risco de sintomas psicóticos, principalmente entre os jovens. Os efeitos são mais fortes em usuários com predisposição para a psicose.

Quais são os principais subtipos de esquizofrenia?

A esquizofrenia na realidade não é uma doença “única”, mas têm vários tipos de subclassificação e que se diferenciam pela natureza, tipo e intensidade dos sintomas e sinais que cada doente apresenta, levando-se em conta também a sua evolução ao longo do tempo.

A classificação de cada tipo pode ajudar os psiquiatras e profissionais que trabalham com saúde mental no tratamento da doença.

Os subtipos clínicos podem ser úteis como especificadores e para o planejamento do tratamento, pois se baseiam na predominância dos sintomas e sinais apresentados pelo paciente ao longo de sua vida, durante os surtos, nas consultas e avaliações médicas (preferencialmente realizadas por quem tenha formação adequada, o Psiquiatra).

É importante ter em mente, no entanto, que a manifestação de sintomas é um processo fluido e, por isso, o tipo de esquizofrenia (e até mesmo a hipótese diagnóstica) de uma pessoa pode mudar durante o curso da doença. Os cinco subtipos clássicos são:

  • paranoide;
  • catatônica; 
  • hebefrênica;
  • residual;
  • simples;
  • indiferenciada.

Trataremos com mais detalhes sobre os tipos nos tópicos abaixo.

Esquizofrenia paranoide

Os principais sintomas desse tipo de esquizofrenia são as alucinações, delírios, sensação de perseguição e pensamentos sobre conspirações. Normalmente, as alucinações e os delírios giram em torno do mesmo tema.

A pessoa pode apresentar fala e escrita confusas, alterações no humor, mudanças na personalidade e desinteresse com a vida social, o que pode resultar em isolamento social.

De acordo com o Dr. Zacharias, no entanto, os pacientes “nem sempre têm dificuldades em manter atividades de rotina e relacionamentos estáveis, quando fora dos surtos ou até mesmo no início, quando a sintomatologia ainda está leve.” 

Esquizofrenia catatônica

Embora a esquizofrenia catatônica fosse um subtipo na edição anterior do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), foi argumentado no passado que a catatonia deveria ser mais um especificador. Isso acontece porque ela ocorre em uma variedade de condições psiquiátricas e médicas gerais.

Entre os tipos de esquizofrenia, é aquele que se apresenta como imobilidade, mas também pode se parecer com:

  • comportamento de imitação;
  • mutismo;
  • condição de estupor.

“Em alguns casos, os movimentos aumentam drasticamente, tendo agitação incontrolável e, posteriormente, estupor ou imobilidade. A ecolalia (hábito de repetir falas de outras pessoas) ou a imitação de movimentos podem estar presentes”, destaca o Dr. Zacharias.

Os pacientes também podem apresentar resistência para mudar a sua própria aparência, fazer movimentos repetitivos, deixar de participar de atividades produtivas na sua rotina e passar horas parados na mesma posição. 

Esquizofrenia hebefrênica

esquizofrenia hebefrênica, também chamada de desorganizada, é caracterizada por um comportamento mais infantil, com respostas emocionais inadequadas e pensamentos incoerentes. Nesse tipo, as alucinações e os delírios são menos comuns, apesar de não serem sintomas excluídos.

Os pacientes têm dificuldade em seguir processos e organizar pensamentos. Isso pode prejudicar a execução de tarefas simples de rotina, como escovar os dentes, tomar banho ou se vestir. Eles também têm dificuldade em expressar sentimentos e comunicar-se, podem parecer emocionalmente instáveis e ter reações inapropriadas em diversas situações. 

Esquizofrenia residual

É um dos tipos de esquizofrenia diagnosticados quando o paciente já não apresenta nenhum sintoma proeminente ou quando eles aparecem em baixa intensidade. Algumas alucinações e delírios ainda podem estar presentes, mas as suas manifestações costumam ser menos frequentes que em fases anteriores da doença. 

As principais características da esquizofrenia residual são:

  • duração de um ano ou mais;
  • abulia;
  • ausência de comunicação (verbal e não verbal);
  • inibição motora.

Esquizofrenia simples

Tem como principal característica a presença de ideias fixas e repetitivas sobre o mundo. Os surtos podem se prolongar, podendo durar um ano ou mais.

De acordo com o Dr. Zacharias, “mesmo com predominância de sintomas negativos, o paciente poderá apresentar alucinações, apatia, abulia, delírios, linguagem desorganizada, falta de atenção e dificuldade para se concentrar, isolamento social e ausência de relações afetivas.”

