O que é Dependência de Medicamentos

O vício em analgésicos geralmente começa depois que alguém recebe a prescrição de um medicamento para dor após um acidente ou lesão. Os pacientes recebem uma receita e dose especificada de um médico, sem intenção de abusar da medicação. No entanto, com o passar do tempo, a pessoa pode sentir que a droga não é mais tão eficaz quanto era no início. Essa sensação é causada por uma maior tolerância aos analgésicos, o que significa que a substância se acumulou no corpo de uma pessoa.

Sintomas da Dependência de Medicamentos

Efeitos imediatos

Os opiáceos são medicamentos com efeitos analgésicos e sedativos potentes, fazendo com que as pessoas fiquem sonolentas e quietas. Os opiáceos também podem provocar euforia.

Outros efeitos menos desejáveis incluem

  • Constipação
  • Náusea e vômito
  • Rubor facial
  • Prurido
  • Confusão (especialmente em pessoas idosas)

Os produtos resultantes da decomposição (metabolismo) do opiáceo meperidina podem provocar convulsões.

Quando tomados com determinadas drogas, alguns opiáceos podem provocar um transtorno grave chamado de síndrome de serotonina. Essa síndrome é caracterizada por confusão, tremores, espasmos involuntários dos músculos, agitação, transpiração excessiva e alta temperatura do corpo.

Overdose

Usar muito de um opiáceo de uma única vez (overdose) é letal. A respiração fica tão lenta e superficial que chega a ser perigosa e os pulmões podem parar de funcionar. Os pulmões podem ficar cheios de líquido. A pressão arterial, a frequência cardíaca e a temperatura do corpo podem diminuir, e as pupilas podem se retrair (ficando como pontos pequenos). A pessoa pode acabar ficando inconsciente ou morrendo, normalmente porque a respiração para. A combinação de opiáceos com álcool ou outros sedativos é uma prática potencialmente letal.

Efeitos no longo prazo

Os opiáceos em si, não provocam muitas complicações no longo prazo, a não ser a dependência. Algumas pessoas apresentam efeitos colaterais leves, como constipação crônica, sudorese excessiva, sonolência ou redução da libido. No entanto, muitas complicações podem resultar do compartilhamento de agulhas  com outras pessoas e por injetar, sem saber, outras substâncias com o opiáceo.

Sintomas de abstinência

A abstinência dos opiáceos é desconfortável, mas não letal. Os sintomas podem surgir logo em quatro horas depois da interrupção do uso do opiáceo e, em geral, alcançam seu ponto máximo depois de 48 a 72 horas. Normalmente, esses sintomas desaparecem depois de cerca de uma semana, embora o período de tempo possa variar consideravelmente, dependendo de qual opiáceo é usado.

Cada opiáceo é eliminado do corpo a uma taxa diferente, o que altera a rapidez com que a abstinência progride e para. Os sintomas de abstinência são piores nas pessoas que usaram doses altas por um longo tempo:

  • Primeiro, a pessoa se sente ansiosa e anseia pela droga.
  • A respiração se torna rápida, normalmente acompanhada de bocejo, transpiração, olhos lacrimejantes, corrimento nasal, pupilas dilatadas e cólicas estomacais.
  • Depois, a pessoa pode ficar hiperativa e agitada e ter seu estado de alerta aumentado.
  • Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.

Outros sintomas de abstinência incluem

  • Pele arrepiada
  • Tremores
  • Espasmos musculares
  • Febre e calafrios
  • Dores musculares
  • Perda de apetite
  • Náusea e vômito
  • Diarreia

uso de opiáceos durante a gestação é especialmente grave, pois a heroína e a metadona atravessam facilmente a placenta e passam para o feto (Como os medicamentos atravessam a placenta). Como os bebês de mães toxicodependentes foram expostos às drogas que as mães usaram, eles podem, rapidamente, desenvolver sintomas de abstinência, incluindo

  • Tremores
  • Choro estridente
  • Nervosismo
  • Convulsões
  • Respiração rápida

Se as mães usarem opiáceos imediatamente antes do parto, a respiração do bebê pode ser fraca.

Diagnóstico da Dependência de Medicamentos

Atenção: requer um diagnóstico de médico psiquiatra

  • Avaliação de um médico
  • Às vezes, exames de urina

A intoxicação aguda por opiáceo normalmente fica aparente com base no que a própria pessoa ou os amigos informam ao médico e também com base nos resultados do exame físico. Se não estiver claro por que uma pessoa está agindo anormalmente, é possível que o médico faça exames para descartar outras causas possíveis dos sintomas, como níveis reduzidos de glicose no sangue ou lesão na cabeça. O médico pode também fazer exames de urina para verificar a presença da droga. Outros exames podem ser feitos para procurar complicações.

Tratamento da Dependência de Medicamentos

Atenção: requer um diagnóstico de médico psiquiatra

Existem muitas opções de tratamento, mas a forma mais eficaz de tratamento para o vício em opiáceos é a desintoxicação hospitalar seguida pela reabilitação hospitalar. Os centros de reabilitação de pacientes internados têm programas especializados para indivíduos que sofrem desse tipo de transtorno por uso de substâncias. Esses programas ajudam os pacientes a cavar fundo em si mesmos para descobrir a causa raiz de seu uso de drogas. Saber o que os levou a usar drogas ou álcool ajudará a prevenir futuros gatilhos durante a recuperação.

