A heroína é uma droga ilícita que causa rápida sensação de prazer, seguida de bem-estar e sonolência. Ela é considerada um opiáceo, produzida a partir de papoulas, de onde é extraído o ópio, que será transformado em morfina e, depois, refinado até se transformar em heroína.
A forma mais comum de se consumir heroína é derretendo o seu pó e injetando a substância nas veias, o que aumenta os riscos de infecção e contaminação de AIDS. A droga também é comumente misturada a outras substâncias perigosas, como cocaína.
Neste post, Dr. Marcel Vella Nunes, psiquiatra do Hospital Santa Mônica ressalta que embora o consumo de heroína no Brasil não seja tão alarmante comparado a outras drogas, o especialista fala sobre as consequências do uso de heroína a curto e a longo prazo e mostra o que pode ser feito para ajudar quem sofre de dependência química. Confira!
Sintomas de curto prazo da heroína
Os efeitos imediatos do uso de heroína duram de 4 a 6 horas. Logo após consumir a droga, o usuário tem sensações de bem-estar e felicidade, seguidas de sonolência e lentidão nos pensamentos e movimentos. Esses efeitos geralmente são acompanhados de:
- náuseas;
- vômitos;
- coceiras;
- sensação de boca seca;
- impressão de que as extremidades do corpo estão pesadas.
Após os efeitos iniciais, na fase de sonolência, o usuário pode ter as suas funções mentais prejudicadas, desaceleração dos batimentos cardíacos e diminuição no ritmo da respiração — em alguns casos, essas consequências podem levar ao coma, danos cerebrais permanentes e até mesmo à morte, segundo um artigo publicado no site do National Institute of Drug Abuse.
As consequências de longo prazo do uso da heroína
O contínuo uso de heroína pode trazer grandes problemas para saúde do usuário. As injeções frequentes podem prejudicar as veias e causar infecções nos vasos sanguíneos, além do risco de AIDS e outras infecções, como é o caso do novo coronavírus, que afeta o mundo todo e já causou milhares de mortes.
Um estudo americano indica que mais de 70% dos casos de hepatite C2 que aparecem anualmente no país são em usuários de drogas injetáveis. Veja a seguir alguns outros efeitos causados pelo uso contínuo da droga:
Dependência química
O uso constante da droga transforma o usuário em dependente químico. Isso quer dizer que a pessoa não consegue conter o vício, o que acaba afetando a sua rotina — vida social, carreira, estudos, e saúde mental podem ser comprometidos.
A dependência química é considerada uma doença crônica pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e não há cura para ela. O dependente necessita de acompanhamento constante, independentemente de estar fazendo uso da droga ou não.
Deterioração de algumas áreas do cérebro
O uso de heroína também pode levar o indivíduo a sofrer danos permanentes em algumas partes do cérebro, o que pode afetar a sua capacidade cognitiva. Os efeitos negativos da droga no cérebro incluem perda de memória e da capacidade de tomar decisões, inabilidade no controle de impulsos e problemas de fala e visão.
A overdose de heroína
Além de todos esses prejuízos à saúde, a heroína também pode causar overdose, que acontece quando um usuário consome grandes quantidades de droga. Ao contrário do que muitos pensam, ela não ocorre somente com dependentes químicos — a overdose pode ocorrer, inclusive, no primeiro contato de uma pessoa com a droga.
Quando uma dose muito grande de heroína é consumida, o corpo não tem tempo para eliminar a substância antes que ela cause efeitos perigosos. Os sinais de overdose incluem:
- perda de consciência;
- confusão;
- espiração acelerada;
- vômitos;
- convulsões;
- comas.
Essa situação pode levar o indivíduo à morte. A overdose de heroína é um perigo real e muito mais comum do que as pessoas costumam pensar. Um estudo australiano indicou que 54% das pessoas que injetam heroína frequentemente já tiveram pelo menos uma experiência de overdose não-fatal ao longo da vida.
A importância de procurar ajuda
O uso de heroína é muito perigoso e pode causar diversos efeitos negativos no corpo humano e na vida do dependente químico. Além dela, outros opioides também são comumente utilizados e podem causar dependência química. Alguns deles, como a dolantina e a morfina, podem, inclusive, ser prescritos como medicamentos para o tratamento de doenças. Quem faz uso dessas substâncias precisa seguir estritamente as recomendações médicas para evitar efeitos indesejados.
A desintoxicação precisa ser feita aos poucos para evitar a síndrome de abstinência. Por isso, é muito importante que o paciente seja acompanhado por uma equipe especializada e experiente. Apesar de não ser grave, essa condição acarreta grande sofrimento para o paciente e, por isso, é fundamental o acompanhamento profissional. Nesse período, o indivíduo sente:
- náuseas;
- dores;
- ansiedade;
- inquietação;
- taquicardia;
- aumento da pressão arterial;
- febre.
Se você é dependente químico e gostaria de receber tratamento, procure ajuda médica e o apoio de uma pessoa de confiança, como parentes ou amigos. A presença dessas pessoas é muito importante para a boa evolução do tratamento. Apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada e o paciente pode voltar a ter saúde e uma rotina normal.
O tratamento para dependência química
O tratamento para essa doença é complexo, já que, por causa da síndrome da abstinência, pessoas viciadas não podem simplesmente parar de consumir a heroína. Com o auxílio de profissionais, é feita a desintoxicação do paciente, que pode ter ou não a indicação de medicamentos que diminuem o desejo e restauram as funções cerebrais. O tratamento ainda inclui terapias, acompanhamento médico e aconselhamento, tanto para o paciente quanto para os familiares.
O Hospital Santa Mônica tem mais de 50 anos de experiência e conta com uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, psicólogos, nutricionistas, terapeutas e outros profissionais da Saúde. A equipe desenvolve uma avaliação abrangente para conhecer as necessidade de cada paciente e traçar um plano de tratamento individualizado.
Durante o período de desintoxicação, o paciente recebe assistência por 24h, com o objetivo de eliminar a droga do organismo. É comum que, nesses casos, a internação seja necessária, para que o acompanhamento possa ser feito da melhor maneira possível. Nessa fase, acontece a diminuição gradual de dosagens da droga.
Depois, além das consultas médicas, são realizadas sessões de terapia, dinâmicas em grupo, terapia ocupacional e atividades físicas como forma de recuperação da autoestima e reinserção social do paciente.
Se você acha que o uso de heroína está prejudicando a sua vida, tanto física quanto emocionalmente, entre em contato conosco e conheça as nossas soluções! A equipe do Hospital Santa Mônica está sempre disponível para ajudar!