A música alta embalava o corpo de Rafael. Com o copo na mão, ele dançava no meio da pista. Virava uma dose atrás da outra, sentindo o álcool tomar conta do seu corpo. Não era nada de mais, pois era jovem e estava apenas se divertindo. Cruzando as pernas, ele foi até os seus amigos para ver o que eles estavam fazendo. Foi assim que Rafael experimentou pela primeira vez a cocaína.
No começo, ele estava com um pouco de medo, mas todo mundo estava falando que era legal. Ele procurava se enturmar, não queria parecer o careta do grupo. Abaixou, inspirou e a onda da droga deixou seu corpo todo em alerta. Era bom, afinal de contas, e era apenas para diversão.
Rafael conheceu a cocaína e o crack por meio de amigos na balada. Logo, ele se tornou dependente. O uso abusivo de drogas fez com que perdesse o controle sobre a sua vida. Mas hoje, quase 3 anos depois, Rafael está limpo de novo e é por isso que temos orgulho em contar a história dele como mais um caso de superação. Confira!
O começo da história do Rafael com seu vício
Rafael tem 34 anos, é enfermeiro e estudante de Direito. Jovem, sempre gostou de sair com os amigos para se divertir após o trabalho e foi assim que a cocaína entrou na sua vida. Uma noite na balada, seus amigos a ofereceram, todo mundo dizia que era “maior onda”. Ele estava cansado, só queria algo que o ajudasse a relaxar e a aproveitar a noite.
Experimentou a cocaína pela primeira vez por volta de 2016. No começo, era algo esporádico, já que ele usava apenas para curtir a onda com os amigos. Rafael não percebeu os perigos por trás da droga, logo a necessidade de consumir mais foi crescendo e já não conseguia curtir tanto sem a cocaína. Junto a isso, começou a abusar do álcool e foi aí que a sua vida se transformou.
“O álcool destruiu grande parte da minha vida e das minhas oportunidades. Eu ia trabalhar bêbado, cheguei até a ir em entrevista de emprego bêbado e a levar a bebida para o serviço”, desabafa Rafael.
Angustiado com os rumos que a sua vida estava levando, Rafael procurou a ajuda de um psiquiatra. Começou a fazer psicoterapia e, gradualmente, foi conseguindo diminuir o seu consumo. O apoio de um profissional foi essencial para ele nesse momento. “Para mim, foi um milagre, porque eu pensava que eu nunca ia conseguir me livrar do álcool. Mas eu consegui, com a ajuda da psicoterapia e psiquiatria”, conta o jovem.
Outro problema: a dependência do crack
Contudo, nessa época, Rafael também conheceu o crack. “Quando experimentei o crack também foi por meio de amigos. Eles me chamaram para experimentar, eu pensei ‘ah é mesma coisa que a cocaína, só muda a forma de ingestão’. Então caí na besteira de usar e acabei de me viciando”, explica Rafael.
O crack é a forma cristalizada da cocaína, ou seja, é diferente do estado tradicional em pó. A droga parece com cristais ou blocos sólidos, sua cor pode variar de rosa mais claro a mais escuro, até amarelar. O nome “crack” vem do som estalando que a substância faz quando aquecida antes de ser fumada.
No diz que diz respeito ao desenvolvimento da dependência química, o crack é uma das drogas mais viciantes. Ele causa uma euforia extremamente alta e estimula os pontos de prazer do cérebro. O crack entra rapidamente na corrente sanguínea, por meia da respiração, por isso os riscos de vício são grandes logo após o primeiro uso.
O processo de desintoxicação do Rafael no Hospital Santa Mônica
Mais uma vez, Rafael teve sua vida transformada pelo abuso de substâncias. “O meu vício começou a interferir na minha vida, eu perdia os meus compromissos e atividades sociais para usar crack, eu deixava de ir a aniversário, casamento, tudo. Às vezes eu até faltava no emprego para ficar em casa e usar. Tinha dia que eu fumava 7 pedras”, conta Rafael.
Quando o jovem percebeu o que estava fazendo com a sua vida, ele decidiu novamente procurar a ajuda do psiquiatra que tinha o ajudado a parar de beber. No entanto, os efeitos do crack no organismo são mais fortes do que o do álcool, e o profissional recomendou que Rafael passasse por um processo de desintoxicação.
“Ele me recomendou o Santa Mônica, então fui pesquisar, li algumas coisas no blog e decidi me internar. Eu mesmo me internei e assinei todos os documentos” acrescenta o jovem.
Assim que chegou ao Hospital Santa Mônica, Rafael passou pelo processo de internação e triagem. Primeiro ele foi encaminhado ao bloco B, onde ficam os pacientes mais críticos, pois como ele havia consumido crack nos últimos dias, existia o risco de ter uma crise de abstinência.
“Depois de 4 dias, fui transferido para o segundo andar, que a gente chama de pátio livre, porque é um espaço de convivência com outros pacientes”, explica Rafael.
Durante o período de tratamento, os pacientes participam de diversas atividades diárias para ajudá-los a passar o tempo e pensar menos na droga. Eles também contam com o apoio de grupos para prepará-los para vida pós-internação. “Tem um grupo com os 12 passos dos Narcóticos Anônimos, fisioterapia, terapia ocupacional, tem uma piscina que a gente pode utilizar nos dias quentes”, conta Rafael.
Resumidamente, a base do processo de desintoxicação é a administração de quantidades gradativamente menores da substância a qual o paciente é dependente, até que o organismo do usuário não sinta mais necessidade da droga e ele consiga ficar limpo. As substâncias químicas afetam importantes funções do corpo humano. Por isso, não é recomendado a interrupção abrupta do consumo, sobretudo em usuários de longo período.
Rafael ficou internado em janeiro de 2020, hoje não faz mais uso de substâncias químicas e está recomeçando a sua vida. O tratamento para dependência é um processo diário e que demanda de muita paciência e força de vontade, por isso temos muito orgulho do Rafael ser um case do Hospital Santa Mônica e estar vivendo uma vida sóbria.
Se você está lutando contra o crack ou quer saber como ajudar alguém, entre em contato com a gente. Contamos com infraestrutura moderna e profissionais capacitados para auxiliar nessa difícil etapa.