As doenças psiquiátricas fazem parte do dia a dia da população. Seja na família, seja no trabalho ou nas relações sociais, é comum encontrarmos pessoas com diagnósticos do tipo. O transtorno delirante persistente é um exemplo de patologia psiquiátrica, sendo caracterizado, principalmente, pela ocorrência de delírios.
Esse transtorno é considerado uma doença recente, tendo em vista que foi descoberto há pouco tempo. Por esse motivo, ainda existem muitas dúvidas a seu respeito. Afinal, o que caracteriza o transtorno delirante persistente? Como lidar com uma pessoa com esse diagnóstico? Como diferenciar o transtorno de outras patologias como a esquizofrenia?
Neste artigo que contou com a colaboração do psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antônio Chaves Filho, vamos trazer as respostas para as principais questões envolvendo o assunto. Você vai entender o conceito do transtorno delirante persistente, como ajudar uma pessoa com diagnóstico da doença, bem como a importância de buscar o suporte de um profissional da área de saúde. Continue com a leitura e saiba mais!
O que é o transtorno delirante persistente?
Como dito, o transtorno delirante persistente é uma patologia psiquiátrica que tem como principal sintoma a ocorrência de delírios. Ou seja, o paciente não consegue distinguir o que é real do que é imaginado.
Geralmente, as pessoas com esse transtorno se tornam hipervigilantes, podendo se colocar em isolamento social. Entretanto, ainda mantêm um nível de relacionamento humano considerado adequado.
De acordo com os estudos envolvendo o assunto, a doença acomete, em sua maior parte, mulheres após os 40 anos. Alguns especialistas afirmam que esse é um subtipo de esquizofrenia, enquanto outros sugerem se tratar de uma doença afetiva.
Independente da raiz do problema, o transtorno é considerado uma doença mental grave. Por essa razão, é fundamental buscar o suporte de um profissional da área de saúde mental.
Principais sintomas do transtorno delirante persistente
A seguir, elencamos algumas manifestações experimentadas por pacientes com diagnóstico da doença. Confira:
- crença inabalável em algo que não é verdadeiro ou que não está baseado na realidade;
- pensamentos não excêntricos ou surreais, que podem envolver situações como ser perseguido, enganado, envenenado ou conspirado;
- percepção equivocada de experiências, ou seja, situações que não são verdadeiras ou que são exageradas;
Para diferenciar um delírio surreal, é simples: um paciente com transtorno delirante persistente pode imaginar estar sendo perseguido, mas não ao ponto de pensar, por exemplo, que sua mente está sendo lida por um alienígena. O paciente, geralmente, continua a funcionar normalmente no ambiente social, independente dos seus pensamentos.
O comportamento dele não é estranho ou inusitado. Porém, alguns pacientes com transtorno delirante podem ficar tão preocupados com os delírios criados em suas mentes, que acabam tendo suas vidas afetadas de forma significativa.
Qual é a diferença entre a esquizofrenia e o transtorno delirante persistente?
A principal diferença entre a esquizofrenia e o transtorno delirante é que, na primeira, o paciente apresenta alucinações, que consistem na percepção de coisas que não estão lá. Geralmente, elas são auditivas, fazendo com que o paciente escuta vozes que não existem.
Essas vozes podem conversar entre si, falar com o paciente, dar ordens ou conselhos. Isso não acontece com pacientes diagnosticados com transtorno delirante. Ainda, o paciente com esquizofrenia, tende a apresentar dificuldade de expressar, sentir emoções ou mesmo perceber os sentimentos alheios.
É importante destacar que pacientes com transtorno delirante têm uma evolução melhor do que os pacientes com esquizofrenia. É mais fácil para os primeiros se adaptar à rotina e viver com suas ideias delirantes, sem que elas influenciem os seus atos.
No caso dos pacientes com esquizofrenia, todo o tratamento é mais intenso. O profissional da saúde, após avaliação, deverá identificar tipo de esquizofrenia e as particularidades do quadro. Assim, poderá indicar medicações específicas com o objetivo de minimizar os sintomas.
Em alguns níveis, a rotina desses pacientes é mais complexa e as alucinações podem dificultar a qualidade de vida, demandando, inclusive, internação hospitalar. Tal tipo de ocorrência é menos frequente no caso do transtorno delirante persistente.
Como ajudar uma pessoa com transtorno delirante persistente?
Para ajudar uma pessoa com transtorno persistente delirante, é fundamental encaminhá-la para um profissional da área de saúde mental. Talvez esse seja o principal desafio, já que o paciente é fiel às suas convicções e pode não acreditar que está doente e que precisa de ajuda médica.
Em geral, o tratamento ocorre em casa e é feito sem uso de qualquer tipo de medicação. Em raras situações torna-se necessário proceder com a hospitalização. Isso ocorre, especialmente, se o profissional da saúde identificar a existência de riscos para a saúde do próprio paciente ou de pessoas do seu entorno.
Em relação à medicação, pode ser necessário ministrar antipsicóticos. Vale lembrar que o uso do medicamento é avaliado de acordo com a condição de cada paciente. Por isso, não tome nenhum remédio sem a orientação e acompanhamento de um profissional da psiquiatria.
Depois de iniciar o tratamento, um bom relacionamento com o médico pode fazer toda a diferença. O profissional vai dialogar com o paciente, desviando o foco do delírio e se concentrando em uma área mais construtiva e gratificante. Muito embora seja bastante desafiador, o objetivo é manter a qualidade de vida da pessoa afetada e ajudá-la a conviver com os seu conflitos internos.
Como você pode ver, a patologia psiquiátrica se caracteriza pela ocorrência de delírios, em que o paciente não consegue distinguir o que é real do que é imaginado. Diante da manifestação dos sintomas, o profissional da área de saúde é o único capaz de realizar o diagnóstico e proceder com o tratamento adequado.
Se você tem qualquer dúvida ou se identificou com os sintomas descritos neste artigo, busque o suporte de um profissional da saúde. Lidar com os desafios do quadro fica muito mais fácil se você tiver o acompanhamento de alguém que conhece e entende do assunto.
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