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Psiquiatria

Crise de ansiedade: o que fazer e como identificar?

Crise de ansiedade: o que fazer quando ela afeta milhões de pessoas no mundo todo? De acordo com a Opas — Organização Pan-Americana de Saúde), só no Brasil, cerca de 18,6 milhões de pessoas lidam com esse problema diariamente, e os sintomas podem surgir de repente: coração acelerado, sensação de sufoco e uma inquietação difícil de explicar.

Esse transtorno pode se manifestar de diversas formas, mas uma coisa é certa: ele não deve ser ignorado. Saber reconhecer os sintomas e, principalmente, como agir durante uma crise pode mudar completamente a forma como enfrentamos esse desafio.

Se você quer descobrir mais sobre a crise de ansiedade, o que fazer e como identificar os sinais antes que eles se agravem, continue a leitura. Entender melhor esse transtorno é o primeiro passo para retomar o controle da sua vida.

Quais são os sintomas de uma crise de ansiedade?

Quem lida com muitas tarefas no dia a dia ou precisa tomar decisões difíceis pode demonstrar alguns sinais de ansiedade nos momentos mais críticos de sua rotina. Porém, os sintomas podem variar bastante de pessoa para pessoa, tanto na intensidade quanto na forma como se manifestam. A seguir, saiba quais são os mais comuns.

Palpitações e aumento dos batimentos cardíacos

As palpitações podem surgir de repente, dando a sensação de que o coração está acelerado ou até “saltando do peito”. Esse aumento nos batimentos ocorre como resposta ao estresse, preparando o corpo para um possível perigo, mesmo que não haja uma ameaça real. Embora assustador, esse sintoma é passageiro e geralmente não indica problemas graves no coração.

Sensação de falta de ar ou respiração acelerada

Durante uma crise de ansiedade, é comum ter a sensação de que o ar não está chegando aos pulmões de maneira suficiente. Isso acontece porque o corpo está em alerta, como se estivesse se preparando para um perigo iminente. Esse sintoma gera ainda mais angústia, já que a falta de ar pode ser confundida com problemas respiratórios graves, intensificando o desconforto do momento.

Tontura e sensação de desmaio

Durante as crises, a respiração acelerada pode reduzir os níveis de dióxido de carbono no sangue, causando a sensação de leveza na cabeça, como se tudo ao redor estivesse girando. Essa instabilidade pode vir acompanhada da impressão de que você está prestes a desmaiar, o que aumenta ainda mais o medo e o desconforto. Apesar de assustador, esse sintoma geralmente desaparece assim que a respiração é normalizada.

Tremores e sudorese excessiva

Quando o sistema nervoso entra em estado de alerta, os músculos ficam tensos, resultando em tremores involuntários nas mãos, pernas ou até no corpo todo. Ao mesmo tempo, o organismo, tentando se resfriar, pode aumentar a produção de suor.

Medo intenso ou sensação de pânico

O medo intenso ou a sensação de pânico são características marcantes de uma crise de ansiedade. Durante esses momentos, a pessoa pode sentir uma angústia profunda, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer, mesmo sem uma ameaça real. Esse pânico pode ser tão avassalador que o indivíduo se sente paralisado, sem saber como reagir. A mente entra em estado de alerta máximo, o que intensifica outros sintomas físicos, criando um ciclo de medo difícil de interromper.

Pensamentos acelerados ou descontrole mental

Durante uma crise de ansiedade, os pensamentos podem se acelerar de forma intensa, tornando difícil focar em uma única coisa. A mente parece estar correndo sem controle, passando rapidamente por cenários negativos e preocupações, o que alimenta ainda mais o estado de pânico.

Alguns dos sintomas mais comuns são: dor de cabeça, irritabilidade, palpitação, suor em excesso (a chamada sudorese) e tensão muscular. Em temos emocionais, o indivíduo pode apresentar instabilidade comportamental, acompanhado de medo insegurança.

