Adotar medidas preventivas para reduzir a ocorrência da Síndrome do Alcoolismo Fetal, uma condição que engloba uma série de defeitos inatos à criança, é cada vez mais importante para proteger os pequenos e evitar diversos danos causados por essa condição, como os cerebrais e problemas de crescimento, que não podem ser revertidos.
Nesse cenário, inclusive, 9 de setembro foi instituído como o Dia Mundial de Prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF). Vale lembrar que não existe quantidade de álcool segura para o bebê, sendo fundamental evitar essa substância para que a criança não lide com as consequências durante a vida toda.
Quer saber mais sobre essa síndrome? Então, continue a leitura e confira nosso artigo completo!
O que é Síndrome do Alcoolismo Fetal?
Quando estão grávidas ou planejando engravidar, as mulheres não devem consumir álcool. A substância entra na corrente sanguínea do adulto e acaba chegando ao útero, o que interfere na oxigenação e nutrição do feto.
A exposição ao álcool antes do nascimento é prejudicial ao bebê e pode danificar órgãos e tecidos, além de causar danos cerebrais permanentes. Quanto mais bebidas alcoólicas uma grávida consumir, maiores são os riscos para o bebê.
Entretanto, qualquer quantidade já é arriscada, inclusive nos primeiros dias de gestação, quando a mãe pode ainda não saber sobre a gravidez. No primeiro trimestre, o feto está desenvolvendo a sua face, coração, ossos, sistema nervoso central e outros órgãos importantes para o funcionamento do corpo e que podem ser prejudicados pelo álcool.
Para se ter noção da importância de evitar a ingestão dessa substância, dados de uma pesquisa divulgada pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) indicam que 1 em cada 67 mulheres que não adotam os cuidados indicados darão à luz a filhos com a SAF.
Já a Sociedade Brasileira de Pediatria indica que, a cada mil bebês que nascem com vida, de dois a sete apresentam sintomas. Além da Síndrome do Alcoolismo Fetal, que afeta a criança, o consumo de álcool durante a gravidez também pode provocar o aborto ou o nascimento prematuro.
Quais são os principais sintomas?
A intensidade dos sintomas da Síndrome do Alcoolismo Fetal varia de acordo com cada paciente. Algumas crianças podem apresentar traços leves, enquanto outras desenvolvem graus mais altos da doença. De acordo com um artigo divulgado pela Mayo Clinic, os sintomas podem incluir os sintomas em três classificações. Saiba mais a seguir:
Defeitos físicos
O primeiro sintoma observável são as malformações físicas, como:
- deformidades na face: lábio superior fino, olhos pequenos, nariz curto, indefinição na região entre o nariz e a boca;
- cabeça e cérebro pequenos;
- deformidades nos dedos e juntas;
- crescimento lento;
- problemas de visão e audição;
- defeitos nos rins, coração e ossos.
Problemas cerebrais e no sistema nervoso central
Além de aspectos físicos, o álcool acaba afetando o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso do feto, causando complicações relacionadas à:
- falta de coordenação motora;
- falta de equilíbrio;
- problemas de aprendizagem;
- dificuldade para entender e solucionar problemas;
- problemas de memória;
- dificuldades para se concentrar e processar informações;
- baixa capacidade de entender as consequências das suas escolhas.
Problemas comportamentais e sociais
A partir dos sintomas destacados anteriormente, as crianças tendem a ter desafios ao longo da vida, envolvendo, dificuldades na escola, problemas de relacionamento com outras pessoas, impulsividade e dificuldades para planejar e trabalhar para atingir metas.
Além disso, ao longo da vida, esses indivíduos podem desenvolver outros problemas comportamentais secundários, que não são necessariamente um sintoma da Síndrome do Alcoolismo Fetal, mas são comuns aos pacientes:
- déficit de atenção e hiperatividade;
- agressividade;
- tendência a desobedecer normas e leis;
- abuso de álcool e outras drogas;
- depressão, ansiedade e distúrbios alimentares;
- dificuldades para arranjar e manter-se nos empregos;
- comportamento sexual inadequado;
- morte precoce por acidente ou suicídio.
Por isso, é fundamental oferecer um suporte psicológico adequado e ajudar os indivíduos a aproveitarem suas vidas com mais qualidade.
Qual a diferença entre SAF e TAF?
A partir da ingestão alcoólica durante a gravidez, essa substância é capaz de atravessar a placenta e atingir o feto, que ainda não está desenvolvido o suficiente para metabolizar esse elemento de maneira eficiente.
Isso causa diversos problemas, que variam em questão de gravidade. Um deles é o Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal (TAF), que abrange todas as condições que podem surgir a partir do consumo de álcool na gestação.
O caso mais grave é a SAF, que gera as malformações que apresentamos anteriormente neste texto, que vão desde características faciais até questões neurológicas. Nos casos em que a exposição ao álcool tem impactos menos visíveis, mesmo que ainda muito sérios, tem-se a configuração do TAF.
