É muito comum que os quadros de saúde mental sejam associados em especial aos adultos. Porém, não podemos esquecer que a população mais jovem também precisa de atenção. Inclusive, não é raro o diagnóstico de síndrome do pânico em crianças. Esse é um tipo de transtorno de ansiedade que compromete a qualidade de vida e precisa de tratamento.
Vale ressaltar, que os registros de ansiedade na população mais jovem do Brasil é significativo e já ultrapassou os registros em pessoas adultas. Nos últimos anos, a taxa de pacientes entre 10 e 14 anos atendidos na rede pública em função do quadro de ansiedade foi de 125,8 para cada 100 mil. Entre os adolescentes a taxa foi de 157 para cada 100 mil.
Outro dado preocupante é o fato de que, em função da pandemia, cerca de 36% dos jovens brasileiros desenvolveram quadros de depressão ou de ansiedade. Tudo isso acende um sinal de alerta para a importância do cuidado com a saúde mental dessa população.
Afinal, ver o filho tendo uma crise de ansiedade não é nada fácil. Por isso, a Dra. Carla Mendes, psiquiatra do Hospital Santa Mônica, preparou uma lista de atitudes em relação à criança e tratamentos realizados por especialistas que podem ser adotados para controlar o problema e minimizar os efeitos. Confira!
Afinal, o que é síndrome de pânico?
A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade que apresenta tanto sintomas psíquicos quanto físicos. Ela também é chamada de transtorno do pânico, e tem como característica a ocorrência de crises de ansiedade que acontecem de uma forma repentina e muito intensa.
A pessoa tem uma sensação muito forte de mal-estar e de medo, e isso vem acompanhado de sintomas físicos. Não existe uma situação específica para a ocorrência dessas crises. Elas podem acontecer em qualquer contexto, independentemente do lugar e do momento. Sua duração é de cerca de 15 a 30 minutos.
Quando a pessoa tem um ataque de pânico ela entra em um estado intenso de sofrimento psíquico. Seu comportamento é modificado em função do medo novas crises. Por isso, também pode acontecer de procurar a emergência médica, uma vez que ela tende a associar os sintomas a alguma causa orgânica.
Durante uma crise de síndrome do pânico, a região do cérebro que controla as emoções e a liberação de adrenalina é acionada sem que exista uma ameaça real. É por isso que a pessoa tem essa reação de mal-estar intenso e de medo, já que o seu corpo se prepara de forma inadequada para fugir ou para lutar, porém, o perigo não existe.
Essa condição pode ter origem genética e costuma ser mais comum entre os adultos, mas também afeta crianças em um número significativo. Mas apesar de preocupante, o problema tem algumas possibilidades de tratamento.
Quais os sintomas da síndrome do pânico?
A síndrome do pânico em crianças, assim como nos adultos desencadeia uma série de sintomas e sinais. Porém, o diagnóstico desse problema não é feito com base em apenas um evento isolado.
O que determina se o indivíduo tem essa condição é a frequência das crises. Embora elas durem poucos minutos, depois que os sintomas cessam, é muito comum que a pessoa se sinta bastante cansada.
Conforme explicamos, ocorrem sintomas psíquicos de síndrome do pânico em crianças, assim como nos adultos. Eles incluem:
- ansiedade exagerada;
- agitação;
- sensação de perigo iminente;
- falta de conexão com o mundo real.
Já em relação às manifestações físicas, a síndrome do pânico em crianças pode causar:
- taquicardia;
- transpiração em excesso;
- calafrios;
- dores espalhadas pelo corpo;
- tontura;
- falta de ar.
Filho com síndrome do pânico, o que fazer?
Para um adulto, já é bastante difícil lidar com as crises de ansiedade. Por isso, os pais ou responsáveis precisam estar bastante atentos em quadros de síndrome de pânico em crianças, justamente para oferecer apoio quando os sintomas surgirem.