Tratamento Médico e Terapias

Grupo de Apoio

Um fórum para terapia e troca de experiências entre pessoas com uma condição ou objetivo similar, como ansiedade ou esquizofrenia.

Terapia Cognitiva

Psicoterapia dedica a substituir pensamentos negativos e distorcidos por pensamentos positivos e precisos.

Psicoeducação

Aprendizado sobre saúde mental que também serve para apoiar, valorizar e dar autonomia aos pacientes, de forma que possam conviver com a depressão.

Terapia Familiar

Aconselhamento psicológico que permite que as famílias resolvam, juntas, seus problemas e aprendam a lidar com a situação difícil pela qual o paciente depressivo passa.

Terapia Comportamental

Terapia focada na modificação de quaisquer comportamentos prejudiciais associados a um distúrbio psiquiátrico, como a depressão.

Terapia de Grupo

Tipo de psicoterapia na qual o terapeuta trabalha com clientes em grupo, em vez de sessões individuais. Pode ser uma boa alternativa para desabar sobre as dores de quem lida diariamente com a depressão.

Medicamentos

Internação para quem tem Dependência de Medicamentos

Uma overdose de opiáceos é um caso de emergência médica, que precisa ser tratada rapidamente para evitar a morte. Pode ser necessário suporte respiratório, às vezes com ventilação mecância caso a overdose tenha suprimido a respiração.

Um medicamento chamado naloxona é administrado como um antídoto ao opiáceo, revertendo, rapidamente, todos os efeitos colaterais. Ela costuma ser administrada por injeção, mas um spray nasal começou a ser comercializado recentemente. Como algumas pessoas se tornam, por pouco tempo, agitadas e delirantes antes de se tornarem completamente conscientes, o confinamento físico pode ser aplicado por um curto período de tempo. Uma vez que a naloxona precipita o aparecimento dos sintomas da abstinência em dependentes de opiáceos, ela é usada apenas quando necessário (por exemplo, quando a respiração está fraca).

As pessoas que se recuperam de uma overdose devem ser observadas por várias horas, até que os efeitos da naloxona tenham desaparecido, para haver certeza de que não resta nenhum efeito colateral do opiáceo. Se a pessoa tiver usado opiáceo com efeitos duradouros (como a metadona ou formas de liberação lenta de outros opiáceos), ela será, normalmente, observada por um período mais longo.

Desintoxicação

Há diversos tipos de abordagens à desintoxicação:

  • Parar o opiáceo abruptamente e permitir que a abstinência ocorra normalmente (desintoxicação “na marra”)
  • Substituir por uma droga semelhante, mas menos potente e, depois, reduzir gradualmente a dose e interromper a droga

Em ambas as estratégias de desintoxicação, normalmente é necessário tratamento para diminuir os sintomas da abstinência. O medicamento clonidina normalmente oferece um pouco de alívio. No entanto, a clonidina pode provocar efeitos colaterais, como hipotensão e sonolência. A própria interrupção da clonidina pode provocar sintomas de abstinência, como inquietação, insônia, irritabilidade, frequência cardíaca elevada e dores de cabeça.

Internação voluntária - com consentimento paciente

Se o paciente está ciente de sua situação e dos problemas com os quais convive, além de sofrer pelos sintomas da depressão, capazes de impactar vida, autoestima, trabalho e, principalmente, relacionamentos, a internação voluntária a ajuda a estar em contato com uma equipe multidisciplinar apta a zelar por seu tratamento e a reabilitá-lo de modo que possa voltar a conviver bem com si mesmo e com aqueles que ama.

Internação compulsória - contra a vontade do paciente

§ Internação involuntária: de acordo com a lei (10.216/01), o familiar pode solicitar a internação involuntária, desde que o pedido seja feito por escrito e aceito pelo médico psiquiatra. A lei determina que, nesses casos, os responsáveis técnicos do estabelecimento de saúde têm prazo de 72 horas para informar ao Ministério Público da comarca sobre a internação e seus motivos. O objetivo é evitar a possibilidade de esse tipo de internação ser utilizado para a prática de cárcere privado.

§ Internação compulsória: neste caso não é necessária a autorização familiar. O artigo 9º da lei 10.216/01 estabelece a possibilidade da internação compulsória, sendo esta sempre determinada pelo juiz competente, depois de pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a sua condição psicológica e física.

Sobre o Hospital Santa Mônica

O Hospital Santa Mônica zela pela saúde mental de crianças (a partir dos 8 anos), jovens e adultos, além de tratar dependência química. Em 2019, completa 50 anos que atua como referência de hospital psiquiátrico, auxiliando também pacientes com depressão, em todos os seus estágios. Possui dúvidas sobre esse conteúdo? Para saber mais, entre em contato conosco preenchendo nosso formulário de atendimento.