O primeiro passo do tratamento para dependentes de LSD envolve o reconhecimento da condição. Ou seja, se você é quem está lutando contra o abuso de substâncias, o primeiro passo para a recuperação é admitir que há um problema.
Você pode sentir vergonha ou culpa, mas esses sentimentos são normais. Contudo, se não iniciar um tratamento adequado rapidamente, essas sensações se tornam um combustível para a própria dependência.
No entanto, é muito comum que os dependentes não reconheçam o próprio problema. Então, é muito importante que um familiar ou amigo identifique comportamentos associados ao abuso de substâncias, como o isolamento, a mudança de personalidade/comportamento e a busca constante por evitação emocional.
A partir disso, é possível iniciar terapias específicas para a doença, como a internação psiquiátrica. Quer saber mais sobre o tema? Continue por aqui e saiba mais com a Dra. Luciana Mancini Bari, coordenadora médica do Hospital Santa Mônica!
O que é o tratamento de LSD?
O tratamento da dependência do LSD deve envolver uma abordagem abrangente para tratar o vício e seus aspectos multifatoriais.
Nele, o problema é visto como uma doença crônica multifatorial. Portanto, é fundamental que a terapia inclua intervenções médicas e psicológicas:
- as intervenções médicas se concentram em ajudar os pacientes a gerenciar os sintomas e manifestações físicas da abstinência da substância;
- já as intervenções psicológicas ajudam os pacientes a entenderem por que usam drogas e como seus comportamentos/pensamentos afetam uns aos outros.
Em associação, essas duas modalidades trabalham para ajudar os pacientes a se recuperarem de seus vícios. O objetivo não é apenas eliminar o desejo pelo consumo da substância, mas também capacitá-lo para ter uma vida mais funcional e satisfatória.
Por esse motivo, os pacientes que participam de um programa de desintoxicação recebem planos de tratamento individualizados de acordo com suas necessidades específicas. O plano terapêutico é conduzido por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais, como:
- psiquiatras e médicos de outras especialidades (dependendo do caso);
- enfermeiros;
- psicólogos;
- terapeutas ocupacionais.
Os membros das equipes multidisciplinares trabalham em estreita colaboração com os pacientes para ajudá-los a desenvolver habilidades de enfrentamento e aprender novas maneiras de lidar com os desafios da vida.
Além de fornecer serviços de desintoxicação médica, os centros podem oferecer programas ambulatoriais intensivos, tratamento residencial e cuidados posteriores de longo prazo após a internação.
Como funciona o tratamento de LSD?
Existem várias abordagens diferentes para tratar o abuso de substâncias. Isso inclui:
- terapia comportamental, que se concentra na mudança de comportamentos que levam ao uso de drogas;
- terapia com medicamentos para reduzir os desejos e os sintomas de abstinência;
- aconselhamento, que ajuda os pacientes a aprenderem novas maneiras de lidar com situações estressantes sem usar substâncias;
- programas de 12 etapas, que são utilizados pelas associações, como o Narcóticos Anônimos (NA). Eles ensinam os participantes a reconhecerem os gatilhos e desenvolverem habilidades saudáveis de enfrentamento.
Cada abordagem tem suas próprias vantagens e desvantagens. No entanto, as evidências científicas nos mostram que as intervenções mais efetivas são aquelas que envolvem auxílio médico e psicoterápico.
Por exemplo, alguns programas de 12 passos envolvem uma abordagem mais religiosa. Dentro de instituições médicas, porém, utilizam técnicas seculares de terapia de grupo, ensinam os participantes a reconhecer os gatilhos e desenvolver habilidades saudáveis de enfrentamento.
Como é a internação para o tratamento de dependentes de LSD?
A forma mais comum de tratamento de dependência é a reabilitação em instituições de longa permanência, como clínicas e hospitais psiquiátricos. Portanto, envolve os seguintes cuidados de longo prazo.
Aconselhamento e psicoterapia
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) foca na mudança de pensamentos e comportamentos negativos. É frequentemente combinada com outros tipos de terapia, como aconselhamento familiar, visto que uma rede de suporte preparada é um dos principais fatores para um bom prognóstico da recuperação do paciente.
A forma mais comum de psicoterapia para tratamento de LDS envolve sessões que ensinam o paciente a evitar situações em que possa ser tentado a beber ou usar drogas. Além disso, elas fornecem educação sobre como manter a sobriedade.
Intervenções médicas
A atenção médica é fundamental para indicar terapias medicamentosas e não medicamentosas, bem como para diagnosticar eventuais comorbidades psíquicas e físicas associadas à dependência.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a intervenção médica não se limita às medicações. Por exemplo, no caso de dependência do LSD e de outros alucinógenos, um ambiente tranquilo é suficiente para melhorar o quadro.
Por exemplo, se estiver em uma “viagem ruim” causada pela substância, o psiquiatra pode hospedar o paciente em um quarto escuro e silencioso para um diálogo sereno. No entanto, não é uma conversa habitual. Esse profissional é treinado em técnicas para oferecer segurança e acolhimento ao usuário:
- não confronta diretamente o usuário a respeito de suas alucinações;
- mostra, progressivamente, que as alucinações são um fruto da droga e acabarão em algum momento.
Quando isso não é suficiente, os medicamentos podem ser utilizados para tratar os efeitos agudos do uso de drogas. Nesse caso, por exemplo, podem ser utilizados os benzodiazepínicos, que são ansiolíticos sedativos.
Além disso, medicamentos podem ser prescritos para prevenir recaídas. Além de reduzir a fissura, eles podem ser utilizados para amenizar as queixas que levam ao uso de LSD e outras drogas. Caso haja alguma doença psiquiátrica de base, como os transtornos psicóticos, afetivos ou estresse pós-traumático, eles são tratados junto da própria dependência.
Afinal, o vício costuma ser uma tentativa ineficaz de lidar com as dificuldades da vida, as quais podem ser desencadeadas por doenças psíquicas que não foram identificadas ou tratadas adequadamente no passado.
Outra possibilidade de tratamento de dependência é o ambulatorial, que permite que os pacientes vivam em casa enquanto recebem terapia e apoio. No entanto, eles são indicados para pessoas com quadros mais leves, alta motivação interna para mudar e ampla rede de suporte.
O acompanhamento ambulatorial ainda pode ser indicado como complemento do tratamento após a alta da internação.
Portanto, o tratamento do LSD deve ser baseado na filosofia de que o vício é uma doença crônica e, portanto, requer cuidados de longo prazo. A internação e outras intervenções iniciais buscam o controle da fase aguda do vício. Entretanto, assim como um diabético precisa controlar os níveis de glicose no sangue, o dependente precisará identificar e controlar seus impulsos por toda a vida.
O Hospital Santa Mônica pode ajudar em todas as etapas, desde a desintoxicação até a reintegração social. Quer saber mais sobre a internação para o tratamento de LSD? Não deixe de entrar em contato conosco!