Esquizofrenia indiferenciada

Ocorre quando um paciente tem sintomas de esquizofrenia que ainda não estão completamente formados ou não são suficientemente específicos para serem classificados como nenhum dos outros tipos da doença. Nesses casos, os sintomas podem variar em intensidade e frequência, causando incerteza na classificação exata da doença.

Entretanto, é preciso lembrar que os tipos de esquizofrenia podem variar ao longo da vida de um paciente. Por isso, quem é diagnosticado com esquizofrenia indiferenciada pode, com a evolução do quadro, ter o seu caso encaixado em outra categoria depois de algum tempo.

Como se caracteriza a esquizofrenia infantil?

esquizofrenia infantil não é um subtipo, mas sim usada para se referir ao momento da identificação do quadro — lembrando que um diagnóstico em crianças é bastante incomum e, quando ocorre, pode ser grave.

A doença de início precoce geralmente ocorre entre as idades de 13 e 18 anos. Mas cabe dizer que um diagnóstico com menos de 13 anos é considerado de início muito precoce e é extremamente raro.

Os sintomas em crianças muito pequenas são semelhantes aos de distúrbios do desenvolvimento, como autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Esses sintomas podem incluir:

  • atrasos de linguagem;
  • engatinhar ou andar atrasado;
  • movimentos anormais.

É importante descartar problemas de desenvolvimento ao considerar diagnósticos dos tipos de esquizofrenia infantil. Os sintomas em crianças mais velhas e adolescentes incluem:

  • isolamento social;
  • interrupções do sono;
  • desempenho escolar prejudicado;
  • irritabilidade;
  • comportamento estranho;
  • uso de substâncias.

Indivíduos mais jovens são menos propensos a ter delírios, mas são mais propensos a ter alucinações. À medida que os adolescentes envelhecem, geralmente surgem sintomas mais típicos de esquizofrenia, como os dos adultos.

“É importante que um psiquiatra com especialidade em infância e adolescência faça o diagnóstico, descartando outras condições e diagnóstico correlatos, incluindo o uso de substâncias ou problemas orgânicos”, completa o Dr. Zacharias.

Geralmente envolve uma combinação de tratamentos como:

  • medicamentos;
  • terapias;
  • treinamento de habilidades;
  • hospitalização, se necessário.

Quais são as condições relacionadas à esquizofrenia?

Os tipos de esquizofrenia podem apresentar sintomas muito parecidos com os de outros transtornos. Nesse sentido, sempre que houver desconfiança de alterações, é crucial agendar uma consulta psiquiátrica para investigar cada caso de forma individualizada. Veja abaixo as condições relacionadas à doença.

Transtorno esquizoafetivo

O transtorno esquizoafetivo é uma condição separada e diferente da esquizofrenia, mas, às vezes, é confundida com ela. Esse transtorno tem elementos de esquizofrenia e transtornos de humor. A psicose — que envolve uma perda de contato com a realidade — é frequentemente um componente. Essas alterações no humor podem incluir mania ou depressão.

Além disso, o transtorno esquizoafetivo é classificado em subtipos com base no fato de uma pessoa ter apenas episódios depressivos ou também episódios maníacos com ou sem depressão. Os sintomas costumam incluir:

  • pensamentos paranoicos;
  • delírios ou alucinações;
  • dificuldade de concentração;
  • depressão;
  • hiperatividade ou mania;
  • má higiene pessoal;
  • distúrbio do apetite;
  • interrupções do sono;
  • retraimento social;
  • pensamento ou comportamento desorganizado.

O diagnóstico geralmente é feito por meio de um exame físico completo, entrevista e avaliação psiquiátrica. É importante descartar quaisquer condições médicas ou outras doenças mentais, como transtorno bipolar. Os tratamentos incluem:

  • medicamentos;
  • terapia em grupo ou individual.

Demais condições relacionadas

Outras condições que podem estar associadas aos tipos de esquizofrenia são:

Como pode ser o tratamento contra a esquizofrenia? 

“O tratamento para a esquizofrenia dependerá do grau de gravidade dos sintomas e sinais apresentados, assim como a frequência dos surtos e sua evolução ao longo do tempo”, afirma o Dr. Zacharias.

Em alguns momentos, será preciso atenção e cuidados mais intensivos, com consultas ambulatoriais e a devida medicação — lembrando sempre que o acompanhamento psicoterápico ajuda muito na evolução do tratamento.