Vale lembrar que é normal se sentir ameaçado quando confrontado com várias responsabilidades ou mudanças significativas é uma reação comum. Essa sensação desperta instintos primitivos de defesa, levando o indivíduo a querer lutar ou fugir, mesmo que de forma inconsciente.

Contudo, é essencial distinguir entre um pico emocional e um transtorno mental, já que cada caso requer tipos diferentes de atenção e cuidado.

Por que uma crise de ansiedade acontece?

Uma crise de ansiedade pode ser desencadeada por diferentes fatores, que variam de pessoa para pessoa, e podem ser internos ou externos, muitas vezes relacionados a eventos do cotidiano ou a questões emocionais mais profundas. Algumas das principais causas que levam ao surgimento dessas crises são:

  • estresse excessivo — situações de pressão no trabalho, estudos ou vida pessoal podem sobrecarregar a mente.
  • traumas passados — experiências negativas, como acidentes ou perdas, podem deixar marcas que resultam em crises;
  • predisposição genética — pessoas com histórico familiar de ansiedade têm maior chance de sofrer crises;
  • desequilíbrio químico no cérebro — a falta de neurotransmissores ligados ao bem-estar pode aumentar a sensibilidade ao estresse;
  • excesso de preocupações — pensar constantemente em problemas futuros ou situações fora de controle pode ser um gatilho.

O que fazer para combater a ansiedade?

Mesmo com as particularidades de cada indivíduo, há atitudes básicas que podem ser tomadas para aliviar e prevenir crises de ansiedade.

A alimentação saudável é um dos cuidados mais importantes para a saúde e o bem-estar, qualquer que seja o quadro clínico de uma pessoa. O ideal é reservar horários para as refeições, de modo a evitar a sobreposição de tarefas.

Além disso, é preciso evitar o consumo em excesso de doces e bebidas estimulantes, geralmente as válvulas de escape para quem sofre desse mal.

Luana Harada, psiquiatra do Hospital Santa Mônica, reforça que a atividade física também auxilia no controle das emoções, pois realizar com frequência qualquer exercício faz com que o corpo libere hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar. No longo prazo, corpo e mente ficam mais equilibrados e a pessoa passa a ter mais disciplina.

Lembre-se de que atenção e cuidados diários são essenciais, mas não dispensam ajuda médica especializada.

Como tratar a crise de ansiedade?

Tratar uma crise de ansiedade requer uma combinação de cuidados imediatos e acompanhamento especializado. Nessas situações, técnicas de respiração profunda e exercícios de relaxamento podem ajudar a acalmar o corpo e a mente. No entanto, é fundamental buscar ajuda de um profissional de saúde mental, que poderá avaliar cada caso e orientar o tratamento mais adequado.

Existem diferentes tipos de tratamentos disponíveis para lidar com a ansiedade. A psicoterapia, principalmente a terapia cognitivo-comportamental, é uma das mais indicadas, pois auxilia o indivíduo a identificar e alterar os padrões de pensamento que intensificam as crises.

Em alguns casos, o uso de medicação pode ser necessário para controlar os sintomas mais intensos. Além disso, hábitos saudáveis, como prática regular de exercícios físicos e técnicas de mindfulness, também podem complementar o tratamento.

Mas é importante reforçar que somente um profissional qualificado pode indicar o tratamento mais apropriado, considerando as particularidades de cada paciente. Por isso, é indispensável procurar um especialista para ter um controle mais efetivo da ansiedade.

Agora que você já sabe o que fazer em uma crise de ansiedade, é possível lidar com esses momentos de forma mais consciente e eficaz. Identificar os sintomas, aplicar técnicas de controle e buscar orientação especializada são passos importantes para superar o desconforto. Além disso, procure manter uma rotina saudável e equilibrada, pois isso ajuda a prevenir novas crises e melhora o bem-estar geral.

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