O desenvolvimento da esquizofrenia na adolescência é bastante comum, e os primeiros sintomas podem começar a surgir a partir dos 14 anos de idade. Esse transtorno mental é grave e incapacitante, pois afeta todas as áreas da vida do indivíduo, desde as relações sociais até as afetivas.
Informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que mais de 23 milhões de pessoas no mundo sofrem de esquizofrenia. A expectativa de vida de indivíduos diagnosticados com esse transtorno é menor se comparada à população em geral. No Brasil, estima-se que a doença acometa cerca de 1% dos habitantes.
A esquizofrenia geralmente começa a se manifestar no final da adolescência e no início da idade adulta, sendo raros os casos na infância e na velhice. Por isso, conhecer os principais sintomas é importante para um diagnóstico precoce e um tratamento efetivo desse transtorno psiquiátrico crônico.
Para saber mais sobre as causas e os sinais que ajudam a identificar a esquizofrenia na adolescência, continue acompanhando este artigo!
Fatores de risco para esquizofrenia na adolescência
A esquizofrenia é causada por múltiplos fatores genéticos, ambientais e psicossociais. O histórico familiar da doença costuma indicar variações genéticas em algumas regiões cromossômicas. Porém, há casos em que a esquizofrenia não é transmitida pelos pais biológicos e ocorre devido a mutações específicas no genoma.
Uma pesquisa recente aponta que uma mutação genética no transportador de zinco SLC39A8 pode comprometer o desenvolvimento normal do cérebro do adolescente, aumentando o risco de esquizofrenia. Apesar de os fatores genéticos terem forte contribuição na incidência da esquizofrenia, os fatores ambientais e psicossociais são muito relevantes.
De acordo com um artigo publicado na revista Jama Psychyatry, a incidência do primeiro episódio psicótico — característico de transtornos mentais como esquizofrenia e transtorno bipolar — é maior em homens jovens, minorias étnicas e pessoas que vivem em áreas com baixas condições socioeconômicas.
O uso abusivo de drogas é outro fator que pode desencadear sintomas da esquizofrenia na adolescência. Um estudo realizado em países da Europa e no Brasil concluiu que o consumo diário de maconha com alta concentração de tetraidrocanabinol (THC) — principal substância psicoativa da planta do gênero Cannabis — está associado a um maior risco de transtorno psicótico.
O desenvolvimento desse transtorno psiquiátrico também pode estar relacionado a desequilíbrios nos circuitos cerebrais do indivíduo e a complicações ocorridas durante o período pré-natal ou no parto, como estresse, desnutrição, infecções virais, diabetes e deficiência de vitaminas e minerais.
Principais sintomas da esquizofrenia
A esquizofrenia é uma doença crônica caracterizada por um conjunto de alterações significativas de comportamento, pensamento, emoções, percepção e linguagem. Os indivíduos que sofrem desse transtorno costumam apresentar os seguintes sintomas:
- Delírio — pensamentos ou ideias que não correspondem à realidade;
- Alucinação — ver, ouvir ou sentir coisas que não existem;
- Apatia;
- Percepção distorcida da realidade;
- Confusão mental;
- Ansiedade;
- Dificuldade de concentração;
- Padrão de sono perturbado;
- Despersonalização;
- Comportamento compulsivo;
- Problemas de memória;
- Dificuldade de realizar atividades do dia a dia;
- Mudança de humor repentino;
- Distanciamento afetivo;
- Agressividade;
- Discurso incompreensível ou incoerente;
- Isolamento social.
- Em alguns casos, os sintomas surgem de forma lenta e progressiva. O adolescente pode apresentar primeiros sintomas negativos, como distanciamento afetivo e apatia, e, posteriormente, sintomas positivos, como delírio, alucinação e paranoia, além de fala desorganizada e catatonia — alternância entre períodos de negativismo e passividade e momentos de repentina excitação.
Orientação e diagnóstico precoce
A identificação de sinais da esquizofrenia na adolescência é essencial para a busca de orientação profissional e diagnóstico precoce. A avaliação dos sintomas, dos exames e do histórico clínico do paciente deve ser realizada por médicos e outros especialistas em saúde mental.
A partir das hipóteses e conclusões de uma equipe multidisciplinar, é possível fazer a escolha do melhor tratamento e dos procedimentos necessários para minimizar os sintomas e estabilizar o quadro da doença. A compreensão e o apoio da família e amigos também contribui para a adesão terapêutica do paciente e o enfrentamento da discriminação e do preconceito.
Tipos de tratamento para esquizofrenia
Medicamentos
A esquizofrenia normalmente é tratada com a prescrição de medicamentos antipsicóticos, que agem no sistema nervoso central com o intuito de bloquear os receptores de dopamina — neurotransmissor que atua na regulação das emoções e do humor.
A nova geração de fármacos age sem causar tantos efeitos colaterais, facilitando a administração e o uso contínuo. Todos os medicamentos devem ser indicados pelo médico com base nos sintomas e em uma avaliação minuciosa, detalhada e individualizada.
Por ser uma doença crônica, a utilização de medicamentos costuma ser feita durante toda a vida para controlar o transtorno e evitar a manifestação dos principais sintomas, como surtos psicóticos, e a piora do quadro clínico.
Intervenções terapêuticas
O tratamento medicamentoso costuma ser realizado em conjunto com intervenções terapêuticas, como terapia ocupacional, terapia comportamental e psicoterapia individual e familiar. Os diferentes tipos de abordagens psicoterapêuticas ajudam no controle do transtorno, e proporcionam um espaço para que o adolescente tenha consciência dos seus problemas e desenvolva o autoconhecimento.
As intervenções terapêuticas são importantes ainda no processo de reinserção social do indivíduo e na melhora da sua qualidade de vida, pois auxiliam no fortalecimento das relações com amigos e familiares e na superação das dificuldades que surgem ao longo das etapas do tratamento.
Internação
O acompanhamento contínuo no hospital pode ser benéfico para evitar recaídas, crises ou complicações maiores no futuro. A internação é uma alternativa quando o paciente apresenta comportamento agressivo ou ideação suicida.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), aproximadamente 20% das pessoas que sofrem de esquizofrenia tentam suicídio em uma ou mais ocasiões. Por isso, é importante procurar ajuda de médicos e profissionais especializados.
Conhecido por ser referência em saúde mental infantojuvenil, o Hospital Santa Mônica oferece tratamentos e serviços de excelência para pacientes diagnosticados com esquizofrenia. Além de contar com uma estrutura adequada, a instituição tem como diferencial o atendimento personalizado e uma equipe multidisciplinar qualificada.
Agora que você já sabe quais sinais podem indicar esquizofrenia na adolescência, entre em contato conosco para tirar suas dúvidas e receber orientação sobre diagnóstico e tratamento.