Quando alguém sofre de dependência química, sua saúde física e mental começa a se danificar. Com a ajuda de uma intervenção profissional em hospital psiquiátrico, a família pode criar um plano de ação para desintoxicação e reabilitação. Dito isso, podemos identificar cinco fases da desintoxicação do dependente químico, que discutiremos a seguir.
O processo é individual, sendo único para dependentes. Alguns fatores analisados no plano terapêutico são o tipo e a quantidade de substâncias consumidas, a frequência de uso, o tempo de consumo, os fatores pessoais e a rede de apoio social.
Uma intervenção bem-sucedida levará todos esses fatores em consideração para iniciar eficientemente a primeira etapa: planejamento e preparação. Neste artigo, o psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antonio Chaves Filho, explora os cinco estágios de desintoxicação para dependentes químicos. Acompanhe!
O que é desintoxicação?
A desintoxicação de drogas é o processo de remoção das substâncias do organismo de uma pessoa dependente. As intervenções variam de pessoa para pessoa e devem ser indicadas por médicos experientes em um ambiente preparado, como hospitais psiquiátricos.
Quando um usuário de drogas tenta parar de usar, as substâncias permanecem em sua corrente sanguínea por um certo período. Então, a pessoa ainda pode experimentar os efeitos da droga muito tempo após tê-la tomado pela última vez.
Com o passar do tempo, sem novo consumo da substância, as drogas serão metabolizadas e eliminadas do corpo pela urina, pelas fezes e pela respiração. Essa “limpeza” é necessária para que o corpo se acostume a funcionar sem elas.
No entanto, nem sempre o tratamento do vício em drogas envolverá essa etapa, pois algumas substâncias não provocam a dependência química. Os tipos mais comuns em que a desintoxicação é necessária são:
- opioides, como a heroína;
- benzodiazepínicos, como o clonazepam;
- álcool;
- estimulantes, como a metanfetamina.
Quais são as fases da desintoxicação do dependente químico?
Confira as principais etapas da desintoxicação a seguir.
Primeira etapa – planejamento e preparação
Essa etapa começa com a família e pessoas próximas se conscientizando sobre os sinais de vício. Os membros da família devem estar vigilantes e conhecer os sintomas de dependência para que possam obter ajuda para os seus entes queridos antes que a situação se complique.
Enquanto os sinais de dependência de várias drogas variam, há aspectos comuns de abuso, tais como:
- uma mudança drástica no comportamento;
- realização de atividades que precisam ser escondidas ou secretas;
- dificuldade para manter relacionamentos saudáveis com os membros da família;
- mudança nos gastos.
As famílias dos usuários precisam estar cientes dos hábitos de seus entes e do que eles fazem para lidar com suas emoções. Eles podem passar por uma ampla gama de emoções como raiva, tristeza, solidão e culpa.
Além disso, na tentativa de resolver seus problemas sozinhos, os dependentes podem tentar se automedicar com drogas e álcool para evitar sentimentos difíceis.
Segunda etapa – retirada
A segunda etapa da desintoxicação é a retirada, que ocorre quando o corpo não está mais exposto a drogas. Ela pode ser desconfortável e até dolorosa para alguns dependentes.
Por isso, antes de iniciar um programa de desintoxicação, a equipe de saúde conduzirá uma avaliação médica para determinar o melhor plano de tratamento de desintoxicação para o paciente com base em:
- seu histórico de saúde;
- as drogas consumidas;
- seu nível atual de dependência.
O objetivo da desintoxicação é reduzir com segurança a quantidade de drogas na corrente sanguínea. Quando uma pessoa é dependente, seu corpo se acostuma com um nível muito elevado de neurotransmissores, substâncias que regulam o cérebro e a mente. Isso afeta o humor, o sono, a dor e os sentimentos de prazer.
Quando as drogas deixam o corpo, alguns desses neurotransmissores caem para níveis mais baixos e podem causar sintomas desconfortáveis, que variam de leves a incapacitantes. Tanto a gravidade quanto a duração dos sintomas de abstinência dependem da quantidade e do tipo de drogas consumidas.
Terceira etapa – reabilitação
A terceira etapa da desintoxicação é a reabilitação, quando o indivíduo entra em um programa para aprender a viver um estilo de vida sóbrio. Durante essa etapa, o dependente participará de sessões de terapia individual e em grupo.
Os métodos terapêuticos mais comuns usados nos centros de tratamento de dependência são:
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC);
- Terapia Comportamental Dialética (TCD);
- Entrevista Motivacional (EM).
Na TCC, os terapeutas ensinam habilidades e métodos para mudar pensamentos e comportamentos que podem estar impedindo o paciente de progredir em sua recuperação. A TCD se concentra em regular as emoções e lidar com as relações interpessoais. A EM é usada para ajudar os dependentes a identificar seus pontos fortes e aprender como usar suas habilidades para a recuperação.
Além da terapia, um dia típico em um centro de tratamento de vícios consiste em serviços médicos, atividades em grupo e horários de refeições. Os pacientes são cuidadosamente monitorados e têm consultas diárias para comparecer. Eles também têm a oportunidade de participar de atividades recreativas.
Etapa quatro – recuperação e prevenção de recaída
A quarta etapa da desintoxicação é a recuperação, que ocorre quando o paciente não está mais abusando ou consumindo drogas. O indivíduo completou seu programa de tratamento e está agora em um programa de manutenção para evitar recaídas.
Embora seja importante celebrar a conclusão da desintoxicação e do tratamento, os membros da família devem entender que o seu ente ainda está nos estágios iniciais da recuperação. Há um risco de recaída que faz parte de todo e qualquer tratamento de dependência química. Portanto, a família e amigos precisam permanecer vigilantes e solidários.
Para o dependente, os primeiros meses de recuperação são os mais perigosos. É essencial que ele permaneça em contato com o hospital em que se internou, mesmo após o término de seu programa de tratamento.
Passo cinco – pós-tratamento e integração
A quinta etapa da desintoxicação é o pós-tratamento e a integração de volta à sociedade. Uma vez que um usuário de drogas tenha completado seu programa de tratamento e esteja limpo, ele é dispensado e deve agora se reintegrar à sociedade e à sua vida diária.
Esse pode ser um momento desafiador, sobretudo se ele estiver retornando ao seu ambiente doméstico, onde antes abusava de drogas e álcool. Isso pode despertar seu desejo de usar novamente e colocar sua sobriedade em perigo.
O período pós-tratamento é um momento delicado para o dependente em recuperação. A família e os amigos devem ser sensíveis às necessidades e aos desafios que ele terá. Por isso, devem fornecer constantemente as ferramentas e o apoio necessários para ajudá-lo a se reintegrar na sociedade.
Portanto, é fundamental entender que as fases da desintoxicação do dependente químico não são lineares. São ciclos que podem se repetir conforme a experiência individual de cada paciente. Para garantir maiores chances de sucesso, é importante que a família procure instituições de internação preparadas e experientes, as quais acompanharão o usuário mesmo após a alta.
O Hospital Santa Mônica oferece tratamentos baseados nas melhores evidências científicas de eficácia. Acolhemos o dependente e a família em todas as fases da desintoxicação. Quer saber mais sobre nossos serviços? Entre em contato com nossa equipe!
