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Filtros do Instagram: como afetam a autoimagem do jovem?

Criado pelo brasileiro Mike Krieger e pelo americano Kevin Systrom, o Instagram surgiu em 2010. Tão rápido como um passe de mágica, a rede social ganhou milhões de adeptos em todo o planeta. Inicialmente, os filtros do Instagram eram usados de forma divertida e apenas para “se fantasiar”, com orelhinhas e bigode de bichinhos ou com óculos coloridos e divertidos.

No entanto, logo os efeitos deixaram de ser brincadeiras inofensivas e se transformaram em recursos usados para mudar completamente a aparência e distorcer a autoimagem dos usuários. Assim sendo, neste post, você vai saber como os filtros do Instagram afetam a autoestima, as relações sociais e colocam em risco a saúde mental dos jovens.

Aproveite a leitura!

O que são os filtros do Instagram?

Os filtros são ferramentas que utilizam efeitos de câmera acoplados a recursos de tecnologia de realidade aumentada para modificar a imagem real. Desse modo, os usuários conseguem alterar a imagem do próprio rosto ao aplicar um filtro utilizando a câmera frontal do seu smartphone.

Além disso, quando a ideia é alterar a imagem do local onde está, basta fazer a foto com a câmera traseira. Tais modificações e interferências ficam gravadas nas imagens fotografadas, que são os conhecidos efeitos do filtro do Instagram. Tais recursos possibilitam alterar, por exemplo, cor dos olhos, brilho, maquiagens e o formato do rosto ou do corpo.

Essas possibilidades evidenciam que o crescente desenvolvimento tecnológico é um dos marcos mais relevantes da contemporaneidade. As pessoas estão cada vez mais conectadas e alinhadas às inovações. Assim, a internet deixou de ser apenas um meio de comunicação e passou a modificar o comportamento, a influenciar o estilo de vida e os relacionamentos sociais.

Como eles contribuem para a distorção da autoimagem dos jovens?

Quanto aos impactos do uso de redes sociais, um dos aspectos mais observados é a exposição espetaculizada e irreal da autoimagem. Ainda que cada usuário faça isso de modo diferente, os objetivos têm um denominador comum: a busca de aceitação por meio da construção de uma imagem ficcionada.

Dentro desse contexto, os filtros possibilitam uma situação paradoxal: o usuário precisa esconder o seu “eu” verdadeiro, em troca da exposição do “eu” que gostaria de ser. No entanto, esse comportamento sinaliza uma vertente — cada vez mais presente — e preocupante: o efeito negativo sobre a autoestima e os prejuízos emocionais associados a ele.

O mau uso das redes sociais e a adesão aos modismos que, muitas vezes, são influenciados por celebridades e mecanismos midiáticos, podem agravar o surgimento de distúrbios de personalidade, como o borderline. Salvo exceções, a busca de curtidas na plataforma objetiva mimetizar a sensação de vazio existencial, sentimentos de tristeza, angústia e depressão.

Logo, há uma notável influência do uso de filtros do Instagram sobre a autoimagem de seus usuários. Grupos mais vulneráveis, como adolescentes e jovens da geração Z, são os mais prejudicados. Além dos riscos de afetar a autoestima, os conflitos típicos da idade potencializam as ameaças do desenvolvimento de transtornos de personalidade.

Quais problemas mentais podem ocorrer?

Listamos as principais consequências do mau uso dos recursos disponíveis em redes sociais, como o Instagram. Observe!

Distúrbios alimentares

Com a influência da globalização e o avanço dos meios de comunicação, observou-se uma transformação do padrão estético idealizado pela sociedade. Esse novo modelo passou a preconizar uma imagem corporal magra e, de preferência, o mais próximo possível do que se acredita ser a perfeição.

A adoção de um comportamento alimentar com dietas rígidas e mudanças drásticas é motivada pelo desejo de pertencimento social, com vistas à percepção de uma autoimagem positiva. Sendo assim, muitos não se preocupam com as consequências ruins, desde que sua aparência se encaixe no ideário contemporâneo.

Por tal razão, adolescentes e jovens adotam mudanças radicais no estilo de vida e se esquecem da intrínseca relação entre alimentação e saúde mental. Bulimia, anorexia e outros desajustes nutricionais são exemplos dos prejuízos causados por esse estilo de vida. Logo, é necessário incentivar a busca de suporte profissional especializado para ajudar quem se encontra nessa situação.

Transtornos emocionais

O uso prejudicial de filtros do Instagram está associado ao surgimento de distúrbios psicológicos, principalmente, crises depressivas, ansiedade e dificuldade para lidar com a frustração. No afã de atingir seus “objetivos virtuais”, os usuários ignoram a própria realidade e se esquecem de cuidar de sua saúde física e emocional.

Um estudo realizado por cientistas britânicos — e publicado em um artigo da Universidade Federal de Viçosa (MG) — abordou os impactos negativos decorrentes da relação entre Instagram e saúde mental de jovens entre 14 e 24 anos de idade. Os problemas mais apontados na rede foram o bullying, a solidão e a distorção da imagem corporal.

O objetivo dessa pesquisa foi a avaliação do efeito das mídias sociais sobre o comportamento dos jovens participantes. Assim como acontece por aqui, no Reino Unido, a situação também é preocupante. Entre os aplicativos analisados, o Instagram foi eleito a pior rede social em relação aos agravos sobre a saúde emocional e mental dos usuários.

Prejuízos afetivos, sociais e profissionais

Pessoas que utilizam muito os filtros do Instagram acabam perdendo um tempo precioso e que poderia ser utilizado de forma mais construtiva. Por esse motivo, o excesso no tempo de tela em busca da criação de uma imagem perfeita pode gerar prejuízos na vida afetiva, social e profissional.

Nessas circunstâncias, ocorre uma inversão de prioridades: o compartilhamento de imagens é visto como a atividade mais importante. Contudo, quando o usuário decide buscar o que acredita ser a perfeição, mais próxima da aparência computadorizada, há o apelo para cirurgias plásticas e para modificações drásticas no estilo de vida.

Como você percebeu, muitos são os efeitos negativos do mau uso das redes sociais sobre a saúde mental. A necessidade constante de aprovação dos pares é um dos pilares que sustentam as mudanças comportamentais, que levam a prejuízos como a distorção da autoimagem.

Portanto, o cuidado com as emoções e o incentivo à reflexão sobre os efeitos dos filtros do Instagram na vida moderna também pode ajudar a contornar esse problema. Contudo, é preciso encaminhar os jovens para acompanhamento com profissionais especializados, a fim de prevenir desordens mentais decorrentes dessa busca incessante pela perfeição.

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