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Narcolepsia: o guia sobre os sintomas e as suas causas

A narcolepsia é uma doença neurológica rara que afeta de 10 a 50 pessoas a cada 10 mil indivíduos em todo o mundo. Essa enfermidade causa sintomas como sonolência excessiva diurna, além de outros afetar a qualidade de vida dos seres humanos.

Embora não seja fatal, é uma condição crônica que necessita de tratamento. Neste texto, o psicólogo do Hospital Santa Mônica, Kaique Santos Lima, aborda questões como: o que é narcolepsia e quais são as suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento. Confira a seguir!

O que é narcolepsia?

A narcolepsia é um distúrbio do sono que afeta a capacidade do indivíduo de controlar seus ciclos de sono-vigília. É uma condição crônica, ou seja, não tem cura. Episódios súbitos de sonolência podem ocorrer ao longo do dia, inclusive durante o trabalho, as refeições e até mesmo ao dirigir.

Ao longo dos anos, a má qualidade do sono pode ter efeitos prejudiciais no funcionamento cognitivo e psicológico. No entanto, com um tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Geralmente, aparecem entre os 10 a 25 anos, mas também nos idosos.

Quais são as causas da narcolepsia?

As causas da narcolepsia ainda não são totalmente conhecidas, mas parecem estar relacionadas às alterações no sistema imunológico, deficiência de um neurotransmissor chamado orexina e fatores genéticos, afetando o sistema nervoso central na parte responsável pelo controle do sono e da vigília.

Alguns estudos também sugerem que pode estar relacionada a fatores ambientais, como infecções virais ou a exposição a determinados produtos químicos.

Quais são os sintomas?

Os principais sintomas da narcolepsia são a sonolência excessiva diurna (EDS) e a sonolência crônica, que podem ser acompanhados por outros, como sonhos vividos, paralisia do sono, alucinações hipnagógicas e cataplexia.

A sonolência excessiva diurna é o mais comum e se caracteriza por uma necessidade implacável de dormir nesse período, mesmo após uma noite de sono adequada. Veja mais!

Excesso de sonolência diurna

A narcolepsia é uma condição na qual as pessoas experimentam sonolência excessiva durante o dia, mesmo após terem dormido por longos períodos. Elas podem ser acometidas por ataques súbitos de sono incontroláveis, que podem ocorrer a qualquer momento, sem aviso prévio.

Embora a resistência ao possa ser temporária, os episódios podem durar alguns minutos ou até horas, e as pessoas podem adormecer novamente em questão de minutos.

Situações monótonas, como reuniões entediantes ou longas viagens de carro, aumentam a probabilidade de crises de sono, mas elas também ocorrem durante atividades cotidianas, como comer, falar ou escrever.

Cataplexia: fraqueza muscular temporária

Outro sintoma comum da narcolepsia é a cataplexia, que é caracterizada por uma crise inesperada e temporária de fraqueza muscular durante o dia, desencadeada por uma forte reação emocional, como raiva, medo, alegria, felicidade ou surpresa.

Durante uma cataplexia, uma pessoa pode sentir fraqueza nos membros, largar o que estiver segurando ou até mesmo cair no chão. A mandíbula pode cair, os músculos elásticos da face se contraem, os olhos fecham, afetando a visão e a fala fica mais lenta. 

Esses episódios são semelhantes ao relaxamento muscular que ocorre durante o sono REM e são problemáticos em cerca de 20% das pessoas com narcolepsia.

Paralisia do sono e alucinações

Algumas pessoas chegam a experimentar a paralisia do sono, que é a incapacidade temporária de se mover no momento de adormecer ou logo após acordar. Essa condição é assustadora, mas geralmente desaparece por conta própria após alguns minutos ou com o toque de outra pessoa.

Além disso, talvez ocorram alucinações extremamente vívidas ao adormecer ou ao acordar, que podem ser de natureza visual ou auditiva. Essas alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas são semelhantes aos sonhos, mas com intensidade muito maior.

