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Psiquiatria Saúde Mental

Parar de tomar remédio psiquiátrico e interromper tratamento: quais os perigos?

Parar de tomar remédio psiquiátrico por conta própria é um grande risco para o paciente e para a sua família, pois as consequências são perceptíveis em pouco tempo. Os medicamentos tarja preta, como ansiolíticos e antidepressivos, após interrupção brusca, podem causar crises de choro, irritabilidade e abstinência, por exemplo.

Os motivos da interrupção são diversos, principalmente relacionados ao imediatismo que as pessoas querem sobre os efeitos desses produtos, que não são observados nas primeiras semanas de uso.

Além disso, a falta de informações verídicas e os relatos de outras pessoas sobre os efeitos colaterais dos remédios psiquiátricos acabam influenciando aqueles indivíduos que já estão destinados a parar de tomar.

Por isso, a dra. Luciana Mancini Bari, médica com foco em saúde mental do Hospital Santa Mônica, irá apresentar a seguir quais são os perigos de parar de tomar remédio psiquiátrico sem consentimento médico. Acompanhe conosco!

Qual é a importância de tomar remédio psiquiátrico?

O remédio psiquiátrico, cientificamente denominado medicamento que atua no sistema nervoso central (psicotrópico), é aquele utilizado para tratar transtornos mentais com ação prioritariamente no cérebro.

Na maioria das vezes, age na liberação de neurotransmissores para ajudar na melhoria do humor, redução da ansiedade patológica, controle de sintomas eufóricos, redução de crises nervosas, entre outras ações.

É indicado para pessoas com diagnóstico de:

O tratamento psiquiátrico deve ser escolhido para amenizar as manifestações clínicas e pode ser associado ao acompanhamento psicológico. Dependendo da situação, será por tempo determinado.

Às vezes, uma situação desconfortante, como a perda de um ente querido ou estresse incomum, como os que estamos vivenciando nesta pandemia, é fator indicativo para uso desses remédios até que a situação emocional se restabeleça novamente.

Quem pode me recomendar o melhor remédio para tratamento psiquiátrico?

É importante ressaltar que não existe o melhor remédio para tratamento psiquiátrico, mas sim aquele que foi mais adequado para o indivíduo, pelo ponto de vista clínico, medicamentoso e principalmente relacionado à adesão ao paciente.

Isso porque um medicamento psiquiátrico pode fazer bem para uma pessoa e causar diversas reações adversas em outra, quando utilizado para a mesma doença, reforçando ainda mais a tese de que o tratamento deve ser personalizado.

Diante disso, o profissional mais indicado para receitar um remédio desses é o psiquiatra, após uma consulta acolhedora, objetiva e que aborde todos o histórico clínico e medicamentoso do paciente.

Considerando isso, o paciente pode tirar todas as dúvidas em relação ao esquema medicamentoso proposto, questionando o médico sobre todos os dados da prescrição. O psiquiatra vai esclarecer sobre dosagem do medicamento, hora de tomar e o que fazer quando esquecer de tomar o remédio.

Outras recomendações pertinentes são sobre dirigir veículos, fazer atividades que demandam atenção, sonolência diurna, alterações na libido e mudanças repentinas de humor.

Não quero me viciar, quando devo parar de tomar remédio psiquiátrico?

Assim como a decisão para iniciar o tratamento psiquiátrico foi do médico, em comum acordo com o paciente, a interrupção deve acontecer dessa mesma maneira. E diversos fatores precisam ser analisados antes dessa atitude.

Primeiramente, é importante lembrar que os remédios psiquiátricos demoram um tempo para fazer efeito, geralmente até quatro semanas. Ou seja, antes desse período é muito difícil analisar o efeito terapêutico e sugerir uma interrupção, a menos que estejam ocorrendo reações adversas.

Outro ponto a ser considerado é a possibilidade de se viciar nos remédios. Nesse caso, se o acompanhamento clínico for efetivo, as chances desse efeito diminuem consideravelmente para o indivíduo. Isso porque o médico avaliará, conforme a evolução do estado clínico do paciente, a possibilidade do “desmane”, ou seja, a redução gradativa da dose para evitar a adicção em remédio.

Por isso, a decisão pelo uso e pela interrupção deve ser sempre avaliada pelo médico e acordada com o paciente, que precisa relatar todos os sentimentos envolvidos e se está aderindo adequadamente ao esquema proposto.

Também é recomendável fazer um acompanhamento com psicólogo para reduzir a possibilidade de desenvolver ou aumentar a chamada dependência psicológica, relacionada ao medo de ficar sem o remédio.

Sendo assim, para evitar a possibilidade de se viciar nos remédios psiquiátricos, é importante que o paciente seja monitorado por uma equipe multidisciplinar e siga todas as recomendações propostas. Caso apresente alguma reação adversa, se faz necessário comunicar os médicos para que a terapia seja ajustada.

Quais são os riscos de interromper o tratamento com remédios psiquiátricos?

Parar de tomar remédio psiquiátrico por conta própria pode trazer diversas complicações. A primeira delas é a falta de efeito terapêutico, principalmente se ocorrer no início do tratamento preconizado.

