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Saúde Mental

Guia de Saúde Mental: veja dicas, dados e como melhorar!

guia de saúde mental

Falar de saúde mental é algo muito importante. O estresse, a ansiedade e a pressão podem se tornar esmagadores, afetando profundamente nossa qualidade de vida. Diante desse cenário, é fundamental dedicar tempo e esforço para nos mantermos bem e equilibrados.

O psiquiatra do Hospital Santa Mônica, Guilherme Itiro Malta Shirakawa irá explorar como cuidar melhor de nós mesmos e dos outros, promovendo uma vida mais equilibrada e saudável? Veja como priorizar sua saúde mental e dar os primeiros passos em direção a uma vida mais plena e satisfatória!

O que é considerado saúde mental

Saúde mental é um estado de bem-estar emocional, psicológico e social em que a pessoa consegue lidar com os desafios da vida, trabalhar produtivamente e contribuir para a comunidade de maneira significativa. Envolve a capacidade de:

  • gerenciar emoções;
  • lidar com o estresse;
  • estabelecer relacionamentos saudáveis;
  • tomar decisões conscientes;
  • desenvolver resiliência diante das adversidades.

Existem vários aspectos que contribuem para a saúde mental de uma pessoa. A seguir, vamos falar mais sobre alguns deles.

Equilíbrio emocional

Significa reconhecer, entender e lidar de maneira saudável com as diversas emoções, desde alegria e amor até tristeza e raiva. Isso envolve a capacidade de expressar emoções adequadamente e buscar apoio quando necessário.

Autoestima positiva

Ter uma visão positiva de si e de suas habilidades é fundamental para a saúde mental. Isso inclui aceitar suas próprias falhas e limitações, ao mesmo tempo em que reconhece suas qualidades e conquistas.

Relacionamentos interpessoais saudáveis

Relacionamentos positivos com amigos, familiares, colegas de trabalho e outras pessoas são essenciais para o bem-estar emocional. Envolve comunicação eficaz, empatia, apoio mútuo e respeito pelas diferenças.

Resiliência

A capacidade de se recuperar e de se adaptar a situações estressantes, traumáticas ou adversas é um componente-chave da saúde mental. Trata-se de encontrar maneiras saudáveis de lidar com o estresse, buscar apoio quando necessário e aprender com as experiências desafiadoras.

Autonomia e autodeterminação

Ter um senso de controle sobre sua própria vida e ser capaz de tomar decisões que reflitam seus próprios valores e objetivos é importante para a saúde mental. É essencial ter a liberdade de expressar suas próprias opiniões e fazer escolhas que promovam seu bem-estar.

Equilíbrio entre trabalho, lazer e autocuidado

É importante encontrar um equilíbrio saudável entre as demandas do trabalho, as atividades de lazer e o autocuidado. Isso inclui reservar tempo para descansar, praticar atividades físicas, relaxar e cuidar da própria saúde física e emocional.

A saúde mental dos adolescentes

Essa é uma área crucial de preocupação, pois essa fase da vida é caracterizada por mudanças significativas, físicas, emocionais e sociais. Durante a adolescência, os jovens estão enfrentando uma série de desafios e pressões, que podem afetar sua saúde mental de várias maneiras.

Inclusive, conforme dados apurados pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fundação Oswaldo Cruz, entre 2011 e 2022 a taxa de suicídio entre a população jovem aumentou 6% ao ano, e as notificações por autolesões cresceram 29% ao ano. 

Cobranças e pressões

Nessa etapa da vida, os jovens estão em um período de descoberta e desenvolvimento da sua identidade. Pressões sociais, padrões de beleza, expectativas profissionais e comparações com os outros tendem a influenciar sua autoestima e autoimagem.

A cobrança para ter um bom desempenho acadêmico pode ser intensa durante a adolescência. Especialmente com a perspectiva de ingressar em uma faculdade ou universidade. Isso pode causar estresse, ansiedade e até mesmo depressão nos adolescentes.

