As mulheres costumam se envolver com tóxicos muito mais tarde que os homens. Mediante isso, entender as razões que tornam o uso de drogas por homens muito maior que na classe feminina é importante para direcionar medidas que reduzam o efeito das drogas no organismo.
Nessa perspectiva, a proposta deste artigo é mostrar o quanto esses vícios impactam a saúde masculina, já que a prevalência dos transtornos relacionados a drogas é bem maior nesse público.
Confira, agora, as diversas razões pelas quais os homens abusam das drogas mais que as mulheres e os dados que reforçam essa problemática. Explicaremos as principais razões que levam os homens a esse consumo exagerado — e precoce — de drogas e mostraremos quais são as melhores alternativas para contornar esse problema. Acompanhe!
O que as pesquisas dizem sobre o uso de drogas por homens?
Recentemente, foram divulgados os resultados do 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas (LNUD). Esse trabalho teve a parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz.) e órgãos de grande expressão nacional como a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), vinculada ao Ministério da Justiça e à Segurança Pública.
Este estudo foi o trabalho mais completo sobre o consumo de drogas já realizados em nosso território. Pela primeira vez, esse levantamento teve grande abrangência e incluiu áreas rurais, pequenas cidades e municípios mais distantes das grandes capitais. Mais que isso: a pesquisa utilizou também amostras populacionais de zonas de fronteiras, o que dá bem mais credibilidade aos resultados obtidos.
Destacamos alguns números extraídos do relatório do LNUD, publicados pelo portal da Fiocruz. Confira:
- nos 12 meses anteriores à pesquisa, pelo menos 3,2% dos brasileiros consumiram algum tipo de substâncias ilícitas;
- 4,9 milhões de pessoas admitiram envolvimento com drogas;
- o percentual de usuários é bem maior entre os homens: 5% contra apenas 1, 5% nas mulheres;
- aumento do consumo entre os jovens: 7,4% dos usuários pertencem à faixa etária entre 18 e 24 anos;
- no Brasil, a substância ilícita com maior índice de consumo é a maconha;
- 7,7% dos brasileiros com idade entre 12 a 65 anos admitiram já ter usado maconha;
- em segundo lugar vem a cocaína, com um percentual de 3,1% de adeptos;
- 1,4 milhão dos adictos entre 12 e 65 anos utilizaram crack pelo menos uma vez na vida. Destes, 1,4% são homens e 0,4% são mulheres.
Esses dados reforçam a teoria de que os homens estão muito mais expostos aos efeitos resultantes do abuso de drogas sobre a saúde mental e física. Essa questão influencia diversas áreas da vida pessoal, escolar, afetiva e profissional, além de ser um dos principais gatilhos que geram conflitos familiares e desordens na sociedade.
O que leva os homens a abusarem mais de drogas e álcool?
A Organização Mundial da Saúde (OMS), considera o uso de drogas por homens, principalmente entre os adolescentes e adultos jovens, um dos maiores desafios a ser superado em todos os continentes. Enquanto os fatores sociais, econômicos e culturais distanciam os países do globo, a questão do uso — e do tráfico — de drogas tem se tornado um denominador comum entre todas as nações.
Em nosso país, a realidade não é diferente, já que faltam políticas assistenciais que trabalhem a promoção de hábitos saudáveis, de forma sistêmica, na juventude. Como o vício precoce em entorpecentes está associado ao desenvolvimento de diversas doenças na fase adulta, isso gera um impacto muito negativo, tanto no âmbito pessoal como para a sociedade.
Como a propensão ao uso de drogas por homens é bem maior, é necessário buscar alternativas que possam reduzir os efeitos nocivos dessas substâncias sobre a saúde. Um dos aspectos mais relevantes é compreender as razões que levam os homens à dependência química precoce.
Especialistas afirmam que o consumo de tóxicos entre jovens de 11 a 16 anos traz consequências muito perigosas à saúde, já que nessa idade, o organismo masculino ainda está em desenvolvimento. Os danos causados podem perdurar por toda a vida: os órgãos sexuais e o cérebro são os que sofrem o maior impacto das drogas.
Muitas vezes, esses efeitos nem são percebidos de imediato, mas há uma relação muito alta entre o abuso de drogas e álcool na juventude e o surgimento de doenças crônicas como o diabetes, a hipertensão e desequilíbrios hormonais na fase adulta.
As drogas são produzidas clandestinamente, o que aumenta a possibilidade de elas conterem substâncias diversas e até mesmo veneno em sua composição. A maconha, por exemplo, tem bastante THC, um canabinoide com efeito alucinógeno que afeta diretamente o sistema nervoso central.
A mistura de THC com outras substâncias desconhecidas pode gerar reações imprevisíveis no organismo. Entre os jovens usuários de drogas, a depressão e a esquizofrenia são as doenças de maior prevalência.
Na classe masculina, as consequências do uso de drogas é percebida com mais frequência em acidentes automobilísticos, no ambiente de trabalho, no absenteísmo e na maior relação com incapacidades laborais que impactam diretamente na redução da produtividade.
Tendo isso em vista, listamos alguns motivos que ajudam a entender por que os homens são mais vulneráveis ao envolvimento com drogas do que as mulheres. Observe:
- os homens têm predisposição a correr mais riscos;
- eles cresceram sob a influência cultural de que “homem é forte e, por isso, dificilmente serão dominados por algo”;
- a exposição às drogas na adolescência pelos amigos é bem maior entre os meninos;
- essa relação de exposição pode ser associada à taxa de suicídio, que é maior também na classe masculina;
- os homens são mais aliciados para o tráfico, o que favorece a primeira experiência na juventude;
- há mais oferta de drogas recreativas entre homens em festas, shows e eventos universitários.
Como e onde procurar ajuda?
Há diferentes alternativas de tratamento para reabilitação da saúde dos dependentes químicos. O ideal é buscar auxílio profissional o quanto antes, já que os efeitos sobre a mente e corpo podem causar consequências imprevisíveis, e de difícil reversão.
Outro ponto que merece atenção é a ligação do vício em entorpecentes com a ideação suicida. Um estudo publicado pelo Scielo/USP abordou a intensa relação entre os dependentes químicos e o suicídio. O Hospital Santa Mônica oferece toda estrutura exigida para a recuperação do bem-estar e da qualidade de vida de quem está passando por esse problema.
Como é maior o uso de drogas por homens faz-se necessário encaminhar esses usuários para tratamento em nossa instituição especializada em saúde mental. Trabalhamos com uma equipe multidisciplinar que assegura todo o suporte necessário à reabilitação integral da saúde e o rápido retorno ao convívio familiar e social.
Precisa de ajuda? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica e conte conosco com o que precisar!