Sendo assim, o tratamento para a esquizofrenia envolve um conjunto de medidas voltadas para amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Para um tratamento mais efetivo, é importante que o diagnóstico seja feito precocemente por um médico psiquiatra devidamente habilitado, por meio de ferramentas adequadas.

“Adicionalmente ao tratamento psiquiátrico, o tratamento psicológico melhora a vida do paciente. A administração de medicamentos antipsicóticos de forma correta e adequada aos sintomas ajuda a regular a incidência de delírios, alucinações e agitação psicomotora, além de conter e minimizar episódios de agressividade”, destaca o Dr. Zacharias.

Os medicamentos prescritos pelos psiquiatras, portanto, devem ser usados de forma contínua, com o objetivo de melhorar as crises e diminuir os sintomas. Já as consultas psiquiátricas usualmente são a cada dois meses, quando o paciente se encontra controlado e em período menor, dependendo de cada caso.

As medidas para tratar a doença podem incluir psicoterapia e hospitalização, caso seja necessário. A psicoterapia ajuda o paciente a restabelecer seus pensamentos e respostas emocionais, podendo ser feita de maneira individual ou em grupo.

Em casos graves, com baixa resposta medicamentosa ou com distúrbios de comportamento e agitação psicomotora ou agressividade (contra si ou contra terceiros), a hospitalização em serviço especializado psiquiátrico acaba sendo necessária.

Sempre procure serviços com os quais você possa contar com pessoas devidamente habilitadas para atender corretamente às suas necessidades. Afinal, para saber quando internar o paciente, é necessário observar a evolução do quadro.

O Hospital Santa Mônica se dedica há mais de 55 anos ao tratamento de doenças mentais e tem estrutura completa para que o paciente passe por qualquer uma das etapas de tratamento. Isso porque dispõe de profissionais especializados e médico de plantão 24 h para cuidar de todos os tipos de esquizofrenia.

Referência em saúde mental infantojuvenil e adulto, foi o primeiro Hospital Psiquiátrico Privado de São Paulo certificado pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) desde 2018. Em 2023, obteve a acreditação em Nível 3, que atesta o nível de excelência em gestão, segurança e qualidade da assistência ao paciente.

Se, depois de conhecer cada forma da doença, você achar que precisa de ajuda ou de suporte para uma pessoa próxima, entre em contato conosco. Estamos disponíveis para tirar dúvidas e fornecer orientações.

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23 Comentários em “Tipos de esquizofrenia e como são classificados”

  • Larycxs

    diz:

    Eu quero ajuda

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá, entre em contato conosco (011) 98657-4262 / (011) 99534-4287

      Responder

  • Ana Maria Dias

    diz:

    Infelizmente vivo essa situação com meu irmão, que está internado há 4meses, depois de 15anos sem manifestação dos sintomas apresentados em 2003…

    Responder

  • Zenildo kovalski

    diz:

    Eu: Zenildo kovalski. Tenho Escrezofenia chamada: Hebefrenica não aguento mais só tenho vontade de meatar ouço muitas vozes me mandando me Degolar me sangrar beber meu próprio (SANGUE) 24hs por dia peco ajuda ( URGENTE) SOCORRO!!!

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Zenildo você está em tratamento? por favor ligue (011) 99667-7454
      (011) 99534-4287

      Responder

  • GEISE DE SOUSA OLIVEIRA

    diz:

    As vezes acordo com carro vendendo alguma coisa de madrugada,tipo, carro do ovo, carro do cloro e etc no começo eu me assustava,e de vez em quando sinto cheiro de algo queimando será que pode ser um fator sobre essa doença?

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Geise, infelizmente não conseguimos analisar assim, o ideal seria passar por uma consulta com um psiquiatra para entender melhor seu histórico, abraço

      Responder

  • Izabela Pereira

    diz:

    Olá me chamo Izabela, tenho 15 anos. Há alguns anos minha mãe apresenta sintomas de esquizofrenia paranoide, ela acredita que há alguém que faz trabalhos de feitiçaria contra ela (somos evangélicas), e recentemente ela passou a acreditar que minhas irmãs e eu fazemos isso contra ela. Não sei o que fazer, ela acredita mesmo que há pessoas perseguindo ela, eu sei que algumas coisas são espirituais mas nesse caso eu estou desconfiada, ela já teve crises de ansiedade e até começou a se cuidar à respeito disso. Por favor, como posso ter certeza?

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Izabela, não ficou claro se ela já faz tratamento e está seguindo a risca, o ideal seria passar por uma avaliação com um psiquiatra para avaliar o caso. Ficamos à disposição, abraço

      Responder

    • Simone

      diz:

      Estou passando pela mesma situação mais é minha cunhada queria mais de informações.

