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Dia dos Professores: saúde emocional no retorno às aulas presenciais

Desde o início da pandemia, os protocolos impostos pelas entidades sanitárias — importantes na luta contra o coronavirus — impactaram a saúde emocional em diferentes aspectos. Principalmente para os professores, o período de isolamento e a necessidade de adaptação a uma nova forma de mundo se tornaram um dos maiores desafios para esses profissionais.

Nesse contexto, a Dra. Luciana Mancini Bari, médica com foco em saúde mental do Hospital Santa Mônica irá explicar como todos esses dilemas, medos e insegurança que essa situação representa impactam a saúde mental dos professores no retorno às aulas. Veja, ainda, a importância do Dia dos Professores (15 de outubro) para divulgar ações de prevenção da saúde mental visando o equilíbrio necessário ao desempenho de suas atividades. Boa leitura!

O Dia dos Professores para comemorar e conscientizar

Um artigo publicado pela Universidade Federal de Roraima destacou a importância de cuidar da saúde dos professores em tempos de pandemia. Segundo o material, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta a classe docente como a segunda categoria a desenvolver doenças ocupacionais nas últimas décadas.

No entanto, com a pandemia, aumentaram os casos de enfermidades comuns a esse grupo, como reações alérgicas ao giz, distúrbios vocais, gastrite nervosa e transtornos mentais. Por esse motivo, o dia 15 de outubro se torna uma oportunidade não apenas para celebrar a data, mas principalmente para conscientizar sobre a importância da saúde mental dos professores.

Além da demanda exigida pela atividade docente, os impactos da pandemia também representam um risco significativo à estabilidade psicológica do grupo. Na atual conjuntura, o Dia dos Professores deve ser visto como uma oportunidade de chamar a atenção desses profissionais para o autocuidado exigido para a superação das dificuldades presentes na sua rotina.

A saúde emocional dos professores como peça essencial

Para dar conta de toda a responsabilidade que envolve as atividades docentes, esses profissionais precisam de um suporte especializado em saúde emocional. Em vias gerais, esse tipo de cuidado engloba a habilidade em manejar as emoções no ambiente de trabalho. Ademais, a falta de atenção a esses detalhes também pode colocar em risco a saúde mental dos alunos.

Sendo assim, a promoção da saúde psicológica nesse grupo é essencial ao desenvolvimento de habilidades docentes que ajudem a proteger também a saúde mental da criança. Sob essa perspectiva, pode-se afirmar que a saúde emocional engloba importantes aspectos ligados aos desafios do ensino e da aprendizagem.

Tendo isso em vista, enumeramos algumas ações práticas que demonstram como os professores podem ajudar os alunos em relação à saúde mental, principalmente no retorno às aulas presenciais. Observe:

  • dialogar abertamente e explicar que esse é um momento novo e que exige paciência e adaptação;
  • priorizar um acolhimento saudável a fim de promover a estabilidade emocional dos estudantes;
  • apostar na escuta ativa para apoiar aqueles que tiveram perdas, sejam elas de entes queridos ou relacionadas à situação financeira da família;
  • entender como cada aluno está voltando depois de passar todo esse período distante fisicamente da escola e dos colegas;
  • compreender como as repercussões emocionais e físicas do que foi vivido pode impactar o processo de aprendizagem;
  • deixar o ambiente mais leve e priorizar o cultivo de emoções positivas entre alunos e escola;
  • atentar ao fato de que o retorno escolar sem a possibilidade de contato físico exige maior suporte emocional;
  • conversar com a equipe pedagógica sobre como assegurar uma melhor adaptação às novas rotinas e manter os cuidados de prevenção da Covid-19.

Nesse sentido, os professores precisam de uma condição emocional estável e de uma boa comunicação interpessoal para promover um ambiente acolhedor no retorno às aulas. Pois esse momento é delicado e exige certas habilidades para perceber as necessidades do outro. Mas para manter essa estabilidade psicológica é necessário a ajuda de um profissional especializado em saúde mental.

O impacto da pandemia e da quarentena para a saúde mental dos professores

Mesmo antes da pandemia, muitos especialistas em saúde já utilizavam a expressão “mal-estar docente” para descrever os sintomas resultantes dos efeitos permanentes da rotina dos professores. Com a quarentena, as exigências impostas pelas mudanças no formato de trabalho contribuíram bastante para elevar os problemas psicológicos já existentes.

Isso foi comprovado por uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás, que avaliou o estado emocional de 84 professores nesse contexto de pandemia. Os resultados foram os seguintes:

  • 82,1% dos participantes estavam preocupados com a exposição ao novo coronavírus no retorno às aulas presenciais;
  • 6,0% disseram já não estar em isolamento social;
  • 84,5% indicam ter conhecimentos sobre os riscos da pandemia;
  • 85,7% apresentaram baixa expectativa de retorno ao local de trabalho;
  • 27,6% referiram estar em crises de ansiedade;
  • 28,9% admitiram problemas com depressão.

As emoções negativas afetam o equilíbrio, pois, ao longo da carreira, parte da personalidade do professor é influenciada pelas condições em que exerce a docência. Com a pandemia e a quarentena, esse grupo passou a manifestar mais sentimentos negativos intensos como ansiedade, medo, angústia e desmotivação.

Logo, para reduzir esses sintomas — antes que eles evoluam para a exaustão emocional — é preciso buscar a ajuda de um especialista em saúde mental. Nesse contexto, priorizar esse cuidado, de forma preventiva, é fundamental ao enfrentamento dos desafios da docência, principalmente no retorno às aulas nesses tempos de pandemia.

Os fatores que influenciam a saúde emocional dos professores

A volta ao local de trabalho durante a pandemia pode gerar tensões fortes e aumentar, consideravelmente, os riscos de desequilíbrios mentais. Além disso, também elevam os quadros de doenças físicas e problemas relacionados ao álcool e às drogas.

Um estudo avaliou as condições gerais de saúde dos professores. O foco da análise foram os fatores que mais influenciam o surgimento de distúrbios emocionais nesse grupo. Entre os principais problemas relatados pelos participantes, destacam-se:

  • baixos salários;
  • falta de tempo para si;
  • calor excessivo e ruído;
  • superlotação das salas;
  • falta de estrutura das salas de aula;
  • cansaço físico pela longa ou dupla jornada;
  • condições precárias de trabalho (no ensino público);
  • ansiedade, medo e angústia gerados pelas exigências sociais do trabalho;
  • insegurança e medo de contaminação pelo coronavírus no retorno às atividades presenciais.

O Dia dos Professores e a atenção à saúde mental

Mesmo que o trabalho seja um importante recurso de integração social e que estimule o desenvolvimento pessoal e profissional, é necessário atenção e cuidado para enfrentar os desafios a ele associados. Essa realidade é mais presente entre os docentes, o que torna o Dia dos Professores uma ocasião oportuna para dialogar sobre a atenção à saúde mental.

O estresse gerado pelas atividades docentes interfere no desempenho na sala de aula e também compromete a qualidade do sono. Um estudo destacou a relação entre a saúde mental dos professores e esse último fator. Os dados revelam que, na pandemia, 61,3% dos entrevistados dormem mal devido às preocupações com o trabalho.

Portanto, diante da necessidade do retorno presencial às aulas durante a pandemia, manter uma vigilância centrada na saúde emocional dos professores é essencial. Logo, se você enfrenta dificuldades como ansiedade, estresse ou questões ligadas à privação de sono, conte com o suporte especializado do Hospital Santa Mônica.

Precisa de ajuda nesse sentido? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica e fale com os nossos colaboradores!

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