Mas não pode se limitar a isso. Afinal, como dito, essa é uma condição que pode ser tratada. Portanto, o ideal é saber como identificar os sinais a fim de buscar a ajuda de profissionais especializados para que a criança possa ser tratada da maneira correta, evitando novas crises.
A seguir, apresentamos algumas medidas que você pode adotar caso seu filho também tenha síndrome do pânico. Veja o que fazer nesse momento para garantir o melhor cuidado para a saúde mental dele.
Acalme o seu filho
Não são raras as vezes em que uma crise de pânico em crianças é confundida com birra ou mimo. O medo excessivo perante uma simples situação, ou o desespero durante algum evento, são ações que não devem ser julgadas nem repreendidas pelos pais.
Durante uma crise, o mais indicado é oferecer conforto à criança, transmitindo a sensação de proteção e compreensão. Afinal, tudo que ela está passando não é fruto das suas próprias escolhas. Em hipótese alguma culpe-a pelo problema e nem imponha que ela apresente maturidade antes do tempo certo.
Uma dica é levar seu filho para um local que propicie a ele tranquilidade, sem muitos estímulos sensoriais, e incentivá-lo a inspirar e expirar por 10 segundos, pensando em coisas agradáveis, que lhe tragam paz e tranquilidade.
Busque por opções de tratamento
Os transtornos dessa natureza não chegam a ser incapacitantes, ou seja, a criança é capaz de realizar as suas atividades do dia a dia. No entanto, quando falamos em ansiedade, é preciso ter atenção, pois é algo que pode ser controlado por meio de terapias, psicoterapias e medicação. Caso contrário, em algum momento poderá impor limitações para fazer coisas que, em sua mente, oferecem algum perigo.
Muitas vezes, o melhor caminho é buscar opções de tratamento que possam ter um retorno positivo, como o acompanhamento multidisciplinar. Nesses casos, o tratamento estimula a criança a passar pelas situações em que ela pode aprender a controlar a ansiedade e, assim, identificar se houve alguma situação de estresse ou trauma.
Existem vários tipos de terapia, como a Intervenção Assistida por Cães e, em alguns casos, contar com o uso controlado de antidepressivos ou ansiolíticos para ter melhores resultados, caso seja necessário e sempre com a devida indicação de um psiquiatra.
Incentive a prática de atividades físicas
Uma boa alternativa para minimizar as crises é o incentivo à prática de atividades físicas. Os exercícios, quando feitos de maneira regular e orientada, além de proporcionarem o bem-estar físico, também atuam na redução da ansiedade, do estresse e melhora do humor. Procure por atividades que agradem ao seu filho, como dança, natação, ioga, tênis, futebol etc.
Procure instituições que são referência no tratamento infantil
Por fim, caso você identifique algum sinal de síndrome do pânico em seu filho, não hesite em contar com o suporte de clínicas ou hospitais que ofereçam o tratamento especializado para crianças e adolescentes. Na maioria dos casos, a internação é a melhor alternativa.
O Hospital Santa Mônica, por exemplo, conta com uma ampla estrutura destinada ao cuidado mental em todas as faixas etárias. Também disponibiliza os mais variados tratamentos para esse tipo de transtorno.
Além disso, o HSM é referência em saúde mental infantojuvenil, com médicos psiquiatras especializados e médicos clínicos 24 horas. Ele também proporciona um atendimento multidisciplinar com diversos profissionais, ambiente tranquilo e propício para o tratamento e auxílio individualizado, tanto para a criança quanto para os pais poderem lidar com a questão, de acordo com as suas necessidades.
Em geral, a síndrome do pânico em crianças, quando submetida ao tratamento correto, tem uma boa resposta. Quando realizado desde o início, os ataques chegam a ser interrompidos e a criança pode levar uma vida tranquila.
Quer saber mais sobre o trabalho realizado pelo Hospital Santa Mônica? Entre em contato com os nossos especialistas, conheça a nossa estrutura e equipe de profissionais.s nossos especialistas, conheça a nossa estrutura e equipe de profissionais.