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Conheça sobre o transtorno opositivo desafiador na infância

O transtorno opositivo desafiador (TOD) é um quadro que se destaca pela agressividade e hostilidade nos comportamentos do paciente. Uma série de atitudes bastante degradantes, tanto para o próprio sujeito quanto para o outro, se tornam um padrão recorrente e persistente no transtorno. Isso acaba gerando muito sofrimento e uma série de conflitos, inclusive o conhecido Burnout parental

Reconhecer os primeiros sinais é importante para buscar o apoio de profissionais especializados. Pensando nisso, neste artigo, Dra. Luciana Mancini Bari, coordenadora de práticas médicas do Hospital Santa Mônica, explica o transtorno opositivo desafiador e como buscar tratamento. Veja mais!

O que é o transtorno opositivo desafiador na infância?

Transtorno opositivo desafiador na infância se caracteriza por um impulso destruidor, que pode aparecer tanto de maneira verbal como de forma física. O paciente pode ter essas manifestações voltadas para si ou para os outros, de um modo bastante persistente ao longo do tempo.

No quadro, há um padrão muito recorrente de desafio, negativismo, desobediência, acessos de ira, violência e hostilidade. Ações como não se entrosar com colegas na escola, discutir com adultos, desafiar ativamente ou não obedecer a regras de solicitações são alguns exemplos.

Outras práticas que costumam apontar que algo não vai bem com a saúde mental da geração alpha são perda de paciência, responsabilizar os outros pelos próprios erros ou mau comportamento, demonstrar raiva, ressentimento, rancor ou busca por vingança. O paciente, comumente, também realiza deliberadamente coisas que aborrecem outras pessoas.

Em se tratando de saúde mental, é importante destacar que não se fala em cura de transtornos, mas em estabilização. O transtorno de oposição desafiador pode ser persistente ao longo do desenvolvimento, levando a conflitos frequentes com familiares, professores, figuras de autoridade, colegas e parceiros românticos.

Isso gera consequências na jornada acadêmica e profissional, leva a comprometimento social e dificulta a vida emocional. Assim, cria-se um círculo vicioso de fracasso pessoal e na trajetória de estudo e trabalho.

É importante destacar que o transtorno opositivo desafiador ocorre mais em meninos. Isso não se deve à influência genética, mas, sim, à forma como os homens são inseridos na sociedade.

A agressividade, a falta de afetividade e a dificuldade em manifestar afeto e estabelecer amizades são estimulados na socialização dos indivíduos do sexo masculino, devido aos padrões sociais. Esse cenário é uma grande fonte de sofrimento e pode gerar muitas sequelas nos meninos.

Quais são as causas do transtorno opositivo desafiador na infância?

O que leva alguém tão jovem a ter um padrão de atitude extremamente hostil e tóxico? Não se deve pensar que qualquer desobediência de uma criança seja um quadro de transtorno opositivo desafiador. Afinal, faz parte do desenvolvimento que, em alguns momentos, os menores submetam autoridades a testes.

A questão é que existe um contexto, que favorece a ocorrência do TOD. Experiências de grande violência e privação, mãe narcisista, ambientes familiares muito permissivos, contraditórios ou carregados de conflitos e hostilidade, além da agressividade de parentes são apenas alguns exemplos.

Experiências de violência e exclusão na escola ou em outras contingências também favorecem a instauração de um comportamento agressivo e destruidor.

O que deve ser evitado é o raciocínio simplista e determinista. Não há uma causa genética no transtorno, mas, sim, formas de estabelecer relações com as pessoas e a vida que podem se repetir.

Além disso, não há nenhuma intercorrência nos neurônios ou uma forma defeituosa do cérebro funcionar que determina o quadro. A causa é multifatorial. De todo modo, conte com o apoio de um profissional para uma correta análise da situação.

Por que a questão não é só de medicar o caso?

A medicação psiquiátrica, caso seja necessária, deve ser encarada como uma aliada para facilitar o tratamento e a vivência do paciente. Ela pode auxiliar, por exemplo, na melhoria do humor e em proporcionar mais calma para o indivíduo tratar suas questões em terapia. Além disso, ter mais facilidade para lidar com os desafios da rotina e das relações interpessoais.

Porém, nunca se deve somente medicar. O paciente necessita falar de suas dificuldades e contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar para criar recursos e enfrentar impulsos agressivos e hostis. 

Afinal, um quadro como o transtorno opositivo desafiador não surge do nada. Há questões e feridas provocando sintomas. Por isso, é essencial um apoio terapêutico para tratar as raízes do problema.

Quais são as possibilidades de tratamento?

Lembre-se que a abordagem para tratar qualquer quadro psiquiátrico é de não buscar culpados, mas de tentar tratar, dentro dos limites possíveis. A perspectiva não é de uma cura ideal e remoção do problema.

Na verdade, o que ocorre é que o paciente construiu uma forma de viver e estabelecer relações baseadas na hostilidade, devido a fatores diversos que dependem da singularidade e percepções pessoais do paciente.

O que é necessário é trabalhar o sintoma e as experiências em terapia. Assim, ajuda no desenvolvimento de um eixo e de uma forma de relação mais saudável e menos degradante para o sujeito e o outro.

Dessa forma, uma boa alternativa é o apoio com psicólogo ou psicanalista e um psiquiatra. Se houver outras questões envolvidas no quadro, é possível buscar outros especialistas, como os neuropsicólogos, dependendo da indicação dos médicos.

Como o Hospital Santa Mônica pode ajudar?

O Hospital Santa Mônica conta com profissionais altamente qualificados e especializados. Eles trabalham com diagnóstico diferencial, tratamento e orientação, e fornecem amparo e apoio à família.

A ala de Saúde Infanto-Juvenil do hospital conta com uma equipe multidisciplinar, trabalhando com a faixa etária a partir de 8 anos e adolescentes.

A família poderá ter segurança quanto à equipe especializada do Hospital Santa Mônica e no tratamento. Além disso, é possível trocar experiências com as outras famílias de pacientes que estão passando pela mesma situação.

O tratamento é o melhor caminho para retomar a vida social, o convívio com os familiares, a elevação da própria autoestima e o equilíbrio para se ter uma trajetória com mais qualidade de vida.

Transtorno opositivo desafiador é um quadro que deve ser avaliado por profissionais especializados e que se manifesta de forma persistente, por meio de uma série de comportamentos hostis.

O tratamento psiquiátrico no Hospital Santa Mônica envolve uma abordagem de acolhimento, cuidado e respeito com o paciente. Dessa forma, proporciona condições para a melhoria da qualidade de vida, para o cuidado em relação às crises e o estabelecimento de uma vivência mais gratificante.

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