Isso porque, como já mencionamos, o remédio psiquiátrico atua no cérebro e demora até quatro semanas para readaptar as funções do sistema nervoso. Por isso, não se percebe muita alteração do estado emocional do paciente nesse período.

Outra consequência de interromper o remédio psiquiátrico por conta própria é a possibilidade de ocorrer o efeito rebote, caracterizado por uma exacerbação dos sintomas que estão sendo tratados.

Ou seja, se a pessoa parar de usar um ansiolítico, poderá ter mais ansiedade do que tinha antes de iniciar o tratamento, além de outros sintomas associados, como insônia, perda de memória e concentração, entre outros.

Dependendo do tipo do remédio e do tempo de tratamento, o indivíduo pode sofrer também de outras reações corporais, como:

  • coração acelerado;
  • transpiração excessiva;
  • aumento da pressão arterial;
  • tonturas;
  • náuseas;
  • dores de cabeça;
  • alterações no humor.

Por que contar com acompanhamento médico no tratamento?

Considerando todos os fatores mencionados acima, conclui-se que parar de tomar remédios por conta própria é prejudicial para o paciente, portanto, deve ser evitado ao máximo. O uso racional de medicamentos é a melhor alternativa a se fazer.

Parar de tomar remédio psiquiátrico é o desejo de muito indivíduos, mas essa atitude deve ser bem pensada e acordada com o profissional da saúde para evitar diversas consequências. Afinal, os remédios psiquiátricos são prescritos para condições específicas, por um tempo determinado e dependem consideravelmente da adesão do paciente.

Os riscos de aparecimento de efeitos colaterais existem, mas podem ser prevenidos ou avaliados precocemente ao manter um acompanhamento contínuo com uma equipe especializada e multidisciplinar, como acontece no Hospital Santa Mônica.

E você, está passando por essa situação ou conhece alguém que precisa de acompanhamento? Então, entre com contato conosco e veja como podemos ajudar!

12 Comentários em “Parar de tomar remédio psiquiátrico e interromper tratamento: quais os perigos?”

  • Genildo machado

    diz:

    minha esposa está tomando remédio para depressão e anciedade porém ela está inchando as pernas e o rosto o quê devemos fazer ?

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Genildo, seria importante conversar com o médico que está tratando sua esposa, pois ele saberá quais são as medicações indicadas e se for o caso, poderá medir alguns exames de sangue para avaliar.

      Responder

  • Isaete Gomes da Silva

    diz:

    Quero ajudar parei de tomar os medicamentos que tava mim fazendo mal e estou sentindo muita tontura e coração acelerado e calar excessivo.

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Isaete, seguem nossos contatos, ligue para o HSM que poderemos orientá-la
      (011) 99667-7454
      (011) 99534-4287

      Responder

  • Simone Ramos de Araujo

    diz:

    Fiquei três dias sem a medicação desvenlafaxina, na hora de dormir tive alucinação e não conseguia acordar.
    Quando consegui acordar fui correndo tomar a medicação,dividi o remédio em duas partes.
    Tomava 50mg e apartir de agora quero diminuir.

    Responder

  • Silvana

    diz:

    Olá, tenho uma filha adolescente com quadro grave de depressão. Ficamos um ano em atendimento pelo plano de saúde, não tivemos melhora com a medicação Maxaparan. Recentemente busquei uma psiquiatra particular, relatei todo o ocorrido ela entrou com a medicação Risperidona, Esc, Torval. Após 20 dias notei que um dos remédios estavam piorando ela, avisei a psiquiatra ela retirou o Riss e trocou o Torval pelo Divalcon ER. Depois disso foi só ladeira abaixo, crises todo dia, quer se matar, tá ansiosa, falta de ar, batendo a cabeça, comportamentos inadequados, excesso de atenção. Estou vivendo um pesadelo com minha filha depois desses remédios. O que pode ter acontecido de errado?

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Silvana, já pensou em internação? A internação é recomendada quando o paciente pode se colocar em risco. Infelizmente não podemos avaliar a condução clínica dela, porque teríamos que conhecer todo o histórico, mas se está em dúvida, por que não procura um outro psiquiatra especializado em infantojuvenil?

      Responder

      • Yara Xavier

        diz:

        Eu tomo há 3 anos o donaren 50 mg . Consultando recente, com outro médico, ele aumentou a dosagem pra 150 mg. Eu já não estava me sentindo bem anteriormente, piorou a situação. Tenho tontices, náuseas, fraqueza, dor muscular e batimentos acelerados. E por conta própria, estou diminuindo a dosagem. Ressalto que lendo a bula, constatei que sinto todos os sintomas colaterais. O remédio em vez de estar ajudando, está piorando meu estado de leve depressão. O que fazer, além de procurar um médico.?

        Responder

    • Joa

      diz:

      Cuide da sua filha, de amor e busque tratamentos alternativos

      Responder

  • Silvana

    diz:

    Qnd c para um antidepressivo de maneira brusca por 3 vezes.e volta a tomar ele.é possível que ele deixa d fazer efeito?

    Responder

    • Mônica

      diz:

      Olá Silvana, Não, os antidepressivos não apresentam o chamado efeito de tolerância. A tolerância ocorre quando, após a administração repetida de determinada droga, há necessidade de doses progressivamente maiores para se obterem os efeitos desejados com o uso inicial da droga.

      Responder

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