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Geriatria Saúde Mental

Síndrome de Diógenes na terceira idade: conheça as causas e tratamento

Também conhecida por transtorno da acumulação ou simplesmente SD, a síndrome de Diógenes é bastante comum na população. Contudo, ela é mais evidente na terceira idade, sobretudo quando há comorbidades envolvendo a saúde mental e emocional.

De modo geral, esse distúrbio é caracterizado pela negligência com a própria casa, pelo acúmulo de objetos sem valor e pelo descuido extremo com a higiene pessoal. No entanto, a síndrome de Diógenes não é uma doença, mas uma alteração comportamental que requer atenção especializada.

Nesse sentido, a dra. Luciana Mancini Bari, médica do Hospital Santa Mônica, irá apresentar o que é a síndrome de Diógenes, suas principais causas e formas de manifestação. Veja como identificar esse transtorno e quais são as melhores intervenções terapêuticas para o enfrentamento desse problema.

O que é a síndrome de Diógenes?

A síndrome de Diógenes está relacionada a um conjunto de sinais especialmente ligados às alterações no comportamento. Entre as principais características, estão a negligência extrema no autocuidado, a desorganização e o desleixo com o ambiente doméstico e a tendência a colecionar objetos sem valor.

Do ponto de vista social, o indivíduo que apresenta esse transtorno costuma se afastar da família e dos amigos. Além disso, ele tem dificuldade de perceber a sua real condição e nega a necessidade de ajuda. Na maioria das vezes, quem está dominado por esse problema se torna apático, indiferente e agressivo.

Logo, vale ressaltar que a síndrome de Diógenes representa uma condição clínica bastante preocupante devido ao aumento da longevidade da população. Como esse problema está associado ao envelhecimento, do ponto de vista social e de saúde pública, suas consequências não podem ser ignoradas.

Quando a síndrome foi descoberta?

A síndrome da acumulação foi referida pela primeira vez em 1975 e, aos poucos, foi sendo reconhecida entre os profissionais de saúde mental. O nome “síndrome de Diógenes” foi inspirado no filósofo grego de mesmo nome. Entretanto, Diógenes não era um acumulador, mas apresentava maus hábitos de higiene, uma personalidade muito arrogante e não aceitava opiniões alheias.

De modo geral, quem desenvolve esse distúrbio tende a se afastar socialmente, sobretudo de pessoas próximas que têm liberdade para dizer que o ambiente está muito desorganizado. Além disso, se alguém tentar “dar uma geral” e organizar a casa, o acumulador se ofende e fica muito bravo.

Quais são as principais causas da síndrome de Diógenes?

A síndrome de Diógenes afeta indivíduos de diferentes gêneros, culturas e classes sociais. Mesmo que os sintomas possam variar, na maior parte dos casos, as causas são muito parecidas.

Além do fator idade e das comorbidades comuns ao envelhecimento, há evidências de que o transtorno tenha relação com traumas emocionais, perdas e com outras dificuldades de ordem psíquica. Eventos ligados à aposentadoria, problemas financeiros ou conjugais podem influenciar o desenvolvimento desse distúrbio.

Do ponto de vista científico, ainda não há uma determinação exata para as causas que geram os comportamentos típicos da síndrome de Diógenes. Contudo, existem hipóteses que apontam falhas na conexão cerebral que coordena algumas funções importantes.

Logo, essa disfunção leva à perda da capacidade de organização, planejamento e execução de tarefas consideradas essenciais na rotina. Com isso, a pessoa reduz a percepção do monitoramento e passa a ter muita dificuldade para tomar decisões simples, como a de descartar objetos inúteis.

Há outras doenças relacionadas a essa síndrome?

Sim. A maioria das pessoas com esse transtorno também apresenta outros problemas, que podem ser tanto de natureza física quanto psicológica. Assim, a síndrome de Diógenes pode sofrer influência de diversas condições clínicas, inclusive do comprometimento cognitivo leve.

As mais comuns são o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a esquizofrenia, a anorexia nervosa, o transtorno do espectro autista (TEA) e a síndrome de Prader-Willi (PWS). Além disso, os episódios de autonegligência pessoal e com a moradia são frequentes nos casos de demência na terceira idade.

Embora a síndrome de Diógenes costume acometer pessoas que moram sozinhas, indivíduos que vivem com os familiares também podem começar a acumular objetos desnecessários em seu cômodo pessoal. Vale destacar, ainda, que o hábito de amontoar coisas inúteis é o principal sinal desse transtorno.

Outro ponto importante é que a acumulação difere bastante do colecionismo. Um colecionador, por exemplo, pode ter vários itens de seu interesse, mas, em geral, estão limpos e bastante organizados. Por outro lado, o acumulador vai entulhando objetos inúteis — e até animais — sem qualquer critério ou ordenamento.

Como tratar a síndrome de Diógenes?

Há diferentes alternativas de intervenções terapêuticas voltadas para os indivíduos acometidos pela síndrome de Diógenes. Mesmo assim, o tratamento requer muita habilidade do profissional, já que existe uma grande relutância dessas pessoas em aceitar ajuda profissional ou de outra natureza.

Por conta disso, ao encaminhar o paciente para a terapia em grupo ou individual, é necessário manter uma contínua supervisão. Além da desistência por pensar que o tratamento é desnecessário, a prática do acúmulo pode retornar rapidamente.

Desse modo, a orientação é identificar as causas que estão gerando esse comportamento. Também é necessário considerar se há doenças físicas presentes. Após essa etapa, as chances de ajudar o paciente a se libertar do acúmulo serão maiores.

Logo, a síndrome de Diógenes exige um tratamento multidisciplinar e centrado em abordagens integradas ao suporte social e familiar. O objetivo dessa assistência profissional é avaliar a competência do indivíduo para seguir com o tratamento e cuidar de si mesmo para viver com mais autonomia e qualidade de vida.

Por que contar com o HSM?

Um artigo publicado na Revista PUC/SP destacou a relevância de tratar o tema da acumulação em idosos com um olhar mais amplo e contextualizado. Portanto, esse transtorno não pode ser visto apenas como mania, já que a velhice é algo multidimensional e as formas de enfrentamento impactam diretamente a saúde mental na terceira idade.

Nesse sentido, o ideal é contar com os diferenciais do Hospital Santa Mônica. Oferecemos uma infraestrutura qualificada, equipe especializada na reabilitação mental de pessoas de todas as idades e convênios com os melhores consórcios de saúde.

Como você viu, não basta apenas conhecer as características da síndrome de Diógenes, mas é necessário escolher uma instituição que ofereça os melhores tratamentos para superar esse quadro. Afinal, a experiência dos profissionais e a qualidade da assistência são essenciais à reabilitação da saúde integral.

Precisa de ajuda nesse sentido? Entre em contato conosco e fale com os nossos colaboradores!

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