Fatores de risco para depressão são situações ou condições que aumentam a chance de uma pessoa desenvolver o quadro clínico de depressão. Esses fatores podem estar relacionados a condições genéticas, comportamentais ou ambientais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência da depressão teve um aumento de 18,4% entre 2005 e 2015. Hoje, 322 milhões de pessoas no mundo sofrem com a doença, representando 5% da população global.
No Brasil, 5,8% da população tem depressão, o que significa um total de 11,5 milhões de brasileiros. Esses dados configuram o Brasil como o país com o maior número de indivíduos em depressão da América Latina.
Os motivos do desenvolvimento da depressão ainda não são completamente elucidados. Porém, existem algumas situações que fundamentam a evolução do quadro. Continue conosco e compreenda quais são esses fatores de risco para a depressão e como eles podem ter relação com a doença.
Episódios anteriores de depressão
Um estudo publicado pela Universidade de Oxford retratou que cerca de um terço dos indivíduos com depressão maior (quadro mais grave), apresentaram um ou mais episódios da doença nos 12 meses anteriores.
É fundamental, portanto, que o acompanhamento seja realizado durante determinado período, mesmo quando há melhora dos sintomas. E, se o paciente estiver considerando a alta do tratamento ambulatorial, o ideal é conversar abertamente com o médico para que ele verifique a melhor conduta e o quadro não apresente reincidências piores.
Histórico familiar
Embora não esteja claro como o histórico familiar seja um fator de risco para a depressão, é fato que alguns tipos de transtornos acometem membros da mesma família com certa frequência.
Características genéticas podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença em certos núcleos familiares. Contudo, isso não quer dizer que existe uma relação causal entre eles. Ou seja, não há desenvolvimento de depressão necessariamente devido à ocorrência da doença em outros membros da família.
Em um estudo feito pela Associação Americana de Psiquiatria, chegou-se à conclusão de que, se um irmão gêmeo desenvolve depressão, o outro tem 70% de chance de apresentar a doença.
Doenças crônicas
Doenças crônicas estão entre os principais fatores de risco para a depressão. Muitas vezes, as pessoas não nascem com a doença, mas adquirem a condição ao longo da vida e necessitam de uma mudança drástica de hábitos.
A administração de muitos medicamentos, restrições alimentares e até mesmo sociais podem contribuir para o progresso da depressão.
Ademais, esses indivíduos frequentemente lidam com dores intensas e permanentes, o que gera ansiedade e tristeza, potencializando o risco desse quadro clínico.
Traumas de infância e recentes
Seja na infância ou recentemente na vida adulta, a ocorrência de traumas pode desencadear a depressão com diferentes intensidades.
Esses fatores de risco geralmente acontecem quando alguma situação é difícil de ser superada, causando perturbações emocionais e prejudicando a saúde mental.
A perda de um ente querido é um dos maiores motivos desencadeadores da depressão e, embora seja natural se sentir triste durante alguns meses, é importante procurar ajuda quando esse período se estende sem melhorias gradativas.
Crianças que passaram por abusos sexuais na infância, divórcio dos pais ou bullying durante anos no ambiente escolar, podem ter vivenciado traumas nas primeiras décadas de vida que nunca foram resolvidos internamente, o que as torna mais propensas a desenvolverem a doença.
Ansiedade
A ansiedade é considerada o mal do século e também um dos fatores de risco para a depressão. Há quem diga que pessoas ansiosas e estressadas vivem no futuro e acabam por não usufruir dos momentos reais e verdadeiros da vida: o aqui e agora.
Pensar demais no futuro resulta em insatisfação pessoal, por não conseguir resolver e lidar com os — possíveis — problemas do amanhã. Dessa maneira, as pessoas permanecem angustiadas e aflitas, resultando em quadros emocionais mais graves, como a depressão.
Os fatores de risco para a depressão não são muito específicos e, na maioria dos casos, a doença pode ser tratada ou prevenida com apoio de amigos, familiares e aconselhamento terapêutico. No entanto, em casos mais graves, o auxílio de profissionais capacitados para lidar com a saúde mental das pessoas não deve ser negado.
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