“Muitas vezes, durante a infância, a criança passa por uma idealização dos pais, que idealizam uma profissão e o que essa criança vai ser no futuro. Por não querer frustrar os pais, essa criança, quando chega à adolescência, faz escolhas inadequadas, procurando profissões que são desejos dos pais, e não as de desejo próprio. Esta é a primeira pressão que o adolescente passa quando vai escolher qual curso fazer em sua vida acadêmica”, explica a psicóloga Ayde Câmara, do Hospital Santa Mônica.

Relações interpessoais

Os adolescentes estão explorando novas formas de relacionamentos, tanto românticos quanto de amizade. Questões como rejeição, bullying, solidão e conflitos familiares podem impactar significativamente sua saúde mental.

O uso excessivo de mídias sociais e tecnologia também pode afetar negativamente a saúde mental do adolescente. Eles contribuem para sentimentos de inadequação, comparação social e isolamento.

“As redes sociais, como tudo na vida, não podem ser usadas de uma forma desregrada, é preciso encontrar um limite para poder ser feito um bom uso sem que traga nenhum dano”, explica a psicóloga.

Experiências

Experiências traumáticas, como abuso, violência, perda de entes queridos ou divórcio dos pais, podem ter um impacto duradouro na saúde mental dos adolescentes, aumentando o risco de desenvolver transtornos mentais.

Hormônios

As mudanças hormonais tendem a afetar o humor, o sono e o comportamento dos adolescentes. Essas alterações fazem com que fiquem mais suscetíveis a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade.

A importância do apoio ao jovem

É essencial que os adolescentes tenham acesso a apoio emocional e psicológico adequado durante essa fase tão importante de suas vidas. Isso pode incluir terapia individual, grupos de apoio, educação sobre saúde mental nas escolas e programas de prevenção de suicídio.

Além disso, é importante que os adultos, incluindo pais, educadores e profissionais de saúde, estejam atentos aos possíveis sinais de problemas de saúde mental e ofereçam apoio e recursos quando necessário. A promoção de um ambiente acolhedor e de compreensão ajuda os adolescentes a enfrentar os desafios e desenvolver uma saúde mental resiliente.

Saúde Mental dos idosos

Os idosos enfrentam uma série de desafios específicos que podem afetar seu bem-estar emocional e psicológico também. A idade mais avançada traz várias mudanças e muitos aspectos impactam a saúde mental nessa fase. Vale saber que os idosos são a população com maior prevalência de depressão no Brasil.

Solidão e isolamento social

Muitos idosos enfrentam o risco de solidão e isolamento social devido a fatores como a perda de amigos e familiares, aposentadoria, mobilidade reduzida e mudanças nas redes de suporte social. Isso pode levar a sentimentos de tristeza, ansiedade e depressão.

Luto e perda

À medida que envelhecem, os idosos podem enfrentar múltiplas perdas, incluindo a perda de parceiros, amigos, saúde e independência. O luto pode ser um desafio significativo para a saúde mental dessas pessoas.

Doenças crônicas

Muitos idosos lidam com condições médicas crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e artrite. Elas também têm um impacto negativo em sua saúde mental. A dor crônica, a fadiga e a limitação das atividades podem contribuir para sentimentos de frustração, desamparo e depressão.

Declínio cognitivo

Essa condição vem associada ao envelhecimento, incluindo as demências, dentre elas, a doença de Alzheimer. A perda de habilidades importantes afeta a saúde mental dos idosos, causando ansiedade, confusão e medo do futuro.

Estigma e falta de apoio

O estigma em relação às questões de saúde mental pode ser especialmente prejudicial para os idosos, dificultando a busca por ajuda e apoio. Além disso, muitos idosos podem não receber o apoio emocional necessário devido a barreiras como falta de acesso a serviços de saúde mental, falta de conhecimento sobre os recursos disponíveis e problemas de mobilidade.

