O Transtorno da Personalidade Antissocial é uma doença que atinge, geralmente, indivíduos no início da vida adulta, segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). Pessoas com esse transtorno da personalidade ignoram normas de comportamento e convívio social e tomam atitudes impulsivas e irresponsáveis. Muitas vezes também cometem atos ilegais.
Por conta da gravidade do transtorno, os pacientes precisam de atenção médica especial para que consigam viver em sociedade e não sofram as fortes consequências possíveis para suas atitudes.
Se você quer saber mais sobre esse transtorno e conhecer seus sintomas e possibilidades de tratamento, acompanhe esse guia que preparamos!
O que é o Transtorno da Personalidade Antissocial?
As pessoas que sofrem desse transtorno, também conhecido como sociopatia, têm um padrão de comportamento que desrespeita e viola os direitos dos outros. Essa falta de interesse no bem-estar de outras pessoas traz prejuízos para os pacientes, que muitas vezes tomam atitudes irresponsáveis, impulsivas e até criminosas.
O Transtorno de Personalidade Antissocial é mais comum em homens do que em mulheres e a maioria dos pacientes apresenta também uma tendência ao uso de substâncias ilícitas. A incidência relatada varia, mas provavelmente é de 1 a 3,6% da população em geral, e há um forte componente hereditário. A prevalência diminui com a idade, sugerindo que os pacientes podem aprender ao longo do tempo a mudar seus comportamentos mal-adaptativos e tentar construir uma vida.
Diagnóstico
Esse transtorno da personalidade pode dar os primeiros sinais ainda na adolescência, por meio de alguns comportamentos agressivos e falta de empatia. No entanto, para ser diagnosticado, o indivíduo precisa ter mais de 18 anos e se encaixar em, pelo menos, três dos seguintes critérios:
- incapacidade de adequação a normas sociais;
- impulsividade ou incapacidade de seguir planos;
- agressividade e irritabilidade;
- enganar, mentir e ludibriar outros com objetivo de ganhos pessoais;
- ser irresponsável com a segurança própria ou de outros;
- ausência de remorso e
- incapacidade de se manter em empregos e de honrar compromissos financeiros.
Contudo, segundo um artigo do US National Library of Medicine, aproximadamente 80% das pessoas que desenvolvem o Transtorno da Personalidade Antissocial, apresentam seus primeiros sintomas a partir dos 11 anos de idade e que podem ser mais perceptíveis a partir dos 15 anos de idade.
Causas
Ainda não se sabe com exatidão, quais são os fatores que causam o Transtorno da Personalidade Antissocial, mas há indícios de que a genética esteja envolvida no desenvolvimento da doença.
Outra causa muito provável é o ambiente em que o paciente foi inserido desde a infância. Crianças que sofrem abusos sexuais estão mais propensas a desenvolverem o transtorno na vida adulta, assim como pessoas que conviveram com pais alcoólatras, violentos ou também antissociais.
O convívio familiar também conta muito para a saúde mental do indivíduo. Falta de estrutura, desprezo de parente e condições econômicas muito ruins podem influenciar o paciente e são considerados fatores de risco para o desenvolvimento do transtorno.
Quais são os principais sintomas?
Pessoas com o Transtorno da Personalidade Antissocial são mentirosas, manipuladoras, impulsivas, irresponsáveis e até violentas. Desrespeitam e violam os direitos dos outros e não sentem remorso por isso, além de terem dificuldade para seguir planos e normas.
Esses comportamentos começam a aparecer na adolescência, antes dos 15 anos, mas, como é necessário ser maior de idade para ser diagnosticado como antissocial, os episódios nessa época são chamados de Transtornos de Conduta. O adolescente que apresenta esse tipo de comportamento tem mais chances de desenvolver o transtorno na vida adulta. Isso não quer dizer que ele necessariamente desenvolverá a doença, mas é preciso ficar atento.
Veja a lista com alguns outros sintomas do Transtorno da Personalidade Antissocial:
- falta de entendimento do que é certo e errado;
- mentiras constantes para tirar proveito pessoal;
- insensibilidade em relação aos sentimentos dos outros;
- desrespeito e violação dos direitos de outras pessoas;
- manipulação;
- arrogância e senso de superioridade;
- problemas constantes com a lei, incluindo atos criminosos
- desonestidade;
- impulsividade;
- incapacidade de seguir planos;
- falta de empatia e remorso;
- irritabilidade e comportamentos violentos;
- relacionamentos superficiais;
- tomada de riscos desnecessários;
- incapacidade de considerar consequências negativas antes de tomar atitudes ou de aprender com os erros;
- falta de responsabilidade financeira e incapacidade de se manter em um emprego.
A internação é necessária?
Não há cura para o Transtorno da Personalidade Antissocial, mas o tratamento pode ajudar o paciente a conviver com os sintomas. O principal método é a psicoterapia, que vai trabalhar o entendimento do paciente em relação aos sentimentos de outras pessoas.
No entanto, nem sempre a psicoterapia é eficaz se não for associada a outras opções. O complemento ao tratamento pode ser feito por meio de fármacos para depressão e ansiedade, já que não existem medicamentos específicos para o transtorno em questão.
Saber a hora de recorrer à internação também pode ser crucial para o sucesso do tratamento e é um dos grandes desafios para quem convive com esse tipo de doença.
Como tomar a decisão
Antes de decidir, é preciso que a pessoa responsável pelo paciente reflita e converse com ele sobre a real disposição para se tratar. Se a pessoa antissocial percebe os prejuízos que a doença traz, a evolução é mais fácil — geralmente ela busca ajuda voluntariamente quando sofre graves consequências, como prisão ou perda de alguém próximo.
Em casos de indecisão, a melhor opção é buscar ajuda médica. Em uma situação como essas, o psiquiatra é a pessoa mais indicada para avaliar a necessidade ou efetividade da internação.
Também é importante ter em mente que, hoje em dia, a internação é muito mais humana do que antigamente. Algumas pessoas ainda têm uma imagem muito forte de antigos manicômios, mas a realidade é muito diferente.
Hoje é possível encontrar hospitais com estrutura completa de clínica, área verde, acompanhamento psicológico, opções de lazer, atividades físicas e de socialização e outros serviços de saúde, como tratamento odontológico.
Tratamento para parentes
Pessoas próximas aos antissociais também precisam de acompanhamento psicoterapêutico. Isso vai ajudar a desenvolver habilidades para lidar com o ente querido. Também é comum se sentir abatido e desmotivado em situações como essas, e o processo terapêutico é muito indicado para o auxílio em relação a esses sentimentos.
Se você quer ajudar alguém que sofre com o Transtorno da Personalidade Antissocial, ofereça apoio constante e não deixe de lado o acompanhamento médico. Esse tipo de desordem pode trazer graves consequências tanto para o paciente quanto para quem convive com ele e a pessoa mais indicada para ajudar é o psiquiatra.
O Hospital Santa Mônica oferece tratamento especializado para pessoas com problemas psiquiátricos e também com dependência química. Temos uma estrutura completa com equipe multidisciplinar de Saúde, área de lazer e esportes, socialização e laboratório de análises clínicas. Entre em contato conosco e saiba o que podemos fazer para ajudar!