Promover diversidade e inclusão tem sido uma das grandes preocupações das empresas atualmente. Os motivos para isso são diversos, inclusive atender a realidade de uma sociedade que hoje é composta por pessoas com diferentes características e realidades.
Criar um time diverso na empresa é uma estratégia para a própria organização, que enriquece seu quadro de colaboradores por causa das formas de pensar, da visão de mundo e das experiências que diferentes grupos têm. Ao mesmo tempo, a inclusão é uma forma de cuidar da saúde mental das pessoas que pertencem a grupos mais vulneráveis.
Embora diversidade e inclusão já sejam realidade nas organizações, a situação ainda está longe de ser perfeita, inclusive porque existem muitas dúvidas acerca desse assunto. Pensando nisso, a médica com foco em saúde mental Dra. Luciana Mancini Bari, criou este conteúdo para explicar como tudo funciona. Continue lendo!
Importância da diversidade e inclusão nas empresas
A sociedade está vivendo um momento em que as pessoas estão encontrando mais liberdade para serem autênticas, no entanto, os obstáculos para exercer sua cidadania em plenitude continuam existindo.
Pessoas transexuais, por exemplo, nem sempre encontram as portas abertas para ocupar uma vaga de emprego. O mesmo acontece com as pessoas com deficiência. Assim, as empresas têm um papel muito importante para mudar essa realidade.
Para as próprias organizações, promover diversidade e inclusão é uma estratégia de negócios. Isso porque ao colocar pessoas com diferentes características em um mesmo grupo criamos um time heterogêneo, no qual cada membro tem uma forma de pensar, uma experiência de vida e uma visão de mundo.
Assim, podem contribuir com suas experiências, ideias e modos de raciocinar, trazendo soluções inovadoras. Entretanto, os ganhos vão muito além dos interesses da própria empresa. Ao promover diversidade e inclusão, oferecemos oportunidades para talentos que muitas vezes são ignorados por não estarem dentro de padrões.
Quando vemos, por exemplo, uma pessoa negra em cargos de chefia, temos a representatividade de um grande grupo de pessoas que ainda sofre preconceito e discriminação.
Esse tipo de representatividade vem como uma inspiração para todos os demais que se identificam com aqueles que conquistaram seu espaço. O impacto que isso gera é significativo porque eleva a autoestima e a autoconfiança de toda uma população.
Benefícios de promover diversidade e inclusão na empresa
Você viu que, para a empresa, um dos benefícios da diversidade e inclusão é justamente ter um time heterogêneo e com mais potencial para propor inovações. A convivência entre pessoas diferentes contribui para o crescimento de todos, por conhecerem culturas e formas de pensar diferentes das suas.
Construímos uma espécie de intercâmbio, em que ideias e experiências são trocadas. Com isso, aprimoramos cada vez mais os profissionais e as pessoas em si. Essa convivência também permite que sejam derrubados preconceitos e discriminações baseados em mitos, inverdades ou mal entendidos.
Muitas vezes, julgamentos acontecem pela falta de conhecimento que as pessoas têm daquelas que são diferentes de si. Diversidade e inclusão aproximam a todos, geram empatia, respeito e solidariedade.
As organizações podem contribuir para o desenvolvimento pessoal dos seus colaboradores ao promover esse tipo de experiência, que reduz a intolerância.
Como um ambiente de trabalho que promove diversidade contribui para a saúde mental
É comum vermos indivíduos anulando a si mesmos para se encaixarem em determinado padrão. Essa busca por aceitação pode gerar problemas de saúde mental, como a ansiedade e a depressão.
Quando uma empresa se preocupa em promover diversidade e inclusão compondo um time heterogêneo, ela mostra para seus colaboradores que todos são bem acolhidos naquele espaço, independentemente das suas singularidades.