Cuidados com a saúde mental de pessoas idosas

É essencial reconhecer que a saúde mental dos idosos é tão importante quanto a saúde física deles, e que os problemas mentais não são uma parte inevitável do envelhecimento. Promover a saúde mental na terceira idade requer uma abordagem holística, que considere necessidades emocionais, sociais e psicológicas.

Isso pode incluir programas de apoio social, grupos de apoio, atividades recreativas, terapia individual e familiar, educação sobre saúde mental e políticas que garantam o acesso equitativo a serviços de saúde mental de qualidade.

É fundamental combater o estigma em relação às questões de saúde mental entre os idosos e promover uma cultura de compreensão, de empatia e de apoio mútuo.

Saúde mental das mulheres

Promover a saúde mental das mulheres é urgente. Afinal, 45% delas apresentam algum tipo de transtorno, conforme aponta o relatório da ONG Think Olga. É essencial considerar as necessidades específicas e os fatores sociais, culturais e biológicos que influenciam sua saúde mental.

Isso inclui:

  • o fornecimento de acesso equitativo a serviços de saúde mental de qualidade;
  • a promoção de programas de prevenção e intervenção precoce;
  • o combate ao estigma em relação às questões de saúde mental;
  • o apoio a políticas e práticas que promovam a igualdade de gênero e a justiça social.

Além disso, é fundamental criar espaços seguros e inclusivos onde as mulheres possam compartilhar suas experiências. Além de buscar apoio e de receber tratamento adequado quando necessário.

A seguir, apresentamos alguns aspectos que influenciam a saúde mental feminina.

Hormônios e saúde mental

As flutuações hormonais ao longo do ciclo menstrual, durante a gravidez e na menopausa podem afetar o estado emocional das mulheres. Mudanças nos hormônios tendem a desencadear sintomas de ansiedade, depressão e irritabilidade em algumas mulheres. 

Trauma e violência de gênero

As mulheres têm maior probabilidade de enfrentar experiências de trauma, incluindo violência doméstica, agressão sexual e abuso emocional. Esses eventos traumáticos podem ter um impacto significativo na saúde mental das mulheres, levando a transtorno de estresse pós-traumático, depressão e outros problemas.

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Muitas mulheres enfrentam o desafio de conciliar responsabilidades familiares, como cuidar de filhos e idosos, com carreiras profissionais exigentes. O estresse resultante das jornadas multitarefas contribui para problemas de saúde mental, como ansiedade e esgotamento.

Estigma e acesso aos cuidados de saúde mental

O estigma em torno das questões de saúde mental pode ser particularmente prejudicial para as mulheres, impedindo-as de buscar ajuda quando necessário. Muitas enfrentam barreiras adicionais para ter acesso aos cuidados de saúde mental, incluindo custos financeiros, falta de seguro e de recursos disponíveis.

Saúde reprodutiva

Questões relacionadas à saúde reprodutiva, como infertilidade, aborto, complicações durante a gravidez e parto e transtornos relacionados ao período pós-parto podem ter um impacto significativo na saúde mental das mulheres. É importante que essas questões sejam abordadas de forma sensível e compassiva.

Correlação entre saúde física e mental

A saúde mental das mulheres está intimamente ligada à sua saúde física. Problemas físicos crônicos, como doenças cardíacas, diabetes e dores podem aumentar o risco de desenvolver problemas de saúde mental. Da mesma forma, eles podem ter um impacto negativo na saúde física.

Autoimagem e pressão social

As mulheres, muitas vezes, enfrentam pressões sociais relacionadas à aparência, peso e conformidade com padrões de beleza idealizados. Isso pode contribuir para problemas de imagem corporal, distúrbios alimentares e baixa autoestima, afetando negativamente sua saúde mental.

Os principais diagnósticos de saúde mental

Os transtornos de saúde mental, como depressão e ansiedade, estão entre os problemas mais comuns e impactantes em todo o mundo. O psicólogo Alef Ferreira, do Hospital Santa Mônica, explica as diferenças entre esses dois quadros: “a ansiedade é um excesso de futuro, é uma preocupação constante com o futuro. A depressão, ao contrário, é o excesso de passado”.

