Nenhuma família está livre de enfrentar algum tipo de distúrbio. Inclusive, é comum que pais e mães monitorem os comportamentos das crianças desde cedo para saber se o desenvolvimento está adequado. A identificação de irregularidades pode apontar, por exemplo, que estão lidando com um filho narcisista.
O problema altera o modo como o indivíduo se relaciona com os demais, o que inclui amigos, familiares e até desconhecidos. Afinal, faz com que emoções e pensamentos sejam sentidos de maneira distinta, gerando consequências negativas em vários aspectos da vida.
Se você desconfia que algum ente querido tem Transtorno da Personalidade Narcisista (TPN), fique de olho nas informações deste artigo. A psicóloga do Hospital Santa Mônica, Ayde Câmara, irá tirar dúvidas sobre os sintomas comuns, as formas de diagnosticar e as opções de tratamento.
Qual é o perfil de um filho narcisista?
O narcisismo remete à paixão pela própria imagem. Quem conhece o mito de Narciso sabe que ele gira em torno de um rapaz muito belo. Sua morte trágica, no entanto, ocorreu por conta da admiração excessiva do reflexo visto nas águas de um rio.
Na atualidade, o termo está associado a um transtorno que afeta as relações, o trabalho e até os momentos de lazer do indivíduo. Isso porque gera atitudes abusivas em relação a outras pessoas, fazendo com que as interações fiquem cada vez mais difíceis.
Todos os grupos da sociedade podem apresentar um perfil narcisista, desde jovens até idosos. O problema tende a surgir na infância ou pré-adolescência e se estende para a vida adulta. Logo, é comum que pais sejam os primeiros a suspeitar que a condição acomete seus filhos.
As principais características incluem opinião elevada sobre si, sentimento de superioridade em relação aos outros e crença de que tem mais direitos que os demais. Vamos detalhar os sinais no próximo tópico para que você tenha facilidade em identificá-los.
Quais são os comportamentos típicos?
O filho narcisista costuma acreditar que é melhor em tudo e está sempre com a razão, não importa o que digam para ele. Essa conduta prejudica as conversas em família e até situações que deveriam ser vividas com tranquilidade, já que causa arrogância e episódios de desobediência.
Um indivíduo que sofre desse transtorno pode até fazer chantagem quando percebe que foi confrontado com bons argumentos. É possível, por exemplo, que passe a atuar no papel de vítima, acusando os parentes de negligentes ou alegando a existência de algum tipo de rejeição familiar.
Confira outros comportamentos típicos:
- manipulação constante para conseguir o que deseja;
- necessidade de ser o centro das atenções em todos os ambientes que frequenta;
- sentimento de importância em relação aos pais e irmãos (se tiver);
- demanda frequente por tratamento especial, em qualquer situação;
- prazer em magoar com palavras e atitudes que façam os outros se sentirem inferiores;
- desprezo por assuntos que não fazem parte de seus interesses;
- pouca ou nenhuma empatia por terceiros.
Por falar em empatia, é bem comum a incapacidade de o narcisista se colocar no lugar do outro. Mesmo que alguém demonstre sofrimento, ele dificilmente vai considerar isso um problema e oferecer ajuda.
Pessoas com Transtorno de Personalidade Narcisista têm redução de matéria cinzenta na área do cérebro que responde pelo sentimento de compaixão. Logo, tendem a invalidar as emoções dos demais. No caso de filhos jovens, esse comportamento atinge os pais com maior intensidade.
Quais são os transtornos relacionados?
Quem tem um filho narcisista pode perceber outros distúrbios em seu comportamento. Como os sintomas de cada condição variam bastante, é crucial analisar os detalhes e buscar ajuda especializada.
O narcisismo pode estar relacionado, por exemplo, a qualquer transtorno de personalidade que envolva humor irregular, impulsividade e dificuldade para se adequar aos limites e regras sociais. Pessoas com esse perfil podem apresentar, portanto, comportamento antissocial e borderline.
Existe algum tipo de diagnóstico?
As atitudes de um narcisista nem sempre deixam clara a existência do transtorno. Vale lembrar, ainda, que muitos desses indivíduos não têm consciência do estado em que se encontram. É até comum que considerem normais ou aceitáveis as várias condutas negativas.
Felizmente, é possível conter os sintomas e reverter o quadro com abordagens específicas. A investigação e o diagnóstico demandam o olhar de profissionais que trabalham com saúde mental. Psicólogos costumam ser os mais indicados para avaliar as relações do indivíduo e confirmar a suspeita do quadro.
Se você acredita que está lidando com um filho narcisista, vale a pena buscar apoio especializado para não cometer equívocos. O primeiro passo é se certificar de que o jovem aceitará ajuda, pois sua colaboração faz toda a diferença no sucesso da consulta.
Os psicólogos têm preparo adequado para buscar padrões, compreender sentimentos e classificar os sintomas, a fim de indicar o melhor processo terapêutico. De quebra, ainda conseguem tranquilizar os pais e conduzir situações delicadas da melhor forma.
Como procurar ajuda?
Não é fácil enfrentar os desafios trazidos pelo convívio com alguém que sofre de Transtorno de Personalidade Narcisista. Por isso, em caso de suspeita ou confirmação do problema, é importante que as famílias procurem ajuda nos locais certos. Lembre-se de que nunca é tarde para obter bem-estar e qualidade de vida.
O Hospital Santa Mônica conta com profissionais especializados nas mais diversas áreas, incluindo equipes para cuidar das questões relacionadas à saúde mental. Assim, se você descobriu que tem um filho narcisista, pode contar com todo o nosso suporte para enfrentar a situação sem preocupações.
Enquanto não acessa os atendimentos personalizados dos profissionais, evite conflitos desnecessários com a pessoa que demonstra ter algum transtorno. A paciência é essencial nessa etapa que antecede um possível diagnóstico e, de preferência, deve ser exercitada em todas as fases que englobam o processo terapêutico.
Agora que você sabe o que caracteriza um filho narcisista e as formas de lidar com esse perfil, não deixe de buscar a orientação de bons psicólogos e outros profissionais. Os especialistas vão analisar o quadro e orientar os familiares que estiverem envolvidos nas abordagens de tratamento.
Quer ter acesso a esse tipo de apoio? Então, entre em contato com a equipe do Hospital Santa Mônica e aproveite para agendar uma consulta!