Será que toda mudança de humor é Borderline ou bipolaridade? Desde já, saiba que não! Esses dois transtornos estão totalmente ligados ao modo como um paciente percebe e reflete seu estado emocional, mas são bastante distintos.
Embora sejam doenças que se confundem, a Síndrome de Borderline e o Transtorno Afetivo Bipolar apresentam muitas diferenças. Entender como cada transtorno se manifesta e como pode afetar o bem-estar do paciente é importante para buscar o diagnóstico e o tratamento adequados.
Neste artigo, entenda melhor as diferenças entre Borderline e bipolaridade e saiba como lidar com cada um dos transtornos!
O que é a Síndrome de Borderline?
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), também chamado de Síndrome de Borderline, é um distúrbio conhecido pela mudança repentina e instabilidade do humor e do comportamento.
Pessoas com esse transtorno costumam ter dificuldades de manter relacionamentos longos e podem apresentar variações de humor várias vezes ao dia. Além disso, é comum que apresentem sintomas como:
- instabilidade afetiva;
- irritabilidade com ou sem razões aparentes;
- sentimentos intensos em todos os sentidos;
- dificuldade de lidar com rejeições;
- impulsividade e compulsividade;
- problemas de identidade, autoestima e autoimagem;
- ameaças de automutilação e suicídio.
O Transtorno de Personalidade Borderline pode ser causado por ambiente familiar instável, traumas vivenciados na infância, influência genética ou alterações neurológicas.
O que é a bipolaridade?
A bipolaridade é o nome popular para o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). Esse é um dos transtornos relacionados ao humor, que pode ser caracterizado como uma doença maníaco-depressiva. No caso do TAB, os pacientes costumam oscilar, em períodos mais longos que no caso da Síndrome de Borderline, entre as fases:
- maníaca — momento de intensa euforia, agitação, alta produtividade, compulsividade e estado de alta energia;
- depressiva — período de grande vazio emocional, baixa energia, desesperança, mudanças no apetite e dificuldade de realização de atividades cotidianas.
O Transtorno Afetivo Bipolar também pode se manifestar de diferentes maneiras, como:
- Transtorno Afetivo Bipolar I — episódios de mania e de depressão duram, pelo menos, uma semana, com crises tão graves que requerem cuidados hospitalares;
- Transtorno Afetivo Bipolar II — episódios de depressão e hipomania, quando a fase maníaca não é tão intensa;
- ciclotimia — variadas oscilações entre hipomania e depressão mais sutis em um intervalo de, pelo menos, dois anos.
O diagnóstico do Transtorno Afetivo Bipolar, muitas vezes, é confundido com o do Transtorno Depressivo Maior, principalmente quando há casos de hipomania. Por esse motivo, é comum que os pacientes com bipolaridade levem mais tempo até que consigam o diagnóstico correto.
Sendo assim, é fundamental recorrer a profissionais especializados e qualificados para receber o diagnóstico mais adequado para os sintomas apresentados e, com isso, dar início a um tratamento eficiente.
Qual a diferença entre os transtornos?
O transtorno Borderline e o transtorno bipolar são diferentes, principalmente, no período de duração dos sintomas. Enquanto no primeiro caso as oscilações de humor são repentinas e podem ocorrer em questão de minutos, no segundo a mudança entre uma fase e outra pode levar semanas.
Até mesmo a intensidade dos sintomas costuma ser diferente. Pessoas com TAB que vivenciam apenas a hipomania, por exemplo, têm mudanças mais sutis no humor e nem sempre sentem as emoções à flor da pele. Já as pessoas com a Síndrome de Borderline têm mais dificuldade de regulação emocional e são conhecidas por sentirem demais.
As possíveis causas do surgimento de cada um dos transtornos também são distintas. Enquanto no Borderline os fatores ambientais são mais influentes, no Transtorno Afetivo Bipolar entram também as questões genéticas, sociais, biológicas e hormonais, segundo um artigo da Clinical Psychiatry.
Quais as semelhanças entre Borderline e bipolaridade?
A semelhança entre os transtornos é o que mais traz sofrimento aos pacientes: as mudanças de humor. Nesse sentido, ambos afetam a relação da pessoa com as próprias emoções, principalmente no que diz respeito ao autocontrole e à autorregulação.
Além disso, é importante destacar semelhanças nos comportamentos de mania, nos quais o paciente pode apresentar atos compulsivos, impulsividade, irritabilidade e ansiedade em níveis mais extremos, tanto no Borderline quanto na bipolaridade.
Vale a pena reforçar que o acompanhamento médico é essencial nos dois quadros. A presença de um psiquiatra para o diagnóstico é indispensável, da mesma maneira que a psicoterapia complementa o tratamento, com o desenvolvimento de técnicas para ajudar a lidar com o sofrimento das mudanças de humor, autorregulação, autoestima e autoconhecimento.
Como identificar o diagnóstico?
A principal dica para identificar o diagnóstico é observar as mudanças comportamentais. Perceber quando elas surgem, a duração e a intensidade das alterações também faz toda a diferença para levar os relatos corretos para os profissionais.
No caso da Síndrome de Borderline, é fundamental observar a questão da intensidade e da irritabilidade. Além disso, perceber como o humor vai de um extremo ao outro muito rapidamente é importante para ajudar no diagnóstico.
No caso do Transtorno Afetivo Bipolar, é necessário dar uma atenção maior ao modo como o paciente se comporta nos episódios de mania. Dessa forma, é possível diferenciar quais são os estados naturais do indivíduo e quando está em vivenciando as emoções e as sensações de maneira mais intensa.
Como é o tratamento dos transtornos?
Cada um dos transtornos vai receber um tipo de tratamento. Por isso a importância de procurar ajuda profissional assim que identificar os sintomas e, principalmente, quando o paciente está em sofrimento com as mudanças de humor.
No caso da Síndrome de Borderline, o médico que acompanha o quadro pode prescrever medicamentos como antidepressivos e antipsicóticos. Para pacientes com bipolaridade, costumam ser prescritos estabilizadores de humor, além dos outros fármacos.
A psicoterapia também faz parte do tratamento para os transtornos de Borderline e bipolaridade. Com a ajuda de um psicólogo, é possível identificar as origens dos traumas que podem intensificar as doenças, tal como desenvolver ferramentas para lidar melhor com as mudanças de humor.
Em resumo, Borderline e bipolaridade são transtornos muito diferentes entre si. A presença de um profissional é essencial para o diagnóstico e o tratamento corretos, ajudando na promoção de bem-estar e qualidade de vida ao paciente.
O Hospital Santa Mônica tem tudo o que você precisa para receber apoio no diagnóstico. Entre em contato e saiba mais sobre tratamentos para transtornos de humor!