Entre os sintomas desse transtorno podemos destacar a dificuldade no aprendizado ao longo da vida, dificuldades em relação à memória e ao comportamento, porém, não há características evidentes como na SAF.
Como é feito o diagnóstico de SAF?
O diagnóstico dessa síndrome é realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por pediatras, neurologistas, psicólogos e outros profissionais da saúde. Eles fazem a avaliação se baseando em diversos fatores clínicos, como:
- características faciais específicas — são avaliados filtro nasal, lábios superiores e fissuras palpebrais;
- atraso no crescimento — são observados peso, altura e perímetro craniano durante a evolução da criança;
- problemas no sistema nervoso — aspectos cognitivos, comportamentais e de aprendizado são analisados no diagnóstico;
- histórico de exposição — a avaliação é apoiada pela confirmação da mãe sobre ingestão de álcool na gravidez.
Também são realizados testes de imagem e exames neuropsicológicos para estudar déficits cognitivos e ter um diagnóstico completo.
Quando é necessário procurar um médico?
A única forma de prevenir a Síndrome do Alcoolismo Fetal é cortar o consumo de álcool durante a gestação. Nos casos de gravidez planejada, a mulher deve parar de beber com antecedência, assim que começar a tentar engravidar.
Mulheres que convivem com o alcoolismo e desejam ser mães devem buscar ajuda médica antes da gravidez, para serem tratadas antes da gestação e evitem o aparecimento da Síndrome do Alcoolismo Fetal no bebê.
A mesma conduta é indicada para aquelas que já estão grávidas e continuam consumindo álcool e para aquelas que beberam por não saberem que estavam grávidas. Esses fatos precisam ser informados ao obstetra responsável pela paciente, para ele tomar as providências devidas. Quanto mais cedo a síndrome for identificada, maiores são as chances de conseguir amenizar os sintomas de longo prazo e melhorar a qualidade de vida da criança.
Como é o tratamento da Síndrome do Alcoolismo Fetal?
O tratamento da SAF é realizado a partir de ações que visam a melhora da qualidade de vida da criança e a segurança da mãe. Nesse sentido, existem várias práticas adotadas que fazem toda a diferença:
- terapias comportamentais — elas auxiliam a melhorar as habilidades sociais, comportamentais e cognitivas a partir de abordagens fonoaudiólogas e psicológicas;
- apoio familiar — quem oferece suporte para a criança precisa entender quais são as estratégias que vão ajudá-la em seu desenvolvimento;
- acompanhamento contínuo — é essencial ter o suporte de profissionais especializados continuamente para efetuar adequações no tratamento sempre que for necessário.
A partir dessa abordagem, é viável melhorar a condição de vida de quem é diagnosticado com SAF. Por isso, é aconselhável buscar ajuda quanto mais cedo possível para melhorar os resultados do desenvolvimento da criança.
Como o Hospital Santa Mônica pode ajudar?
Contar com o Hospital Santa Mônica no tratamento da SAF é uma ótima forma de ter suporte humanizado e eficaz para superar as dificuldades causadas por essa síndrome. Saiba mais, a seguir.
Profissionais altamente qualificados
O Hospital Santa Mônica conta com profissionais altamente qualificados e especializados e tem mais de 50 anos de experiência no tratamento de transtornos mentais e dependência química.
A partir dos conhecimentos especializados de nossos profissionais, a paciente poderá ser diagnosticada adequadamente e fazer a desintoxicação de álcool.
Tratamentos adequados
As ações a serem adotadas dependem de cada caso, mas, em geral, incluem a administração de medicamentos que reduzem a compulsão e terapias, que podem ser feitas individualmente ou em grupo.
Essas medidas costumam ser suficientes para resolver casos mais simples. Entretanto, quando o problema é mais grave, a internação pode se fazer necessária. Isso acontece quando a paciente já está em um estágio avançado do problema e perde a capacidade de julgamento, tornando-se um risco para si mesma e para o bebê.
A internação é uma maneira de proporcionar à alcoólatra todas as condições necessárias para que o comportamento de risco seja reduzido e garantir o acompanhamento adequado para a sua recuperação.
Infraestrutura de qualidade
O Hospital Santa Mônica tem uma infraestrutura completa para garantir o conforto e todo o cuidado necessário às pacientes durante o período de internação.
A nossa equipe conta com médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais da saúde que formam uma equipe multidisciplinar especializada no tratamento contra o alcoolismo.
Buscar ajuda médica especializada é a melhor maneira de evitar a Síndrome do Alcoolismo Fetal em situações em que a mãe não consegue parar de beber por conta própria.
Se você conhece alguma mulher que está passando por esse tipo de situação ou se vai ser mãe e não consegue controlar o impulso de beber, entre em contato conosco e saiba como podemos ajudar!