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Transtorno Afetivo Bipolar: Mania e Depressão. Saiba sobre os principais sintomas.

O transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma doença cíclica, alternando períodos de depressão, normalidade ou mania. Esses períodos raramente são de “ciclagem rápida” e não devem ser confundidos com alterações de humor que acontecem ao longo do dia (como usualmente as pessoas acabam por fazer).

Apesar de existirem características diferentes, dependendo do tipo desse distúrbio mental, alguns sintomas podem ser semelhantes aos sintomas comuns no dia a dia de qualquer pessoa, sendo preciso saber diferenciar os sinais de perturbação do humor resultantes da doença.

É normal a todos se deparar com estresse, conflitos, alegrias, tristezas e ansiedades, mas existem limites daquilo que é considerado normal e de quando esses “sentimentos normais de todo ser humano” passam a ser “sintomas de uma doença mental”.

Para facilitar essa identificação, o Dr. Carlos Eduardo Zacharias, psiquiatra e diretor técnico do Hospital Santa Mônica preparou este post com algumas informações para você tentar diferenciar quando os sintomas integram uma doença psiquiátrica.

O que são mania e depressão?

Mania e depressão são fases do transtorno bipolar. A “mania” costuma ser caracterizada por intensa euforia e pensamento rápido, que afeta a formação de ideias e a comunicação. Em alguns casos, surgem ideias delirantes. A “depressão” tende a denotar tristeza profunda que dura por um longo período, ao ponto de afetar a execução de atividades básicas.

Dependendo do quadro de cada doente, nem sempre todos esses sintomas estão presentes. Em tese, os TAB têm períodos (geralmente, semanas ou meses) que variam da depressão intensa à euforia demasiada (mania).

É fundamental contar com o diagnóstico de um psiquiatra, que conseguirá identificar o que está acontecendo com o indivíduo e quais as características dos transtornos apresentados, aventando uma hipótese diagnóstica e indicando o melhor tratamento.

No TAB, existe alternância de ciclos. Ou seja, a tristeza profunda existe, mas o paciente também pode passar por períodos de extrema agitação e outros de anormalidade. Ainda podem surgir sintomas, como:

  • insônia;
  • apatia;
  • irritabilidade;
  • perda de peso;
  • entre outros.
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Quais são as características da mania?

Usualmente, nos períodos de mania, os pacientes podem apresentar:

  • excesso de euforia;
  • fala excessiva;
  • autoestima inflada;
  • aceleração de pensamentos e “fuga de ideias”;
  • distração elevada;
  • perda de controle sobre as atitudes;
  • irritabilidade ou agressividade;
  • delírios.

A mania pode ser “dividida” em subcategorias:

  • hipomania: é um quadro mais leve e com sintomas de baixa intensidade. Normalmente, há dificuldade de concentração, sono descontrolado ou insônia, vontade incontrolável de falar, impulsividade, energia excessiva, agressividade e agitação;
  • mania disfórica: tem sintomas mais intensos, com destruição de objetos e comportamentos autodestrutivos, com irritação, agressividade e mau humor;
  • mania eufórica: tende a fazer o paciente se sentir bem e ter sua autoestima elevada. No entanto, ele pode tomar decisões inconsequentes. Costuma gerar pensamentos acelerados, mais agitação, mania de grandeza, alucinações e perda de atitudes.

Ainda costuma estar relacionado a aumento da energia e disposição, fala acelerada, intensa agitação psicomotora, baixa necessidade de sono, comportamento sexualizado e aumento da libido.

E da depressão?

Pode ser precedida de estresse negativo, ansiedade, irritabilidade, angústia, cansaço, falta de motivação, incapacidade de sentir prazer, apatia e perda de interesse até nas coisas que mais se adorava. A depressão pode ser “dividida” em:

  • depressão casual: é quando há alteração no comportamento e, normalmente, existe uma mudança de humor. Pode durar de horas a semanas. É caracterizada por falta de energia, tristeza, falta de iniciativa e prazer, pensamento lento, alterações no sono e no apetite, assim como funções motoras lentas;
  • distimia: é um transtorno depressivo leve, mas cujos sintomas são persistentes. Assim, o paciente executa suas atividades, mas fica retraído e triste. Além disso, perde o interesse nas atividades rotineiras, sente-se sem esperança, é incapaz de se divertir e tem baixa autoestima e produtividade;
  • depressão atípica: consiste em episódios de crises de melancolia. Elas costumam ser caracterizadas por instabilidade emocional, falta de esperança em relação à vida e negativa da necessidade de ajuda. Também leva ao aumento de apetite, ganho de peso, excesso de sono, aumento da sensibilidade à rejeição e sentimento de paralisação;
  • depressão profunda: apresenta quadros depressivos frequentes e os sintomas permanecem por meses ou até anos. É uma progressão caracterizada por tristeza permanente, busca por isolamento, incapacidade, sentimento de inutilidade e culpa, desânimo, pessimismo, pensamento suicida, ausência de autocuidado e distúrbio do sono;
  • depressão pós-parto: ocorre após o nascimento do bebê devido a alterações hormonais durante a gestação, que permanecem no período posterior. Caracteriza-se por tristeza profunda, choro frequente, desesperança, desânimo e sentimento de desamparo;
  • depressão reativa: é gerada por um evento ocasional e que provoca excesso de estresse e negatividade. Por exemplo, morte de entes queridos, assédio moral, separação conjugal, perda financeira significativa, entre outros. Abrange sentimento de inutilidade, impotência, tristeza, perda ou aumento de peso, insônia, inquietação e fadiga;
  • depressão sazonal: acontece em períodos de baixa exposição do indivíduo à luz solar. Por isso, é comum no inverno. Gera ansiedade e nível de estresse alto.

