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Saúde Mental

Redes sociais e saúde mental: será que existe influência?

Redes sociais saúde mental

Não há dúvida de que a Internet é um recurso de grande importância na atualidade e que remodelou ações, comportamentos e o estilo de vida da sociedade. Porém, a relação entre redes sociais e saúde mental exige mais atenção e cuidado, pois pode elevar o risco de depressão e suicídio em jovens.

Nessa perspectiva, Dr. Marcel Vella Nunes, psiquiatra do Hospital Santa Mônica apresenta os motivos que tornam a adicção por Internet (AI) uma doença que necessita de tratamento especializado. Confira, então, os impactos do uso excessivo de redes sociais em crianças e adultos, os perigos do cyberbullying e saiba quais são as melhores estratégias para proteger a saúde mental!

Afinal, as redes sociais influenciam mesmo a saúde mental?

Pesquisas sobre a influência da mídia na saúde mental revelam que os efeitos do consumo de Internet podem ser prejudiciais à estabilidade emocional e, nos casos mais extremos, gerar práticas danosas à integridade da vida. Nesse sentido, tal tema demanda mais reflexão para que as pessoas possam desfrutar dos benefícios da Internet, mas sem colocar a vida em risco.

Com o avanço tecnológico, houve mais facilidade em conectar usuários entre si e com o mundo. A tecnologia encurtou distâncias, aproximou pessoas e promoveu a integração global, de uma forma muito rápida. Em parte, isso trouxe inúmeras vantagens, mas, por outro lado, o acesso desenfreado à Internet vem gerando graves perigos.

A relação entre redes sociais e saúde mental tem sido assunto de discussões e de estudos médicos e científicos. Esses profissionais retratam a importância de buscar estratégias de proteção da saúde de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos dominados pela mais nova doença do século: a adicção por Internet (AI).

Isso porque as mídias sociais têm o mesmo potencial para viciar que as drogas, o álcool e o cigarro. Nos Estados Unidos, é empregado o termo “fear of missing out” que, em português, significa “medo de ficar de fora”. Por isso, as pessoas passam horas em “atualizações de status”, um hábito que, além de prejudicial à mente, nada lhes acrescenta.

Essa situação ainda é mais preocupante na pandemia: o isolamento social deixa as pessoas mais vulneráveis aos distúrbios psicológicos causados pela utilização exagerada de redes sociais. Por essa razão, minimizar as consequências da adicção por Internet é, atualmente, um dos maiores desafios para a Saúde Pública.

Que impactos advém da relação entre redes sociais e saúde mental?

Recentemente, um estudo da plataforma Scielo/USP avaliou a influência das mídias sociais no desenvolvimento de ansiedade e depressão em estudantes de medicina. Os resultados foram esclarecedores e exigem atenção especial para reduzir os danos da utilização excessiva de Internet à saúde mental. 

Tal estudo revelou que os efeitos do consumo descontrolado de redes sociais não se limitam somente ao gasto de um tempo que poderia ser dedicado a outras tarefas. Mais do que isso: se não tratada, a adicção à Internet resulta em prejuízos emocionais e significativos.

Somado a isso, a intrínseca relação entre redes sociais e saúde mental pode aumentar a vulnerabilidade aos seguintes problemas:

  • impulsividade;
  • ansiedade excessiva;
  • transtornos de humor;
  • consumo de substâncias;
  • hostilidade e comportamento agressivo;
  • transtorno de déficit de atenção e hiperatividade;
  • solidão, baixa autoestima e tendência a atitudes suicidas.

Quais são os perigos do cyberbullying?

Atos de violência verbal, psicológica e/ou física praticados repetitiva e intencionalmente, motivados por preconceitos ou estereótipos, são conhecidos como bullying. No ambiente virtual, tais ações são classificadas como cyberbullying, um grave problema inserido no contexto da relação entre redes sociais e saúde mental.

Independentemente da forma como acontecem, essas práticas são caracterizadas por agressões que objetivam a intimidação da vítima. Atualmente, o cyberbullying tem sido comum nas plataformas digitais, principalmente nos aplicativos usados para troca de mensagens.

Os principais casos de cyberbullying ocorrem quando uma pessoa — ou um grupo — começa a perseguir uma vítima sem motivo aparente ou por reações a conflitos virtuais anteriores. Infelizmente, alguns adotam essa postura meramente porque veem outros usuários envolvidos nisso e, de modo irresponsável, também “entram na onda”.

Entre as consequências negativas do cyberbullying, as mais preocupantes são:

  • fobia social;
  • transtorno de pânico;
  • redução da autoestima;
  • prejuízos à alimentação;
  • alterações na qualidade do sono;
  • desinteresse pelas atividades físicas;
  • prejuízo aos relacionamentos interpessoais;
  • menor desempenho profissional ou acadêmico;
  • ansiedade generalizada e depressão na adolescência;
  • nos casos mais graves — suicídio.

O uso de redes sociais pode ser benéfico?

As redes sociais são realmente as vilãs? Não. Pois é preciso considerar os benefícios resultantes do consumo saudável dessas ferramentas. Elas trouxeram muita coisa boa ao conectar — de maneira instantânea e quase mágica — as pessoas com o mundo.

Na quarentena, o uso de redes sociais foi fundamental para ajudar em diferentes questões. Por meio de conversas e videochamadas, familiares e amigos distantes puderam se reunir. Logo, as redes sociais tiveram um papel importante para amenizar os efeitos da solidão e de outros aspectos negativos ligados à Covid-19.

Essas ferramentas também são empregadas em campanhas para encontrar pessoas desaparecidas, pets fujões e até doadores de órgãos. Por isso, vale ressaltar o lado positivo na ligação entre redes sociais e saúde mental. Quando usadas com bom senso e responsabilidade, o ambiente virtual traz mudanças significativas e benéficas.

Outros bons exemplos, são as redes sociais de profissionais e instituições gabaritadas que informam de maneira sólida e consistente sobre diversos assuntos, aumentando o conhecimento de mundo das pessoas e sanando diversas dúvidas (perfil de médicos renomados, advogados, empresas renomadas em diversos segmentos, como os hospitais fazem ao educar a população sobre cuidados com a saúde, etc).

Como podemos nos resguardar?

Para melhorar a disciplina e fazer um uso saudável das mídias sociais, convém observar os seguintes cuidados: 

  • limitar o tempo de exposição;
  • priorizar páginas que agreguem valor;
  • evitar a exibição de intimidades na Internet;
  • filtrar a fonte e avaliar a veracidade das informações divulgadas;
  • não espalhar memes nem conteúdos de cunho preconceituoso ou imoral;
  • estimular o respeito ao próximo e não disseminar o cyberbullying;
  • monitorar os sites que as crianças e adolescentes costumam visitar.

Pode-se concluir, por fim, que a influência da relação entre redes sociais e saúde mental depende da qualidade do conteúdo consumido e da exposição do usuário à rede. Na maioria dos casos, o consumo desenfreado provoca impactos desgastantes que exigem terapias específicas para restabelecer o equilíbrio e o bem-estar emocional.

Se você conhece alguém que precisa de suporte profissional devido a esse problema, entre em contato com o Hospital Santa Mônica!

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