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Transtorno de estresse agudo: conheça suas causas e tratamentos

Se você ou alguém que conhece passou por algum evento traumático e apresentou mudanças de comportamento, talvez esteja sofrendo com o transtorno de estresse agudo. Essa é uma condição em que um evento de alto impacto traz consequências negativas devido à incapacidade de lidar com a situação.

Por isso, exige atenção, já que seu tratamento inadequado traz dificuldades sérias. Uma delas é o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) — que é uma complicação do transtorno de estresse agudo.

Portanto, o primeiro passo é identificar os sintomas desse transtorno e procurar ajuda. Para entender melhor, leia este artigo e saiba mais com o psiquiatra Rodrigo Rocha, médico do Hospital Santa Mônica.

O que é o transtorno de estresse agudo?

O transtorno de estresse agudo é um período de recordações invasivas ocorrido após a passagem de um evento traumático, que pode ser uma situação ameaçadora, extrema ou estressante. Normalmente, acontece no prazo de 4 semanas e se caracteriza por alterações físicas, cognitivas e emocionais.

Nesse intervalo de tempo em que a pessoa sofre com esse distúrbio, ela revive a situação que viveu ou testemunhou. Além disso, tenta evitar estímulos que façam lembrar o trauma e ficar mais alerta.

A duração do transtorno de estresse agudo é de pelo menos 3 dias, podendo ser de até um mês. Assim, é uma situação relativamente normal. O problema acontece quando a pessoa não sabe lidar com o problema e ele se agrava.

Quais são os sintomas do transtorno de estresse agudo?

As pessoas que passam por esse transtorno apresentam diferentes sintomas. Entre eles estão:

  • taquicardia;
  • boca seca;
  • alteração da pressão arterial;
  • contrações musculares;
  • sensação de morte;
  • angústia;
  • medo;
  • ansiedade;
  • insegurança;
  • tristeza;
  • impotência.

Ou seja, os sintomas são físicos, cognitivos e emocionais. Ainda podem surgir alguns dissociativos, por exemplo:

  • despersonificação, que é a sensação de estranheza em relação ao próprio corpo;
  • desrealização, ou seja, a percepção de que o ambiente é estranho, que se está em um sonho, ou que o tempo está diminuído ou acelerado.

Quais são as causas desse distúrbio?

O transtorno de estresse agudo sempre é causado por uma situação de violência, que pode ter sido vivenciada ou testemunhada pelo indivíduo. Assim, ocorre o chamado quadro de revivência, caracterizado por pensamentos intrusivos e recorrentes. Isso gera um sofrimento psicológico intenso.

Quando não tratado da forma adequada, pode evoluir para consequências graves. Uma delas é o TEPT, que pode impactar a vida do indivíduo de forma significativa e requer uma atenção maior.

E suas principais características?

As pessoas que passam por eventos traumáticos tendem a apresentar uma reação aguda ao estresse. Assim, passam por períodos de raiva, choro, insônia ou medo. Essas respostas são normais e esperadas, mas tendem a diminuir sua prevalência no período de 30 dias. Assim, os sintomas mais intensos desaparecem nesse período.

Quando o indivíduo tem sintomas mais disfuncionais e intensos, e até apresenta alguns dissociativos, ele tende a apresentar o transtorno do estresse agudo. Assim, esse distúrbio é caracterizado com frequência por:

  • hipersensibilidade a potenciais ameaças;
  • dificuldade de concentração;
  • resposta de sobressalto exagerada;
  • pensamentos catastróficos ou extremamente negativos;
  • ataques de pânico nos primeiros 30 dias após a exposição ao trauma;
  • comportamento caótico ou impulsivo.

Como identificar os sinais?

Os sintomas do transtorno de estresse agudo variam de 2 a 30 dias. Normalmente, o indivíduo que passa por esse momento apresenta:

  • sensação de revivência do trauma, o que acontece por meio de flashbacks;
  • memórias e sonhos angustiantes, incontroláveis, recorrentes e intrusivos;
  • angústia ao relembrar o evento traumático, com desejo de evitar pessoas, lugares, situações, entre outros elementos que gerem essa recordação;
  • perda da memória relacionada a partes da situação de trauma;
  • incapacidade de sentir emoções positivas;
  • distúrbios do sono;
  • dificuldade de concentração;
  • irritabilidade;
  • sustos exagerados a barulhos fortes, movimentos repentinos e outros tipos de estímulo;
  • hipervigilância.

Se você está verificando esses sinais em si ou em outra pessoa, é importante buscar ajuda especializada. O diagnóstico é feito com base no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DMS 5) e deve ser realizado por um médico psiquiatra.

Como ajudar quem sofre do transtorno de estresse agudo?

O ideal é adotar uma postura de acolhimento e empatia, entendendo a situação pela qual a pessoa está passando. Assim, ela entende que está em um local seguro e é mais fácil os sintomas desaparecerem.

Apesar disso, é importante buscar auxílio especializado para obter um diagnóstico correto. A partir do laudo do psiquiatra, é possível fazer uma intervenção direcionada e personalizada para cada caso; tudo sempre considerando a realidade do paciente.

Quais são as opções de tratamento para esses casos?

Nos casos em que é preciso fazer o tratamento, é preciso contar com o auxílio especializado para verificar a necessidade de suporte médico psiquiátrico. Além disso, a psicoterapia e a intervenção medicamentosa costumam ser indicadas.

Nesse processo, a equipe multiprofissional trabalhará o autocuidado. Esse âmbito abrange a segurança pessoal, a atenção plena e a saúde física. Ou seja, é importante que o paciente se sinta protegido e tenha uma alimentação saudável, assim como uma rotina de sono bem estabelecida.

Por sua vez, a atenção plena tende a reduzir a raiva, o estresse, o isolamento e outros sentimentos negativos vivenciados no transtorno de estresse agudo. Nesse processo, é importante que haja a participação da família, especialmente na prática de hobbies, como cozinhar, desenhar, assistir a um filme etc.

Outras práticas também podem ser adotadas, como técnicas de relaxamento, reestruturação cognitiva e exposição imaginária. Dessa forma, o tratamento tende a ter mais chances de sucesso, principalmente quando se conta com o apoio da família.

Também é importante deixar claro que os medicamentos podem ser úteis em casos mais graves. Assim, o paciente percebe uma redução da ansiedade e consegue ter mais tranquilidade na sua rotina para lidar com os novos desafios.

O transtorno de estresse agudo pode ser controlado, de forma a evitar uma complicação. No entanto, é preciso fazer a intervenção necessária do jeito correto. Com isso, o paciente volta a se sentir seguro e deixa de reviver aquela memória negativa.

E você, conhece alguém que passa por essa dificuldade? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica e conheça nossos diferentes tipos de tratamentos.

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