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Dia Internacional do Orgulho LGBT: a conversa é sobre saúde mental

A intolerância, o preconceito e a discriminação fazem com que datas como o Dia Internacional do Orgulho LGBT sejam essenciais para promover a conscientização. Mesmo estando no século XXI, precisamos reafirmar que todas as pessoas são iguais e devem ter os seus direitos garantidos.

Quando isso não acontece, existe uma grande perda para a sociedade, mas os maiores impactados são os grupos que vivem essa realidade, ou seja, as próprias pessoas LGBTQIA+. Sua segurança é posta em risco, mas não só com relação à violência que vem do mundo exterior, pois muitas vezes o problema está em sua própria saúde mental.

Pessoas LGBTQIA+ estão muito expostas a problemas como ansiedade, depressão e risco de suicídio. Por isso, precisamos colocar esse tema em pauta para garantir seus direitos civis e o maior cuidado com sua qualidade de vida e bem-estar.

Como parte da nossa contribuição, a Dra. Luciana Mancini Bari, médica do Hospital Santa Mônica, preparou este artigo para debater sobre o assunto. Acompanhe.

Descubra a origem do Dia Internacional do Orgulho LGBT

O Dia Internacional do Orgulho LGBT foi criado a partir da Rebelião de Stonewall Inn, um bar noturno norte-americano localizado na cidade de Nova York. Nesse local, em 1969 houve uma batida policial com o intuito de prender pessoas que estavam ali por “conduta imoral”.

Batidas como essa já faziam parte da rotina da comunidade LGBT. Elas aconteciam de forma corriqueira em diferentes ambientes frequentados pelos homossexuais. Porém, nesse dia, que era 28 de junho, a realidade foi diferente. Os frequentadores do bar, tendo o apoio de simpatizantes, decidiram reagir.

Esse movimento ficou conhecido como a Rebelião de Stonewall Inn, sendo um protesto que durou mais de duas noites. A partir dele, diversas mobilizações foram iniciadas para garantir os direitos da população homossexual nas cidades americanas.

No ano seguinte, 1970, no dia 1º de julho foi realizada a primeira parada do orgulho LGBT. O objetivo era relembrar o acontecido e fortalecer os movimentos que lutavam contra a discriminação, a intolerância e o preconceito com a comunidade LGBT.

Com isso, a Rebelião de Stonewall Inn passou a ser considerada como o marco zero dos movimentos de igualdade para a comunidade homossexual no século XX. No Brasil, o Dia do Orgulho Gay teve sua primeira comemoração em 1995, no Rio de Janeiro.

Entenda a importância do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+

Você sabia que em 35% dos países do mundo revelar a homossexualidade é perigoso? As penas podem variar de 10 anos de prisão até mesmo à prisão perpétua. No Brasil, embora não tenhamos esse tipo de punição injustificada, os números da homofobia também são alarmantes.

Em 2020, 237 pessoas foram assassinadas por causa da homotransfobia, já em 2021, 320 pessoas LGBTI+ morreram por causas violentas no Brasil. Isso mostra que ainda existe um grande caminho a ser percorrido. Por isso, o Dia Internacional do Orgulho LGBT é necessário, sendo uma data fundamental para promover a conscientização.

O Dia do Orgulho Gay é uma luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, também um combate à transfobia, homofobia, à discriminação e à violência. Mas esse movimento vai além da transformação da sociedade em si, porque também é uma forma de demonstrar apoio para essas pessoas.

Para muitos LGBTQIA+, lidar com a própria sexualidade é difícil. Isso acontece por causa da realidade em que estão inseridos na sociedade, em seu círculo social, na família e em função de si mesmos.

O desrespeito, a não aceitação e a falta de apoio, além da ausência de direitos básicos, levam os LGBTQIA+ a desenvolverem problemas de saúde mental. Logo, por meio do Dia Internacional do Orgulho LGBT existe o objetivo de incentivar as pessoas dessa comunidade a se orgulhar de quem são, aceitando a si mesmas para que possam viver com mais qualidade.

