A dependência química é um problema enfrentado por muitos jovens e adultos brasileiros. Em alguns casos, a internação involuntária é a única maneira de ajudar essas pessoas. Esse processo consiste internar a pessoa que esteja passando por esse problema em uma instituição especializada em reabilitação — sem o seu consentimento — para que um tratamento adequado seja realizado e o indivíduo deixe de ser usuário de drogas.
Diferentemente da compulsória, que só pode ser determinada por ordem judicial, o tipo involuntário depende da autorização de alguém que tenha ligação consanguínea com o paciente — mãe, pai, irmão, tio, avô e outros parentes de primeiro grau.
Por se tratar de uma decisão delicada, é fundamental saber o momento certo para realizar a internação.
Preparamos este post para informar a você sobre quando essa medida deve ser utilizada. Continue a leitura para saber mais e tirar as suas dúvidas sobre o tema!
Qual o momento certo para realizar uma internação involuntária?
Existem alguns comportamentos que revelam a necessidade da internação. Elencaremos os principais para que você observe e identifique se há presença de algum deles no cotidiano do dependente químico. Acompanhe!
Falta de comprometimento com compromissos antigos
Normalmente, a maioria das pessoas cumpre uma rotina e se preocupam com suas obrigações diárias. Entretanto, com o uso das drogas, a falta de comprometimento com essas tarefas é notória. O usuário de substâncias químicas perde o interesse em atividades que antes demonstrava preocupação e interesse em realizá-las.
Além disso, pode deixar de se dedicar, inclusive, àquilo que proporcionava prazer e bem-estar — como prática de esportes, leitura, trabalho e estudos, por exemplo.
Uso intenso de drogas
Embora haja o pensamento que um indivíduo se torna dependente das drogas desde a primeira vez que usa, o vício não surge desse modo. No entanto, pela sensação de bem-estar proporcionada inicialmente, a tendência é que as pessoas voltem a usar e aumentem cada vez mais as dosagens da substância.
Com isso, inicia-se o consumo excessivo e descontrolado, o que pode indicar a necessidade da internação involuntária para realizar o tratamento. Algumas características como olhos vermelhos e lacrimejantes, perda súbita de peso, alterações no apetite e sono, coordenação dificultada e fala arrastada, são indícios do uso intenso de drogas.
Perda do convívio social
Esse é mais um comportamento marcante dos dependentes químicos, muitas vezes para evitar julgamentos e condenações ou simplesmente pelo fato de todas as prioridades estarem voltadas para o acesso constante às drogas. A pessoa viciada deixa de ter momentos com a família, amigos, parceiro(a) e foge desse tipo de contato.
Os fatores psicológicos também contribuem para isso. As substâncias químicas podem provocar paranoias e até depressão.
Isolamento profundo
Além de deixar o convívio social, a pessoa tende a se isolar e passar a maior parte do tempo sozinha. Esse pode ser um comportamento desencadeado pela depressão ou apenas uma alternativa para se manter longe dos questionamentos feitos para aqueles que estão à sua volta.
A internação involuntária é capaz de reinserir o dependente químico na sociedade e devolver o bem-estar mental. Portanto, essa é mais uma circunstância que a revela como necessária.
Comportamento agressivo extremo
A droga afeta diretamente a condição mental de quem se submete a ela e, a partir disso, comportamentos agressivos podem surgir, seja pelo preconceito social e familiar ou pelas paranoias que aparecem e ativam a resposta ao estímulo da perseguição, nesse caso, a agressividade.
Essas reações podem ser um risco tanto para o usuário de drogas, quanto para as pessoas que estão à sua volta. Assim, diante dessa situação, a internação involuntária também pode ser considerada uma opção adequada.
Furto de objetos dentro de casa
Se você observa que alguns objetos da casa estão sumindo, saiba que essa é mais uma das atitudes que surgem pelo uso de substâncias químicas. Geralmente, o dependente faz isso para conseguir dinheiro ou trocá-los por mais drogas. Trata-se de um nível de vício já considerado extremo e que merece atenção.
Quais medidas devem ser tomadas para a internação involuntária?
A internação involuntária é um processo que envolve normas específicas, exigidas por lei, e deve ser cogitada quando os familiares acreditam que é a única medida capaz de tirar um indivíduo do vício. Por mais que em alguns casos essa opção seja vista como agressiva, desumana e abusiva, ela é uma alternativa eficaz que pode salvar e prolongar a vida de um dependente químico.
Abaixo, explicaremos o que deve ser feito para internar um viciado em substâncias químicas.
Pedido de intervenção
Um dos familiares, que tem ligação consanguínea com o paciente, deverá fazer um requerimento de internação e assinar o documento para autorizá-la. O pedido pode ser feito diretamente na instituição escolhida.
Emissão do laudo
Realizado o pedido, é necessário um laudo que comprove a real necessidade de internação. Ele deve ser emitido por um médico psiquiatra ou especialista em dependência química, que esteja devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina da região em que o paciente habita.
Encaminhamento
O laudo deve ser encaminhado para o Ministério Público Estadual, pela própria instituição que realizará a internação. Esse órgão deverá ser notificado quando o paciente der entrada para a reabilitação e também quando ele receber sua alta.
Por que procurar uma instituição de referência para a internação?
A instituição que será responsável pelo tratamento reabilitador influencia diretamente na efetividade dos resultados. Desse modo, é fundamental a escolha de uma que seja referência nesse tipo trabalho.
O Hospital Santa Mônica, além de ser reconhecido, especializado e ter diferenciais para a reabilitação psiquiátrica, proporciona também um ambiente que acolherá o paciente desde a sua entrada até o momento da alta médica.
Quando o dependente químico sente-se confortável no lugar que realizará a conduta terapêutica e com a equipe multidisciplinar, a saúde é estabelecida de maneira mais rápida e o indivíduo tem mais disposição, ânimo e força de vontade para sair da situação em que se encontra.
Portanto, o Hospital Santa Mônica se mostra como uma excelente escolha que, de fato, mudará a vida do usuário de drogas — neste vídeo, Dr. Cláudio Duarte, psiquiatra do Hospital Santa Mônica e Diretor da Unidade Integrativa Santa Mônica, esclarece os tipos de internação, suas funções, e como isso implica no tratamento do paciente.
Perceba, então, que a decisão pela internação involuntária deve ser baseada no comportamento e grau de comprometimento do bem-estar do dependente químico e precisa ser vista como um grande passo para devolver qualidade de vida a ele.
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