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Quais as causas do transtorno explosivo intermitente?

O transtorno explosivo intermitente, conhecido como TEI, gera comportamentos agressivos recorrentes. Popularmente chamado de “síndrome de Hulk”, a pessoa tem uma fúria descontrolada. Lembra-se dos quadrinhos de super-heróis? Ele estava lá: quando ficava nervoso, sua roupa rasgava, ficava com o corpo verde e ganhava força e massa excepcionais.

Esse descontrole da pessoa provoca sofrimento a si, pois há explosões de agressividade, colocando em risco sua vida e de outros que convivem com ela. Sendo assim, o psiquiatra do Hospital Santa Mônica, Dr. Rodrigo Rocha, irá abordar mais a respeito do assunto porque talvez você ou algum conhecido pode estar passando pelo problema. Confira a seguir!

O que é o transtorno explosivo intermitente?

O transtorno explosivo intermitente é considerado um transtorno mental, assim como depressão, ansiedade, bipolaridade e vários outros. É determinado pela incapacidade de o ser humano gerir os impulsos agressivos, acarretando ataques de fúria.

Quando o indivíduo está em crise, costuma gritar, quebrar objetos, xingar, ficar violento, chorar, ficar perturbado. Quando a situação passa, se sentem envergonhados, depressivos e angustiados. Tudo isso ocorre por diferentes razões, como as que verá a seguir:

  • explosões leves: ameaças, gestos obscenos, xingamentos, agressão física sem lesão corporal, geralmente duas vezes na semana em um trimestre;
  • explosões severas: destrói sua casa, trabalho, provoca lesões corporais em outras pessoas em um tempo de um ano por motivos que não fazem sentido. Muitas vezes, amigos e familiares não entendem o que está acontecendo e consideram o doente uma pessoa ignorante, de “pavio curto”.

Nem sempre o diagnóstico do problema é fácil. Os psiquiatras precisam considerar o histórico do paciente e os relatos de seus familiares. Também são avaliados pelo profissional de medicina sintomas como:

  • ataque de raiva;
  • agressão física e verbal;
  • irritabilidade e impaciência;
  • reações descontroladas que causam a destruição de objetos;
  • aumento dos batimentos cardíacos;
  • impulsividade;
  • tensão muscular;
  • descontrole emocional;
  • tremores pelo corpo;
  • enxaqueca;
  • sudorese.

Como saber se tenho esse problema?

  • Seus ataques ocorrem 2 vezes por semana?
  • Seus comportamentos agressivos são desproporcionais em relação às situações que os causaram?
  • Sua fúria ocorre sem premeditação, gerando comportamentos agressivos?
  • Após as crises, sente vergonha, culpa, arrependimentos, tristeza?
  • Você joga, quebra objetos ou mesmo esmurra paredes e portas no momento das crises?

O que causa esse transtorno?

As causas desses ataques não são conclusivas, no entanto existem fatores que desencadeiam os distúrbios para que o paciente fique furioso, por exemplo:

  • fatores ambientais: pessoas com esse diagnóstico costumam vir de famílias ou ambientes agressivos e consideram tal atitude normal;
  • fatores genéticos: há outros indivíduos com os mesmos sintomas;
  • fatores biológicos: a baixa produção de serotonina, o hormônio que traz prazer, felicidade, bem-estar, também desencadeia as crises.

Qual é o tratamento para esse transtorno? 

O transtorno explosivo intermitente tem controle, porém não cura. Assim, o paciente precisa realizar acompanhamento psicológico a fim de se conhecer e aprender a controlar seus impulsos e a lidar com gatilhos para as crises. Veja como funciona o tratamento!

Terapia

O psicólogo ensinará ao paciente como identificar situações que provocam sua fúria, de que forma isso pode ser evitado, e como controlar a intensidade dos ataques. Dessa maneira, o indivíduo terá mais autoconhecimento e autonomia, primará pela sua qualidade de vida e pela estabilidade emocional para ver sua existência prosperar com a terapia.

Meditação

Ótima forma para aliviar o estresse, a meditação reduz a ansiedade, traz calma interior, reduz a pressão arterial e os ritmos cardíacos. Quanto mais praticar, maiores são os resultados obtidos pelo paciente.

Medicamentos

Os medicamentos mais utilizados no TEI são os antidepressivos e os ansiolíticos. Eles têm o objetivo de estabilizar o emocional e os impulsos. Todavia, também são empregados antiepiléticos, estabilizadores de humor, antipsicóticos e betabloqueadores. Eles auxiliam na maioria dos casos.

Internação

Quando o caso é grave, o paciente pode ser internado para tratamento do TEI em uma unidade hospitalar com estrutura para atender a pessoas com transtornos emocionais. Nesse ambiente, haverá uma equipe multidisciplinar que atuará em diversas vertentes para sanar as necessidades e os problemas do paciente. É válido mencionar que cada caso terá um tratamento direcionado e personalizado.

Quais problemas ele pode gerar?

O indivíduo que tem o transtorno explosivo intermitente e não busca o controle da doença pode ter complicações de diferentes fatores. Veja os principais!

Problemas com a justiça

Como sua raiva não está controlada, ela provoca prejuízos a si e a outros, ocasionando problemas com a justiça, pois muitas vezes infringe a lei. Por exemplo: agressão no trânsito, violência doméstica, estrago de propriedade, entre outros. As partes atingidas provavelmente vão querer processá-lo e reaver o prejuízo.

Não é somente o TEI que causa essa fúria. Há mais transtornos que motivam o ser humano a isso ou até mesmo quando não há doença as agressões podem ocorrer. Logo, não há uma relação direta e certa que o envolvimento nessas situações aconteça somente pela doença.

Suicídio

Geralmente, quem sofre de TEI costuma ter pensamentos suicidas, mas isso não está associado aos sintomas. Devido à impulsividade, o paciente coloca sua vida em risco, o que causa episódios de depressão e o uso de entorpecentes.

Conflitos de relacionamento

Os episódios de fúria causam conflitos em locais de trabalho e no âmbito familiar, inclusive com agressões físicas e verbais. O doente se torna inconveniente, resultando no seu isolamento social por parte de outras pessoas que não o querem no mesmo local. Assim, deixa de ter amigos, família e mesmo trabalho, dependendo do caso.

Caso você tenha se reconhecido nessas informações ou percebeu que um amigo ou familiar apresenta tais sintomas, não fique estressado com a pessoa, porque ela não entende o que está acontecendo consigo. Fique calmo para poder conversar tranquilamente, entender o que está sentindo e prestar a assistência que necessita, pois o TEI é uma doença séria que merece atenção.

Portanto, sugira ou vá buscar um psicólogo ou psiquiatra para começar um tratamento adequado ao que possa ser um transtorno explosivo intermitente. Somente assim obterá uma melhor qualidade de vida e de relações sociais.

Quer entender mais sobre os transtornos mentais? Então, conheça o Transtorno Dissociativo de Identidade, os principais sintomas e o tratamento adequado.

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