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Saúde Mental

Cetamina e escetamina: inovações no tratamento da depressão resistente

Por Camila Abranche para o HSM

Nos últimos anos, avanços significativos na pesquisa psiquiátrica têm destacado a eficácia da cetamina e da escetamina como tratamento para uma variedade de condições da saúde mental. Conversamos com o psiquiatra Acioly Luiz Tavares de Lacerda, Professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Investigador Principal e Diretor Executivo da BR Trials, para entender as evidências e aplicações clínicas dessas substâncias, principalmente no tratamento da depressão resistente.

O Potencial da Cetamina e Escetamina no Tratamento de Transtornos Psiquiátricos

Entrevista com o especialista

Em sua entrevista, Lacerda, que já tratou mais de 10 mil pacientes, nos contou sobre como essas substâncias estão revolucionando o tratamento de transtornos como a depressão resistente ao tratamento, transtorno bipolar e até mesmo síndromes de dor crônica.

“Tanto a cetamina quanto a escetamina mostraram-se eficazes no tratamento de casos de depressão que não respondem adequadamente aos antidepressivos convencionais. A escetamina, especificamente, foi aprovada para casos de depressão resistente e episódios depressivos com ideação suicida associada, destacando-se pela sua rápida ação terapêutica após a administração”, explica o especialista.

Embora a cetamina ainda não tenha aprovação ampla para uso humano no Brasil, a escetamina está disponível em formulações intranasal e injetável, sendo esta última preferida por sua maior eficácia comprovada em estudos recentes. Portanto, vale destacar que o uso da cetamina pode resultar inclusive em melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes por sua administração e efeito.

“O que torna a cetamina tão interessante é sua capacidade de proporcionar alívio rápido e duradouro dos sintomas, mesmo em pacientes que não responderam a outras terapias convencionais, não apenas os sintomas de depressão e ansiedade, mas também mitigando o risco de suicídio em casos graves” explica.

Aplicações clínicas e segurança

Além de discutir os benefícios terapêuticos, Lacerda abordou a segurança do uso da cetamina quando administrada sob supervisão médica adequada. Ele enfatizou a importância de protocolos rigorosos para garantir a segurança dos pacientes durante o tratamento.

“Embora a cetamina seja uma opção promissora, é essencial que seja administrada por profissionais treinados em um ambiente controlado”, ressaltou. Ele explicou que, quando utilizada conforme as diretrizes clínicas, a cetamina demonstra um perfil de segurança favorável e pode ser uma alternativa valiosa para pacientes que enfrentam condições psiquiátricas severas e persistentes.

Ao comparar com antidepressivos tradicionais, Lacerda mencionou que cetamina e escetamina são reservadas para pacientes que não obtiveram melhora satisfatória com os métodos convencionais, abrangendo cerca de 30% dos casos de depressão resistente. Estudos de metanálise têm demonstrado que, em muitos casos, essas substâncias podem ser mais eficazes e têm um início de ação mais rápido do que os tratamentos tradicionais.

Contraindicações e acesso

É importante destacar que, embora sejam considerados tratamentos seguros para a maioria dos pacientes, tanto a cetamina quanto a escetamina podem causar efeitos colaterais transitórios, como tontura, aumento da pressão arterial e sintomas dissociativos. Pacientes com histórico de AVC recente ou condições que possam ser exacerbadas pela elevação da pressão arterial devem ser cuidadosamente avaliados antes de iniciar o tratamento.

Em relação ao custo, o tratamento com escetamina pode variar significativamente, com a formulação intranasal sendo mais cara devido à tecnologia patenteada. O tratamento completo pode exigir múltiplas aplicações ao longo das semanas, o que deve ser considerado no planejamento financeiro do paciente.

O futuro dos antidepressivos rápidos

Olhando para o futuro, Lacerda mencionou que outras moléculas com mecanismos de ação similares estão em desenvolvimento, oferecendo esperança para uma gama mais ampla de opções no tratamento da depressão resistente. Estudos clínicos estão em andamento para avaliar essas novas substâncias, o que pode expandir ainda mais o arsenal terapêutico disponível.

“Cetamina e escetamina representam uma mudança significativa no paradigma do tratamento da depressão resistente, oferecendo uma alternativa eficaz para pacientes que não respondem aos métodos convencionais. Com a contínua pesquisa e desenvolvimento na área, espera-se que mais pacientes possam se beneficiar dessas inovações no futuro próximo”, conclui.

Neste artigo, você viu que o novo medicamento já é uma realidade com resultados eficazes contra quadros depressivos graves com ou sem ideação suicida. O Hospital Santa Mônica salienta a importância de o paciente ser acompanhado por uma equipe interdisciplinar e experiente, bem como ficar por dentro das abordagens inovadoras.

Agora, o convidamos a entrar em contato conosco para marcar uma consulta com um médico psiquiatra para que você ou um familiar evite crises depressivas ou saia delas!

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