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Intervenções familiares no tratamento da dependência química: como ajudar?

O consumo abusivo de drogas gera impactos significativos na vida pessoal, familiar, profissional e no convívio social. O problema se torna ainda mais desafiador quando a pessoa não reconhece a necessidade de ajuda. Nessas situações, as intervenções familiares no tratamento da dependência química são fundamentais para a adesão às terapias mais indicadas.

Diante disso, o psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antonio Chaves Filho, irá explicar o que deve ser feito quando o dependente químico não quer se tratar, mesmo na impossibilidade de resolver esse problema sozinho.

Confira a melhor forma de conversar com o familiar para convencê-lo sobre a importância do tratamento. Boa leitura!

Qual é a importância das intervenções familiares no tratamento da dependência química?

Dados do Relatório Mundial sobre Drogas 2021 alertam para os riscos que a adição em drogas representa para o usuário, família e sociedade. Segundo o relatório, 275 milhões de pessoas consumiram drogas ilícitas no mundo no último ano. Dessas, mais de 36 milhões apresentaram transtornos resultantes do abuso dessas substâncias.

Essas estatísticas sugerem a necessidade de pensar em estratégias mais eficazes para ajudar os dependentes químicos a vencer a adição em drogas. No entanto, é preciso considerar a dependência química como uma doença crônica e multicausal. Diante disso, a família deve priorizar um diálogo aberto de modo a auxiliar o ente querido em suas dificuldades.

A família é uma peça-chave para tornar esse quadro menos agravante e apoiar o dependente no gerenciamento das terapias. Logo, a presença familiar é de suma relevância para que as intervenções psicoterapêuticas e sociais proporcionem o efeito esperado.

O que a família pode fazer para ajudar o dependente químico?

A participação e o envolvimento de toda a família é fundamental para o alcance de melhores resultados na reabilitação. Por isso, as intervenções familiares no tratamento da dependência química — e da codependencia química — são uma importante estratégia para ajudar o membro a se libertar das drogas.

Nesses casos, listamos alguns pontos relevantes em relação ao papel da família. Veja quais são.

Incentivar a adesão ao tratamento

Quando os familiares demonstram interesse em acompanhar os procedimentos e participam do grupo de família, o dependente químico se sente mais motivado a seguir as orientações médicas e psicológicas. Assim, o envolvimento da família influencia bastante a adesão e a continuidade do tratamento.

Além do mais, a presença da família é considerada como um suporte emocional nos momentos de recaída. Por isso, as intervenções familiares são determinantes para a vigilância e controle do consumo de drogas pelo familiar durante as terapias.

Considerar a dependência química como doença

Para que os responsáveis familiares desempenhem uma função mais eficiente na recuperação de seu ente querido, é necessário trabalhar, primeiramente, a visão do problema. Contextualmente, é preciso cultivar a consciência de que a dependência química é uma doença crônica que requer tratamento.

Ou seja, os familiares não devem fazer julgamentos de valor quanto às dificuldades enfrentadas pelos pacientes. Isso precisa ser discutido, de forma mais aberta, já que muitos familiares ainda percebem esse transtorno como falta de responsabilidade ou de domínio próprio.

Organizar a rotina para facilitar o tratamento

Como já descrito, o apoio da família é fator decisivo na adesão às intervenções profissionais. Por essa razão, ela precisa entender que a organização e o planejamento são cruciais ao sucesso. Ter esse cuidado também ajuda a promover o bem-estar e reduz os conflitos familiares.

Escolher uma boa instituição para tratamento

Em vias gerais, o dependente químico costuma ter problemas de relacionamento, o que afeta o vínculo que ele tem com a equipe multidisciplinar. Por isso, um dos papéis cruciais das intervenções familiares no tratamento da dependência química é escolher a instituição.

A qualidade do acolhimento inicial, a experiência na área e a formação profissional da equipe são determinantes para a qualidade das terapias. Nesse contexto, a família deve analisar todos esses aspectos e optar por um estabelecimento que atenda a essas características.

Quais são os tratamentos recomendados?

Listamos as terapias mais utilizadas para a reabilitação da saúde mental dos dependentes químicos. Observe!

Medicamentos

O uso de medicamentos específicos para a desintoxicação e o controle da ansiedade é um fator primordial nessa investida. Todavia, convém orientar o paciente de que o sucesso no tratamento depende de terapias combinadas. Ou seja, é necessário utilizar a medicação e seguir o cronograma com as demais atividades propostas. 

Portanto, as alternativas medicamentosas são válidas como alternativas terapêuticas apenas quando esse recurso é complementado com outras estratégias. Entre elas, destacamos a necessidade de trabalhar mudanças comportamentais, noções de disciplina e um planejamento terapêutico adequado ao perfil do dependente químico.

Terapia Cognitiva Comportamental

Nesses casos, um dos tratamentos mais indicados é a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC). Por meio dessa intervenção, é possível trabalhar os pontos de fragilidade e promover o autoconhecimento para superar esses problemas. Considerando o impacto emocional causado pelo consumo de drogas, a TCC como tratamento da dependência química e da depressão é uma excelente opção.

Internação

Há dois tipos de internação: a voluntária e a involuntária. O ideal é que por meio das intervenções familiares no tratamento da dependência química, o paciente aceite a ideia de internar para fazer um tratamento intensivo.

Do contrário, a família pode optar pela internação involuntária, que é regulada pela Lei 13.840, de abril de 2019. Nesse caso, o processo deve ser formalizado conforme a decisão do médico responsável. Além disso, esse tipo de internação deve ser considerada depois que todas as outras alternativas terapêuticas falharam.

Onde encontrar ajuda especializada?

O Hospital Santa Mônica é uma instituição especializada na reabilitação da saúde mental de adolescentes, jovens, adultos e idosos. Um dos programas com maior adesão é o tratamento de dependência química. 

Além de uma estrutura diferenciada que facilita a integração do paciente ao tratamento, nossos profissionais têm ampla experiência nessa área. As condutas são realizadas por uma equipe multidisciplinar composta por médicos clínicos, psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros.

Logo, as intervenções familiares no tratamento da dependência química funcionam melhor quando as condutas terapêuticas são adequadas. Por isso, o ideal é escolher uma instituição qualificada e que favoreça a recuperação do dependente químico.

Gostaria de ajudar um familiar a superar esse tipo de desafio? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica!

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