As drogas semi sintéticas são formadas por uma mistura química a partir de substâncias extraídas de plantas e outras produzidas em laboratório. Devido aos efeitos devastadores que causam ao organismo, é preciso orientar as famílias sobre como ajudar alguém que não consegue abandonar as drogas.
Mediante essa necessidade, entrevistamos a Dra. Luciana Mancini Bari, Coordenadora Médica do Hospital Santa Mônica. Confira, na íntegra, o que ela tem a dizer sobre os riscos do consumo abusivo dessas substâncias.
A seguir, você vai entender o que são drogas semi sintéticas, quais são as mais consumidas entre os jovens e quando procurar tratamento para a dependência química. Aproveite a leitura!
O que são drogas semi sintéticas?
Em geral, as drogas sintéticas são produzidas a partir de uma ou mais substâncias psicoativas. Porém, a nossa entrevistada explicou que as drogas semi sintéticas são fabricadas com outros componentes. Segundo ela, “esse tipo de entorpecente é produzido a partir de drogas naturais, mas que passam por processos químicos posteriores em laboratório”.
O objetivo dessa mistura é inovar e atrair novos adeptos, já que o processo dá origem a novas drogas. Atualmente, as mais consumidas entre os jovens são a maconha e a cocaína. Por isso, é necessário investir em estratégias mais eficazes para reduzir o impacto desse problema sobre a saúde e a sociedade.
Dados do Relatório Mundial sobre Drogas de 2021 alertam sobre os riscos potenciais que a adicção em drogas representa. Segundo essa fonte, dos 275 milhões de indivíduos que usaram drogas no mundo, mais de 36 milhões foram acometidos por transtornos associados ao consumo dessas substâncias.
Quais efeitos essas drogas causam no organismo?
A médica citou vários exemplos de consequência das drogas sobre a vida do dependente químico. Segundo ela, “o uso dessas substâncias afeta a qualidade de vida tanto de quem usa como de quem convive com o dependente químico”. Por isso, a adicção em drogas deve ser encarada como uma doença que requer tratamento.
A Dra. Luciana também alertou sobre a relação das drogas semi sintéticas com os ataques epilépticos. Ela disse que “elas estimulam o cérebro excessivamente, podendo levar a crises convulsivas, como no consumo abusivo ou crônico de cocaína. Por isso, quando consumidas em excesso podem causar insuficiência respiratória e até levar à morte”.
Na verdade, há diferentes níveis de complicações resultantes da dependência química. Para melhor compreensão do tema, elas podem ser classificadas conforme detalhado abaixo.
Efeitos sobre a saúde física
O uso abusivo de tóxicos prejudica o funcionamento de todos os órgãos do corpo, a começar pelo cérebro. Como o sistema nervoso é responsável pelo controle de toda a fisiologia do corpo, quando alterado pelas drogas, ele não consegue trabalhar direito.
Consequentemente, o dependente químico se torna mais vulnerável ao desenvolvimento de diferentes doenças. Isso acontece porque, além de trabalhar de forma descoordenada, o cérebro alterado pelas drogas não percebe o descontrole do organismo.
Outro problema é a queda da defesa imunológica. A toxicidade causada pelos elementos presentes na composição das drogas afeta diretamente o sistema de defesa. Nessa condição, o corpo fica enfraquecido e não consegue combater os elementos que causam doenças.
Nessas circunstâncias, os sintomas físicos mais comuns são:
- dor de cabeça;
- coração acelerado;
- visão embaçada;
- olhos vermelhos, em alguns casos;
- coriza, em alguns casos;
- tremores das mãos.
Efeitos comportamentais
Em vias gerais, as alterações do comportamento são mais facilmente percebidas quando a pessoa aumenta o consumo. Nessas situações, nem sempre é possível disfarçar as atitudes e ações que caracterizam a condição.
Assim, os efeitos mais evidentes são:
- apatia;
- afastamento da família e dos amigos que não consomem drogas;
- dificuldade para cumprir rotinas, horários e compromissos importantes;
- desinteresse pela escola ou trabalho;
- sonolência ou agitação excessiva;
- agressividade;
- humor alterado;
- irritabilidade.
Como prevenir o envolvimento com essas substâncias?
Segundo a Dra. Luciana Mancini, a família deve ficar atenta ao comportamento dos filhos antes que eles se envolvam com substâncias ilícitas. Nesse sentido, a orientação é manter um estilo de vida equilibrado, fortalecer a saúde e cultivar uma relação saudável com a família.
Além desses pontos, a médica destacou mais alguns. Confira:
- manter uma alimentação equilibrada;
- praticar atividades físicas regularmente;
- ter cuidados com a saúde mental, com fazer terapia;
- evitar comidas gordurosas e açúcar em excesso;
- não usar tabaco, bebidas alcoólicas, energéticos e outros estimulantes;
- tomar medicações somente com prescrição médica.
Nesses casos, o que a família deve fazer?
Os pais presentes ajudam a reduzir as chances de envolvimento dos filhos com tóxicos. Isso porque, em geral, a menor percepção dos riscos do consumo de entorpecentes está associada a maiores taxas de abuso de drogas.
Assim, quando a situação se torna conflitante devido ao abuso de drogas semi sintéticas ou de qualquer natureza, o ideal é buscar ajuda profissional. Nesses casos, somente o acompanhamento médico e psicológico eleva as chances de reverter o quadro.
Como tratar a adicção em drogas semi sintéticas?
Nossa entrevistada frisou que “o tratamento para o uso de drogas é individual e vai depender de cada paciente, e não da substância utilizada”. Em geral, as intervenções são baseadas nos seguintes pilares:
- medicação, quando existe a necessidade;
- terapia especializada;
- atividade física.
Quando internar o dependente químico?
Nesse ponto, a médica explicou de forma bem clara: “quando o paciente está tão dependente que não consegue ver o quanto sua vida está afetada pela substância.” Ou seja, é preciso internar o dependente químico no momento em que os diferentes aspectos da vida dele estão prejudicados.
A internação também é recomendada para aqueles pacientes que não conseguem abandonar a droga sozinhos. “Nessa condição, eles precisam de uma desintoxicação e acompanhamento médico mais intensivo”, complementou a entrevistada.
Como o Hospital Santa Mônica pode ajudar?
Atuando na função de coordenadora médica do Hospital Santa Mônica, a Dra. Luciana Mancini destacou os diferenciais da instituição:
- tratamento com equipe multidisciplinar, que trata o indivíduo em todas as esferas de forma humanizada;
- infraestrutura diferenciada, que torna o ambiente tranquilo e cercado da natureza;
- profissionais experientes e com formação na área.
Por fim, vale destacar a importância de conhecer os riscos que as drogas na juventude representam. Logo, o ideal é ter atenção aos sinais que indicam o envolvimento com as drogas semi sintéticas e buscar um tratamento especializado.
Precisa de apoio profissional para você ou alguém da sua família? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica!