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Saúde Mental

Burnout afetivo: entenda o que é e quais as características

Você já sentiu uma desconexão com o seu parceiro? Percebe que tem apenas relacionamentos superficiais? Talvez já tenha passado por isso ou conheça alguém nessa situação. Essas são indicações de burnout afetivo.

Enquanto a síndrome geral designa o cansaço excessivo, esse termo se refere a um quadro de exaustão emocional. Portanto, é específico para relacionamentos amorosos e impede que a pessoa desenvolva, de fato, um laço mais duradouro.

Em um primeiro momento, esses sinais podem ser verificados em diferentes indivíduos e parecem normais. Porém, também são capazes de indicar um problema. Então, quando tomar cuidado?

Neste post, apresentaremos mais detalhes sobre o burnout afetivo e suas principais características e causas, além de seus sintomas. Saiba mais!

O que é burnout?

O burnout é uma síndrome caracterizada por tensão emocional, esgotamento e exaustão extrema. Esse distúrbio psíquico é causado por condições de trabalho altamente estressantes, que levam a pessoa ao seu limite. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) o considera uma doença ocupacional.

Normalmente, esse distúrbio sistêmico é provocado por um estresse crônico mal administrado. Pode ser devido à sobrecarga de trabalho, um chefe que cobra demais ou um horário de trabalho muito diferente do habitual (como as madrugadas).

Dentro desse contexto, vários problemas podem aparecer. Os principais sintomas apresentados são:

  • cansaço;
  • esgotamento emocional, físico e mental;
  • exaustão;
  • insônia;
  • irritabilidade;
  • perda ou exagero de apetite;
  • tristeza.

Quando não tratada, essa síndrome pode gerar outros problemas. Por exemplo, dores de cabeça, queda de imunidade, crises de ansiedade, doenças estomacais e até a depressão.

O que é burnout afetivo?

O burnout afetivo consiste em um quadro de apatia e exaustão emocional. Diante da busca por um relacionamento amoroso e das constantes decepções, a pessoa passa a sentir frustração, ansiedade e inadequação. Além disso, desenvolve a baixa autoestima.

Por isso, essa síndrome também é chamada de dating burnout. Apesar de afetar tanto homens quanto mulheres, o distúrbio é mais presente entre elas. Tanto é que uma pesquisa mostrou que 54% das pessoas do sexo feminino se sentem extremamente cansadas com os encontros modernos.

Com isso, gera-se um esgotamento físico e mental, que pode levar a diferentes sintomas depressivos e ansiosos. Inclusive, queda na energia e na disposição, diminuição da produtividade e baixa da imunidade.

Dentro desse contexto, vale a pena lembrar do termo “relações líquidas”, usado pelo sociólogo Zygmunt Bauman. Ele diz que essas palavras indicam que as relações atuais são difíceis de segurar, isto é, “escorrem pelos dedos”.

Aplicado a qualquer contexto, o conceito de Bauman explica bastante a situação de muitos relacionamentos amorosos. Sem estabelecerem um contato profundo, as pessoas vivenciam uma experiência pessoal, mas não chegam a construir uma identidade de casal.

Com isso, a parceria termina e a pessoa diz: “não quero mais ficar com ninguém”. No entanto, essa postura não é saudável e pode trazer várias consequências negativas, como o fato de qualquer situação ruim ser capaz de machucar muito.

Quais as principais causas do burnout afetivo?

As principais causas do burnout afetivo são a dificuldade em estabelecer laços amorosos profundos e a própria era digital. Isso porque, ao mesmo tempo que facilitam a busca por uma pessoa, os aplicativos de relacionamento permitem se envolver com várias pessoas simultaneamente — e isso desgasta a procura por uma parceria de vida.

Assim, essa busca constante acaba levando a frustrações frequentes. Com o tempo, a tolerância a essas decepções diminui e o individualismo é fortalecido. O resultado é uma desconexão de quem está próximo e a criação de barreiras internas.

Ou seja, a pessoa deixa de aceitar que alguém se aproxime e não consegue se relacionar com intimidade. Dessa forma, estabelece-se cada vez mais relações supérfluas e superficiais.

Portanto, a origem do dating burnout vem justamente dos apps de relacionamento. Isso porque eles geram muita ansiedade e a pessoa se sente mais dependente e solitária. Afinal, está sempre esperando por um match, chegando a medir sua popularidade e até beleza por esses critérios.

Contudo, todo esse processo inicia com um relacionamento mal sucedido, no qual a pessoa investiu tempo e apego emocional. Com medo disso acontecer novamente, parte-se para a próxima conquista diante da primeira desavença ou aborrecimento. Assim, cria-se um ciclo desgastante devido a essa busca contínua.

Quais são os sintomas do burnout afetivo?

Os sintomas do burnout afetivo são bastante parecidos ao da síndrome original, que está relacionada ao trabalho. A diferença é o foco nos relacionamentos pessoais. Por isso, a pessoa nessa condição pode experimentar:

  • exaustão psicológica;
  • queda de produtividade;
  • redução da energia;
  • dores de cabeça;
  • diminuição da imunidade;
  • crises de ansiedade;
  • problemas de estômago;
  • crises de choro;
  • esgotamento físico;
  • perda de interesse pelos relacionamentos e até por atividades diárias;
  • pensamentos autodepreciativos;
  • medo de reviver os problemas vivenciados no relacionamento anterior;
  • sensação de que os relacionamentos dão muito trabalho;
  • reclusão ou isolamento;
  • desistência diante do primeiro problema no relacionamento;
  • medo da rejeição;
  • questionamento sobre a própria capacidade de manter uma relação amorosa de longo prazo.

O que fazer para ajudar quem está com burnout afetivo?

Quem está com burnout afetivo precisa procurar ajuda especializada, de um psicólogo ou psiquiatra. Afinal, é importante falar sobre como está se sentindo para se autoconhecer. Isso ajuda a dar uma pausa nessa busca para ressignificar as experiências anteriores e se preservar.

Essa é uma forma de melhorar a saúde mental e entender que essa síndrome não leva a uma vida saudável. Ainda é necessário investir em hobbies que fazem bem para a mente e o corpo.

Aqui, estão incluídas uma alimentação equilibrada e a realização de atividades físicas. Da mesma forma, a pessoa precisa encarar os aplicativos como uma ferramenta. Ou seja, podem ser um aliado na hora de encontrar alguém. Porém, é necessário ter disposição e se abrir a novas possibilidades.

Ao tomar esses cuidados, você passa a entender que ter um relacionamento amoroso é muito bom. No entanto, a objetificação e a dependência emocional precisam passar longe. Assim, é possível aceitar a realidade e entender quais são os padrões saudáveis nos laços amorosos.

Portanto, o burnout afetivo pode ser amenizado com um processo psicoterapêutico. Aos poucos, você se conhecerá melhor e poderá entrar em um relacionamento mais equilibrado.

Achou interessante saber mais sobre essa síndrome? Aproveite e confira as principais síndromes psicológicas e quais seus tratamentos.

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