É importante lembrar que cada pessoa é única e pode experimentar sintomas de maneiras diferentes. O tratamento adequado varia conforme as necessidades individuais e a gravidade dos sintomas. O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais para promover a recuperação e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.

Aprenda um pouco mais sobre esses dois problemas a seguir.

Depressão

A depressão é um transtorno de humor caracterizado por:

  • sentimentos persistentes de tristeza;
  • desesperança;
  • perda de interesse ou prazer em atividades antes consideradas agradáveis;
  • alterações no sono e no apetite;
  • fadiga;
  • dificuldade de concentração;
  • pensamentos de morte ou suicídio.

Pode variar de leve a grave e interferir significativamente na vida diária da pessoa.

Transtorno de ansiedade

Trata-se de uma categoria ampla que engloba vários transtornos, incluindo transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico, fobias específicas e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

Esses transtornos são caracterizados por sentimentos intensos e persistentes de ansiedade, medo ou preocupação. Vêm acompanhados por sintomas físicos como tremores, sudorese, palpitações e tensão muscular.

“Quando o paciente apresenta uma crise de ansiedade, a primeira sensação é de desamparo. Quando a família faz o acolhimento, ajuda muito nessa sensação. A pessoa se sente acolhida, sente que não vai perder o chão, que não vai morrer. Ela começa a se organizar mentalmente nesse processo de crise. Mas, o ideal é o paciente procurar por internação antes da crise”, explica Alef.

Como melhorar e quando procurar ajuda

Para melhorar a saúde mental, é importante adotar hábitos e medidas que contribuam para o bem-estar e a qualidade de vida, por exemplo:

  • reservar um momento do dia para relaxar e descansar;
  • passar mais tempo com pessoas queridas, como familiares e amigos;
  • sair da mesmice do dia a dia e fazer algo diferente;
  • manter hobbies saudáveis para alcançar satisfação e realização;
  • promover a qualidade do sono;
  • manter uma alimentação equilibrada e saudável;
  • praticar exercícios físicos regularmente.

Também é importante evitar tudo aquilo que pode piorar a saúde mental, por exemplo, combater os pensamentos negativos, evitar o uso ou abuso de substâncias químicas e utilizar a tecnologia e a internet de uma forma saudável e moderada.

O estresse e a ansiedade são bastante comuns no dia a dia de praticamente todas as pessoas. Por isso, também é importante adotar algumas técnicas para controlar as emoções durante uma crise.

Gerenciar a crise de ansiedade pode ser desafiador, mas existem várias estratégias que podem ajudar a aliviar os sintomas, como a prática de técnicas de respiração. O fisioterapeuta do Hospital Santa Mônica, Caique Guerra, explica como fazer isso.

 “Coloque uma mão no peito e outra sobre a barriga, comece puxando o ar, estufando a barriga e solte, respirando de forma lenta e prolongada”.

Ao perceber sintomas de problemas de saúde mental, é crucial buscar ajuda profissional imediatamente para garantir o apoio e tratamento adequados. No Hospital Santa Mônica, você conta com um ambiente seguro e monitorado, onde as pessoas em crise recebem cuidados intensivos e suporte contínuo.

Cuidar da saúde mental é uma jornada contínua e individualizada, mas é fundamental buscar apoio quando necessário. Ao implementar pequenas mudanças em sua rotina e adotar hábitos saudáveis, você pode melhorar significativamente sua qualidade de vida e alcançar um maior equilíbrio emocional. Lembre-se sempre de que você não está só nessa jornada.

Você precisa de ajuda ou conhece alguém que precise? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica e converse com os nossos especialistas.

Psiquiatra

Dr. Guilherme Itiro Malta Shirakawa

CRM 170279 / RQE 79725

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