Isso faz com que cada um se sinta mais à vontade para ser autêntico, sem a necessidade de se anular para se encaixar em um grupo homogêneo. Promovemos mais saúde mental para os colaboradores em função desse acolhimento, que faz com que todos se sintam pertencentes ao grupo.
Onde a diversidade impera, não se pode apontar este ou aquele como diferente porque cada um tem as suas características. Assim, há mais qualidade de vida na empresa e cada um percebe que são as suas diferenças que fazem com que sejam importantes.
Não existe espaço para julgamentos ou conflitos e todos são tratados com respeito. Logo, o clima organizacional se torna mais harmônico e produtivo, mais uma vez, contribuindo para a saúde mental de todos.
Saúde mental em foco na empresa
Cada vez mais as empresas estão preocupadas em promover saúde mental para os seus colaboradores. Afinal, problemas como transtorno de ansiedade, síndrome de Burnout, estresse e depressão têm sido cada vez mais recorrentes no ambiente de trabalho.
As organizações têm adotado medidas e políticas para que a qualidade de vida no trabalho e o bem-estar dos colaboradores sejam maiores e eles fiquem satisfeitos, como:
- flexibilização da jornada de trabalho;
- organização de um ambiente mais acolhedor;
- criação de grupos ou momentos para prática de yoga e ginástica laboral;
- sessões de quick massage.
A saúde mental é abordada em campanhas ao longo do ano, como no Setembro Amarelo e nas ações desenvolvidas pela CIPA. São trabalhados temas como:
- a relação entre redes sociais e saúde mental;
- a importância de combater o estresse;
- a necessidade de respeitar o tempo de descanso;
- a importância de buscar ajuda e suporte psicológico ou psiquiátrico;
- o impacto das questões psicológicas no trabalho;
- a influência das dependências na vida pessoal e profissional; entre muitos outros.
Cada empresa desenvolve atividades e ações conforme o perfil dos seus colaboradores, mas sempre com foco em favorecer a saúde mental.
Ações para promover a diversidade e inclusão
Realizar processos seletivos abertos para profissionais com perfis diferentes é uma forma de promover diversidade e inclusão. Porém, é preciso que a seleção seja neutra, já que muitas vezes vieses inconscientes acabam manifestando preconceito que influenciam a escolha.
Uma seleção às cegas, que avalia apenas competências, habilidades, conhecimentos e experiência, pode evitar que esse tipo de problema aconteça. Também vale criar vagas específicas para grupos de afinidade, como social, de gênero, sexual, cultural, racial ou étnica.
É essencial estabelecer políticas internas que contribuam para promover diversidade e inclusão. Podem ser realizadas ações em datas especiais, como orgulho LGBT, Consciência Negra e Dia das Mulheres, além de promover a conscientização dos próprios colaboradores para que eles não se envolvam em situações discriminatórias.
Papel do CEO na criação de uma cultura de saúde mental
Para que saúde mental, diversidade e inclusão façam parte de uma empresa, é essencial que a cultura dela permita que isso aconteça. Nesse sentido, gestões e lideranças devem trabalhar as bases do negócio.
Existem empresas, por exemplo, com foco muito grande em produtividade ou em competitividade, e que acabam exigindo demais dos seus colaboradores. A saúde mental em lugares como esses é prejudicada porque os profissionais vivem constantemente tensos.
Cabe aos CEOs das empresas trabalharem desde as camadas mais altas da organização a importância e a necessidade de manter um time diverso e saudável, o que depende do modo como a própria empresa conduz os seus processos e rotinas e do valor que ela confere ao seu patrimônio humano.
São essas camadas mais altas que definem como o trabalho será realizado com as camadas mais baixas. Portanto, lá de cima precisa ser criada uma cultura de valorização, para que isso seja transmitido para todo o restante da empresa e a saúde mental seja uma realidade, junto com diversidade e inclusão.
O Hospital Santa Mônica tem grande experiência em promoção de saúde mental. Entre em contato conosco para saber um pouco mais a respeito do nosso trabalho.