      Responder

      • Mônica

        diz:

        Olá Simone, entre em contato conosco (011) 98657-4262 / (011) 99534-4287

        Responder

  • Carlos Washington Silva Vieira

    diz:

    Olá, me chamo Carlos Washington.

    Quando garoto, tive problemas com o entendimento sobre a minha existência. Me via como um personagem em um jogo de primeira pessoa, onde a minha visão mais parecia com uma tela. Era como se minha presença não existisse, mas sim um modo automático de mim, o qual somente assistia. Cheguei a pensar, em um longo tempo da minha vida, que iria me acordar, pois tudo não passava de um sonho. Usava essa “falha” como uma válvula de escape em momentos de grande ansiedade, como apresentar um trabalho, por exemplo.

    Aos meus 14-16 anos, entrei em uma fase pertubadora. Como sofria bastante bullying desde minha infância, acabei adquirindo algumas atitudes peculiares. Inconformado com tudo o que me rodiava, ficava estressado em todos os momentos, sempre tendo posturas tristes e depressivas. Nesse período, passei a machucar-me para poder punir-me e também para aliviar minha dor. Não lembro tanto desse período, mas fora sido um dos mais difíceis para mim. Ainda havia as pertubações psicológicas.

    Aos meus 17-19 anos, minha ansiedade entrou em pico pela primeira vez. Sempre tive que lidar com minhas dificuldades psicológicas, mas, naquele momento, tudo estava diferente. Passei a ser extremamente agressivo com os outros e comigo mesmo. Minha família estava preocupada com minhas posturas, diziam que não estava sendo eu mesmo nesses momentos de ansiedade. Depois que o estresse passava, me sentia extremamente mal. Vivia me batendo, dando de cabeça na parede, quebrando meus itens, surtando. Nesse período eu só pensava em tirar a minha vida, e estava pronto para isso, até o meu amigo me acolher. Minhas atitudes foram moldadas com o tempo. Passei a trabalhar mais no meu estresse por causa da minha família que estava preocupada.

    Desde os meus 20 anos – agora estou com 21 – ainda continuo com alguns sintomas. Em alguns momentos, enquanto sonolento, escuto o barulho de vozes que, bem vivas, parecem ser da minha família acordada. Passei a ter algo próximo a alucinações, minha imaginação está tão forte que as vezes não consigo distinguir da realidade ou se algo é real, fazendo-me sentir que estou ficando demente. Minha memória está falha, por mais que meu chefe me diga algo, mesmo entendendo na hora, após o término da conversa, esqueço completamente o que me disse. Isso não acontece somente quando falo com ele, mas em todas as ocasiões. Nas madrugadas, fico aterrorizado. Penso que tem alguma entidade perto de mim ou que algo irá me acontecer, passo a imaginar escutar vozes e situações trágicas que poderiam me acontecer naquele momento. Estou com problemas de concentração, não consigo manter o foco nas minhas atividades e estou passando a ter arritmia ao executá-las. Não consigo me socializar desde garoto, mas, dessa vez, sei que não se trata de timidez. Não tenho vergonha de falar com as pessoas, mas medo. Minha voz chega a mudar de tom perto delas, quando estou com muita ansiedade.

    Tem mais coisas, mas o texto está muito grande. “Mas por que você não procurou uma consulta anteriormente?”, Condição financeira. Já tentei as gratuitas, mas nunca me retornaram para efetuar o agendamento. Estou preocupado comigo, preciso de ajuda. Minha ansiedade parece que vai me matar. Hoje sei que não se trata de tempo para tudo passar, mas sim de ajuda profissional.

    Talvez eu não seja notificado quando me responderem. Poderiam me notificar pelo whatsapp? Preciso muito disso. vocês não tem noção do que se passa na cabeça de alguém que sofre com isso.

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Carlos, você tentou agendar em um CAPS da região onde reside? normalmente o CAPS agenda e você pode fazer um acompanhamento com um psicólogo ou psiquiatra lá.