Confira os principais problemas de saúde mental que podem se relacionar com a comunidade LGBTQIA+

Como você viu, o Dia do Orgulho Gay também é uma data para cuidarmos da saúde da comunidade LGBT, inclusive com relação aos problemas mentais. A homossexualidade ainda é tratada como um crime, pecado ou imoralidade, dependendo das crenças limitantes de cada pessoa ou sociedade.

Tudo isso leva a uma dificuldade de aceitação por parte do próprio indivíduo, ou traz dificuldades nos seus relacionamentos sociais e familiares, além de menos oportunidades para construir uma vida como qualquer outra pessoa. Inclusive, há menos chances no mercado de trabalho para garantir o próprio sustento.

Além disso, essas pessoas desejam uma vida normal, se casar e ter filhos, mas não conseguem ter esses direitos garantidos. A somatória desses e outros problemas, que também envolvem a autoaceitação, provocam abalos na saúde mental. A seguir, falamos dos três principais problemas que se relacionam com a comunidade LGBTQIA+.

Depressão

A depressão ocorre em função de desequilíbrios bioquímicos no cérebro, que reduzem os neurotransmissores que trazem sensação de bem-estar e felicidade. Isso acontece em função de situações estressantes ou perturbadoras vivenciadas pelo indivíduo.

Por essa explicação, podemos entender por que a depressão é um dos problemas mais comuns na comunidade LGBTQIA+. Você viu ao longo do artigo as grandes dificuldades que os homossexuais ainda enfrentam, e tudo isso leva a essas situações perturbadoras que causam o problema.

Ansiedade

O transtorno de ansiedade se manifesta em função de uma causa isolada ou da combinação de diferentes fatores. Pode ser o estresse, traumas e a própria depressão, sobre a qual já falamos. Tudo isso leva a uma preocupação excessiva, persistente e intensa, com o medo de situações cotidianas.

Também por causa das dificuldades enfrentadas pela comunidade LGBTQIA+, o transtorno de ansiedade ocorre com frequência entre essas pessoas. Elas vivenciam um estado constante de tensão pela grande represália que sofrem, além do medo da violência e do atentado contra sua vida.

Há, ainda, a difícil decisão de revelar a sua sexualidade para a família e a necessidade de debater a respeito disso enquanto pessoas heterossexuais não precisam. Existe o medo de não ser aceito em sociedade e as incertezas com o próprio futuro por causa das dificuldades que são colocadas no cotidiano da comunidade LGBTQIA+.

Risco de suicídio

Você sabia que pessoas LGBTQIA+ têm 6 vezes mais chances de cometer suicídio? Além disso, em um estudo realizado no Brasil, 67% dos entrevistados afirmaram sentir vergonha da sua orientação sexual. Desses, 10% foram apontados com risco para cometer suicídio também.

Mais da metade dos participantes do estudo disseram conhecer alguém da comunidade LGBTQIA+ que já tentou tirar a própria vida. Alguns motivos que levam à ideação suicida, segundo os próprios homossexuais, são a indiferença, o preconceito, a depressão, a falta de amor-próprio, dificuldades no relacionamento com a família ou a rejeição familiar.

Por tudo isso, o Dia Internacional do Orgulho LGBT é um movimento que precisa ganhar cada vez mais força e voz, garantindo a dignidade que a comunidade LGBTQIA+ tem direito. Para ampliar o suporte a essas pessoas, o Hospital Santa Mônica disponibiliza toda a sua expertise para o tratamento de transtornos e problemas de saúde mental, contribuindo para o autoconhecimento e equilíbrio, a fim de alcançar mais qualidade de vida.

Saiba mais a respeito do trabalho do Hospital Santa Mônica. Entre em contato conosco e veja como podemos apoiar você no cuidado com a sua saúde mental.

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