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Dependência Química

Melzinho do amor e aumento da libido: conheça os efeitos da droga

O melzinho do amor é uma droga que começou a ser usada nas baladas clandestinas durante a pandemia. Assim como outros entorpecentes, esse melzinho — cuja embalagem omite a sua real composição — representa muitos perigos para os jovens. Mediante a facilidade com que eles têm acesso às drogas, é preciso ficar atento também aos riscos da desinformação. 

Nesse contexto, Antonio Chaves Filho, psicólogo parceiro do Hospital Santa Mônica, especializado em dependência química, irá abordar os principais pontos de atenção quanto ao consumo dessa substância.

Veja o que é o melzinho do amor, sua composição, a finalidade do uso, os principais efeitos e os riscos à saúde. Ainda, saiba como auxiliar alguém envolvido nesse problema a restaurar a sua saúde mental. Acompanhe!

O que é o melzinho do amor?

É uma droga vendida em sachês e muito utilizada nos bailes funks clandestinos. O objetivo dos jovens que a consomem é melhorar a performance sexual. Porém, assim como acontece com o uso de drogas potentes como cocaína, crack e heroína, o melzinho do amor também representa riscos potenciais à saúde.

Recentemente, em dezembro de 2023, viralizou nas redes sociais o vídeo de uma influenciadora, Gabriela Nery @gabrielanerym, que tem 5 milhões de seguidores, colocando “melzinho do amor” escondido em um refrigerante que ela oferece para os colegas da faculdade. A moça também filma a reação dos colegas um tempo após terem ingerido a bebida, sem saber que continha a substância. Um dos sinais observados é o calor. Também fica subentendido a presença de possíveis ereções espontâneas.

A droga é amplamente divulgada e vendida pela internet, em postos de combustíveis e por “representantes” nas festas clandestinas. Na embalagem, consta que o produto é 100% natural. Mas, como você vai conferir mais adiante, o melzinho do amor está longe de ser um produto natural e inofensivo.

Qual é a composição dessa droga?

Nas embalagens do melzinho do amor, consta a presença de substâncias como mel da Malásia e Tongkat Ali, que são estimulantes naturais. Também há a indicação de café, canela, extrato de caviar, ginseng, maçã e gengibre. Porém, os fabricantes omitem a real composição do produto.

No melzinho do amor, também há Sildenafila e Tadalafila — fármacos utilizados para disfunção erétil. Embora essas substâncias sejam medicamentos aprovados no Brasil e comercializados na farmácia, elas oferecem riscos à saúde se usadas sem indicação médica e, principalmente, inadvertidamente. Os efeitos colaterais incluem priapismo prolongado (uma ereção longa e dolorosa com risco de necrose do pênis), lesão irreversível do membro e hipotensão grave, potencialmente fatal.

Assim, além dos componentes com efeitos psicoativos, o melzinho do amor contém essas substâncias que causam efeitos colaterais potencialmente graves.

O uso concomitante desses remédios com álcool eleva o risco de intensificação dos efeitos colaterais naturalmente provocados. Logo, são contraindicados para jovens e podem causar sintomas como tontura, queda da pressão arterial, visão turva e intensas dores de cabeça. 

O que as pesquisas alertam sobre o melzinho do amor?

Os efeitos dessa droga são tão preocupantes que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) expediu uma Resolução que alerta sobre as irregularidades do produto e proíbe a comercialização. O melzinho do amor é vendido com diversos nomes, mas nenhuma de suas formas de apresentação é autorizada pela Anvisa.                                              

A análise de três amostras do melzinho do amor feita pelo Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox) fez um importante alerta quanto ao consumo dessa substância. Foi nesse estudo que os pesquisadores confirmaram a presença de Sildenafila e Tadalafila, como já apontado.

Assim, a divulgação, a venda e a distribuição dos produtos está expressamente proibida. Porém, adolescentes e jovens continuam expostos aos riscos desse entorpecente, pois ele continua sendo vendido em comércio ambulante e em lojas online como promessa de melhorar o desempenho sexual.

Os princípios ativos dos medicamentos Sildenafila e Tadalafila são os mesmos do Viagra. Por isso, há um risco muito grande de efeitos colaterais graves, principalmente em jovens ou em indivíduos com problemas cardíacos e hipertensão arterial descontrolada. Além do mais, o uso desses remédios sem prescrição ou acompanhamento médico pode causar problemas irreversíveis e elevar o risco de morte.

Por que a Anvisa proibiu a comercialização desse produto?

Segundo uma matéria publicada pela Agência Brasil EBC, o melzinho do amor foi proibido pela Anvisa na tentativa de alertar os usuários desse suposto estimulante sexual. Porém, mesmo sendo proibido em todo o país, o melzinho do amor continua sendo vendido, o que coloca em risco a saúde e a vida de quem o consome. 

A intervenção da Vigilância Sanitária deixa claro que o consumo de uma substância não aprovada pelos órgãos competentes pode trazer sérios prejuízos à saúde. Além disso, não há comprovação da eficácia deste produto. 

Outro problema é que a fabricação de remédios clandestinos não é monitorada e nem fiscalizada, o que eleva as chances de contaminação e de adulteração dos componentes da fórmula. Geralmente, os fabricantes misturam outras substâncias para reduzir os custos e aumentar a lucratividade com a venda desse tipo de droga.

Quais são os riscos à saúde do jovem?

Saber as formas como os jovens se intoxicam ajuda a descobrir quais são os maiores riscos a que estão expostos. Outro prática que muito se tem falado, principalmente nos últimos anos, é o chemsex. Mas o que é que esse termo realmente significa? Chemsex se refere a um conjunto de práticas que misturam sexo (na maioria das vezes em grupos) com o uso de drogas.

Misturar drogas, sexo e produtos produzidos com base em compostos como os componentes do Viagra — presentes no melzinho do amor — não são indicados para mulheres e jovens menores de 18 anos. Infelizmente, esse entorpecente é mais utilizado por esse público, o que requer mais cuidado e atenção por parte dos pais.

Outro ponto destacado pelo estudo da Unicamp é que apenas um único sachê do melzinho do amor contém o dobro do Sildenafil presente no Viagra. Com isso, o consumo do produto por tempo prolongado pode levar à diminuição da pressão arterial. Se for combinado com outros medicamentos, o risco de graves complicações cardíacas e respiratórias é ainda maior.

Porém, os prejuízos não se limitam apenas às questões físicas, já que a dependência psicológica do remédio também é preocupante, haja vista a consequente piora da performance sexual do homem. Sendo assim, o ideal é orientar os jovens sobre os perigos relacionados ao consumo de tais substâncias.

Por que o Hospital Santa Mônica é a melhor solução?

Nosso hospital é especializado em reabilitação da saúde mental de adolescentes, jovens e adultos que sofrem com a adicção em drogas. Além do tratamento multidisciplinar realizado por profissionais com expertise no assunto, a nossa estrutura física é diferenciada. Oferecemos tratamento ambulatorial e internação focados na reabilitação do dependente químico.

Portanto, se você conhece alguém que precisa de suporte psicológico e de ajuda psiquiatra para superar a dependência química, procure ajuda especializada o quanto antes. Assim como o melzinho do amor, a cada dia surgem novas formas de tóxicos que atraem a atenção dos jovens, geram sofrimento e colocam a vida deles em risco.

Precisa de ajuda nesse sentido? Entre em contato conosco e tire as suas dúvidas com os nossos especialistas!

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