Lembrando que sempre existe a necessidade de se diferenciar períodos depressivos de quem tem transtorno afetivo bipolar (TAB) dos demais quadros depressivos

Como é a transição entre mania e depressão no transtorno bipolar?

Caracterizada pelas cíclicas mudanças de humor em determinados períodos. A transição entre mania e depressão muda de acordo com o paciente. Alguns permanecem por longos períodos (meses ou anos) na mesma condição, enquanto outros passam pelas alterações em períodos relativamente curtos (semanas ou, raramente, dias).

De toda forma, essas mudanças acontecem de forma simples. Para entender melhor esse cenário, é preciso saber que também existe a eutimia, um período de normalidade em que não existe oscilação patológica do humor.

Portanto, a eutimia costuma acontecer entre os períodos de crise (mania ou depressão) e atua como um momento de equilíbrio para a transição de uma fase para outra. Portanto, as alterações não costumam ocorrer de forma rápida — apesar de existirem casos de mudanças bruscas.

Sempre vale a pena avaliar a possibilidade de ciclotimia (TAB), podendo se caracterizar pela transição entre depressão e mania com períodos curtos de eutimia ou que acontece de forma abrupta.

Essas avaliações devem ser realizadas pelo médico psiquiatra. De toda forma, é fundamental entender que não existe um padrão fixo nos TABs. Cada caso é um caso, pessoas diferentes podem reagir de formas diferentes, e a mesma pessoa pode reagir de formas diferentes em diferentes momentos da vida.

O transtorno afetivo bipolar (TAB) tinha como denominação anterior “psicose maníaco-depressiva” (termo já em desuso) devido aos quadros extremos, com alterações graves e sintomatologia intensa.

Como lidar com os episódios de mania de depressão?

O ideal é buscar rapidamente a avaliação e o tratamento adequado para cada doença. O psiquiatra, juntamente com equipe multiprofissional, é a melhor opção de tratamento para menor probabilidade de crises (mania ou depressão) e tentar garantir mais qualidade de vida aos indivíduos.

Nos casos em que a pessoa já está em crise, o atendimento psiquiátrico é fundamental para realizar o ajuste das doses e da medicação utilizada. Além disso, a equipe multiprofissional também indica terapias não farmacológicas para contornar o quadro com rapidez e diminuir os prejuízos.

O psiquiatra, junto com outros profissionais (psicólogos, terapeutas, nutricionistas e enfermeiros), deve avaliar e tratar dessas pessoas e, em situações extremas (sobretudo, quando há possibilidade de suicídio ou outras situações graves), pode ser indicada a internação em serviço especializado.

Lembrando que todo serviço de internação sempre deve ter médico presente 24 horas todos os dias da semana (presente na instituição), além do psiquiatra assistente e a equipe multiprofissional. Infelizmente, muitos serviços anunciados que se dizem “especializados” não têm a equipe necessária para manter minimamente a segurança clínica dos doentes. Por vezes, sequer têm médico plantonista.

Antes de internar, sempre pergunte sobre a equipe de médicos e profissionais que fazem parte da instituição, se existe médico plantonista 24 horas todos os dias no local (dizer que está a distância não é válido, sempre há a necessidade de um médico in loco em serviços de internação).

Como é o tratamento no Hospital Santa Mônica?

O Hospital Santa Mônica é um hospital psiquiátrico voltado para a reabilitação da saúde física e mental do paciente. Todo o tratamento é focado na melhora do quadro que motivou a internação e na reinserção social do paciente.

Trata-se realmente de um serviço especializado, com atendimento médico plantonista 24 horas todos os dias da semana (in loco), com psiquiatras assistentes, equipe multiprofissional, enfermagem, ambientes adequados e tratamentos humanizados, oferecendo a estrutura hospitalar necessária às internações (voluntárias, involuntárias ou compulsórias).

Tudo para que o paciente possa ter um atendimento agradável e eficaz. Para alcançar esse objetivo, são oferecidas diariamente diferentes atividades, como:

  • terapias individual, em grupo e familiar, lúdicas, manuais e até com cães;
  • hidroginástica;
  • pilates e alongamento;
  • musicoterapia;
  • dançoterapia;
  • atividades físicas, como vôlei e futebol.

Tudo isso em uma área com mais de 83 mil m², sendo 50 mil m² destinados à preservação da Mata Atlântica. Os pacientes têm contato com a natureza e conseguem melhorar mais rapidamente. Afinal, é possível controlar a transição entre mania e depressão, garantindo um tratamento adequado e melhorando a qualidade de vida. Basta procurar ajuda especializada de verdade e seguir o tratamento indicado.

E você, precisa desse auxílio? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica e conheça mais dos nossos tratamentos e intervenções.

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