Distúrbios do sono noturno e suas consequências

As perturbações do sono noturno também são comuns em pessoas com narcolepsia, que geralmente são despertadas periodicamente por sonhos intensos e perturbadores, ou que resultam em uma sensação de fadiga ainda maior durante o dia.

Assim, os indivíduos começam a ter dificuldades em realizar suas atividades externas e em se concentrar, o que pode resultar em acidentes e lesões, especialmente se adormecerem enquanto dirigem. Além disso, causa estresse e afeta os relacionamentos pessoais, a produtividade e a motivação, como também aumenta o risco de depressão.

Como identificar a narcolepsia?

A narcolepsia é uma doença que pode ser difícil de identificar, pois os sintomas variam de pessoa para pessoa e são muitas vezes confundidos com outros problemas do sono. Somente um médico é capaz de fazer o diagnóstico.

Como é realizado o diagnóstico?

O primeiro passo ao identificar os sintomas é buscar ajuda médica especializada para uma avaliação inicial. Ao analisar as queixas, o médico fará uma série de perguntas para compreender a gravidade da sonolência e usará uma escala para medir sua intensidade.

Para confirmar o diagnóstico e descartar a possibilidade de outros distúrbios do sono, o especialista encaminhará o paciente para realizar o exame de polissonografia noturna. Desse modo, ele passará a noite em um laboratório para registrar e acompanhar o seu sono.

No dia seguinte, é essencial que o teste seja continuado para detectar a sonolência diurna, os cochilos, controlar quantas vezes os ataques de sono acontecem e se o paciente tem o sono REM durante esses momentos. Além disso, um exame de hipocretina pode ser requisitado para análise.

Como é o tratamento?

O tratamento para a narcolepsia envolve medicamentos, terapia comportamental e modificações no estilo de vida. Os medicamentos são usados para controlar a sonolência diurna e a cataplexia. A identificação do efeito da hipocretina nessa condição é uma das mais recentes descobertas e contribui para melhorias e alterações na identificação e controle dos sinais.

Inclusive, a terapia comportamental pode ajudar o paciente a aprender técnicas de relaxamento, além de ensinar como melhorar sua qualidade de vida. Por fim, certas mudanças no estilo de vida, como evitar estimulantes, fazer exercícios e procurar ter uma boa noite de sono, também são importantes para controlar os sintomas.

Como controlar os sintomas?

O controle dos sintomas da narcolepsia depende do tratamento adequado. É importante lembrar que a narcolepsia é uma doença crônica e, portanto, a longo prazo, logo pode haver ajustes no tratamento para que os sintomas sejam controlados. Aliás, certas mudanças no estilo de vida, como evitar estimulantes e ter noite de sono com qualidade, também são fundamentais, bem como:

  • readequar os horários de trabalho, aulas e outros compromissos para melhor desempenho;
  • criar uma rotina de horários regulares para dormir e acordar, mesmo nos finais de semana;
  • tomar 20 minutos de cochilos durante o dia para controlar a sonolência;
  • ficar atento aos sintomas e às reações emocionais que causam cataplexia;
  • evitar alimentos gordurosos e bebidas estimulantes perto da hora de dormir;
  • não ingerir bebidas alcoólicas e outras substâncias que induzem o sono;
  • estimular o descanso com atividades como meditação, leitura ou música;
  • deixar o ambiente propício para uma noite de sono saudável;
  • contar com o apoio de amigos, familiares e parceiros;
  • cuidar da saúde mental.

Enfim, tenha em mente que a narcolepsia é uma condição crônica que exige tratamento contínuo e diligente a fim de prevenir circunstâncias que podem colocar a saúde do paciente em perigo. Portanto, é importante seguir as instruções do médico responsável.

Quer saber mais? Estamos à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, sendo assim entre em contato com a gente.

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