      Responder

  • Marina

    diz:

    Olá, eu acho sempre curioso quando dizem que a esquizofrenia é incurável e requer tratamento por toda a vida. Tive alguns episódios ao longo da vida, primeiro com em 99, depois em 2008 e 2010, mas nunca fiz tratamento contínuo, so medicação para sair do surto. e vida normal depois sem remedios… sintomas sentimentos de perseguição, muito medo, alucinações muito elaboradas, simbolos que viravam gatilhos, eu ate sabia q viria um episodio ao ver algum destes “simbolos” eram como comandos e boom! torcer pra sair do quadro e voltar ao normal, tive alucinação auditivas, eu cantava num coral e nunca vi coisa igual, ouvia coisas perturbadoras, sempre dizia pra mim mesma “calma marina, estamos no mundo material, se concentra no que existe, nao no q certamente nao existe” , tbm sentia a radiação da palma das maos das pessoas, nao conseguia nem ficar perto e as vezes as pessoas estavam apenas paradas na delas, tipo com a mao pra tras e eu sentia de longe, sensação física da energia das maos… e olha q nunca fui religiosa… mas é mt louco, envolve mt coisa, dualidades, no meu caso, bem e mal , como absolutos… um dia senti algo chegar entrou no meu corpo era mt quente fervia mt meu coraçao bateu mt forte, tipo uma entidade , achei q ia morrer, nessa noite acordei gritando em outra lingua sem conseguir controlar minha fala, so lembrei de dizer NAO NAO NAO , tb tinha a sensação da minha mente estar sendo sugada as vezes, e muita energia atraves do olho…. minha familia sempre me compreendeu e nunca dependi de remedios, por isso, eu realmente tenho duvidas se é incurável… tenho um primo q foi diagnosticado tb, e meu irmao tbm teve algumas crises tipo bipolar inicio da fase adulta espero ter ajudado… foi mt louco o q rolou comigo e inexplicavel ainda para mim…. mas tem td um roteiro elaborado, nada é a toa num episodio, o desafio é achar alguem q te compreenda, vc cura na hora, sai do surto mesmo com a conversa….ou ALDOL espero ter ajudado

    Responder

  • Lidiane Santos

    diz:

    tenho um irmão com Esclisofrenia Paranoide não sabemos mas o que fazer ele sofre muito faz tratamento e não adianta os remédios nunca melhora ja tentou tirar sua vida estamos sofrendo muito ?Por favor alguém nos ajuda

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá, ele já foi internado? Se precisar estamos à disposição para ajudar (011) 99667-7454 / (011) 99534-4287

      Responder

  • Tenho esquizofrenia, já tentei suicídio 3 vezes tudo pq escuto vozes me dominando. Já bebi rispiridrona, agora estou tomando lítio e quetiapina e venlafaxina. A 10 anos descobrimos mas sempre nervosa e agressiva. Fui internada na caps. Esses dias fui tomar banho a água virou sangue, minha cabeça fica muito ruim de vdd, tenho tumor na hipótese às vezes acho q alguém colocou isso em mim, mas sei q isso é coisa da doença às vezes não sei o que é real. Sou casada e feliz mas às vezes só queria morrer. Eu trabalhava na usina de operadora estou afastada pelas crises já dei vontade matei meus colegas isso é horrível

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Adriana, você já discutiu com o seu psiquiatra sobre uma internação para tirá-la deste quadro que possa estar mais agudo? Talvez este seja um caminho, se precisar entre em contato conosco (011) 99667-7454 / (011) 99534-4287

      Responder

  • Interessante os depoimentos..
    Namoro um rapaz que sofre dessa doença.. mas, estou me afastando dele aos poucos para que não haja tantos danos…muito difícil lidar com suas fantasias.. eu estou muito triste, porque ele é uma pessoa muito boa e amável porém difícil de entende- lo…mas eu estou conseguindo …

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Maria Aparecida, além dele estar em tratamento, muitas vezes o familiar ou namora também deveria estar fazendo análise para que possa aprender a lidar com as emoções e situações, ficamos à disposição, abraço (011) 99667-7454 / (011) 99534-4287

      Responder

  • Xande

    diz:

    Tenho esquizofrenia paranoide, às X mesmo com medicação como invega, acompanhado pelo médico, falo sem parar sozinho, e sempre acho m que estão todos mentindo e me me traindo, já fui internado 8 X.
    Melhoras para nós

    Responder

  • Maria do Carmo Marques

    diz:

    Tenho um filho que foi diagnosticado com Esquizofrenia residual e se nega a usar medicamentos . Ele sofre muito muito e pensa em suicídio. É muito inteligente e o maior problema é o convívio social e principalmente não consegue manter um contato com mulheres apesar de querer muito, chama de venus fobia. Não sei mas o que fazer. Preciso de ajuda

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Maria do Carmo, já pensou em passar com ele por uma avaliação para ver se é caso de interná-lo? Entre em contato conosco (011) 98657-4262 / (011) 99534-4287

      Responder

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