A autossabotagem está associada aos comportamentos e manias que levam as pessoas a criarem problemas que acabam interferindo no alcance de seus objetivos. Nessa perspectiva, entender melhor o que é esse conceito ajuda a identificar a relação com problemas como o uso abusivo de álcool e reduzir os impactos que eles causam na saúde mental.
Mediante isso, o psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antonio Chavas Filho, irá explicar o que é autossabotagem e destacar quais são os sinais que indicam tal prática. Também mostrará a relação entre autossabotagem com adicção e uso de drogas, os possíveis tratamentos e a importância de buscar ajuda profissional para superar o problema.
O que é autossabotagem?
Também conhecido como autoboicote, esse é um processo inconsciente que pode instigar a pessoa a agir contra seus próprios impulsos, mesmo que ela não queira isso. A partir daí, a tendência é a adoção de práticas para se punir devido ao sentimento de culpa por não conseguir atingir seus objetivos.
Tais atitudes e comportamentos podem ser causados por diferentes motivos, dos quais se destacam traumas ligados à infância, experiências negativas na adolescência ou vida muito conturbada na juventude. Na vida adulta, esse boicote pode simbolizar situações mal resolvidas no passado, assim como anseios não expressos.
Como identificar a autossabotagem?
Enumeramos algumas formas de identificar essa situação. Veja quais são!
Viver sob constante estresse
Certo grau de estresse é normal e faz parte da fisiologia natural do corpo. No entanto, quem tem o hábito de se autossabotar acaba vivenciando situações que podem fugir ao controle e prejudicar a saúde. Quem não consegue superar os problemas de rotina ainda incorre no risco de também não enfrentar o estresse de forma saudável.
Assim, o caminho para superar tais adversidades geradas pela autossabotagem pode ser a busca de ajuda profissional para restaurar as emoções e projetar o futuro de forma equilibrada. Essa situação requer um novo aprendizado e a adoção de atitudes que contribuam para normalizar as relações sociais, afetivas, profissionais e outros aspectos importantes da vida.
Cultivar pensamentos negativos
Algumas pessoas não conseguem dominar as emoções negativas e passam a ver a autossabotagem como uma solução — ilusória — para as suas angústias. Com isso, elas se tornam reféns de suas próprias negatividades e podem se autoflagelar por acumular julgamento impiedoso e ódio sobre si mesmas.
Nessas circunstâncias, a pessoa fica mais vulnerável ao desenvolvimento de desordens mentais, como crises de pânico e depressão. Alimentar pensamentos negativos ocasiona o surgimento de diversas patologias crônicas, já que o organismo fica fragilizado e mais susceptível ao ataque de germes como bactérias e vírus.
Ter muito medo de errar
O medo é considerado um dos maiores emblemas da autossabotagem. Insegurança e temor são fatores que impedem a pessoa de lutar contra as adversidades, superar desafios e ir em busca dos seus maiores sonhos. A situação é delicada por que a autossabotagem envolve um ciclo vicioso: falta de força para vencê-la e culpa pelo fracasso.
Ter hábitos de procrastinação
Em algum momento da vida, todos já se deixaram levar pela famosa procrastinação. Seja por um trabalho escolar, seja um compromisso ou, até mesmo, por questões relacionadas ao autocuidado. O hábito de sempre “deixar para depois” é um dos pilares que mais sustentam a autossabotagem.
Tanto no âmbito pessoal quanto no profissional, a procrastinação gera prejuízos significativos. Mais do que isso: o adiamento de tarefas eleva o estresse, afasta ainda mais a pessoa de suas metas e a deixa emocionalmente abalada e fragilizada. Por conseguinte, elevam-se os riscos de adoecimento mental e do surgimento de doenças físicas também.
Qual a relação entre autossabotagem e o uso de drogas?
Há uma intrínseca relação entre a autossabotagem e os comportamentos nocivos que levam a atos prejudiciais, como a adicção em drogas. Isso torna esse problema um processo de alta complexidade ao combinar práticas inconscientes de autossabotagem com a opção pelo consumo de entorpecentes.
Na vida, uma vez ou outra, todas as pessoas cometerão erros eventuais. Mas quando se autossabota, o indivíduo tenta corrigir seus erros cometendo-os novamente. Tal comportamento leva a caminhos inseguros e a tomada de decisões cada vez mais prejudiciais à vida em diferentes aspectos.
O uso de drogas e álcool é uma prática muito comum que, somada à procrastinação, dificulta a reabilitação do autossabotador. Algumas consequências podem surgir como uma tentativa de escape dessa situação. Entre as mais preocupantes, destacam-se a automutilação e a tentativa de suicídio.
Vale destacar, ainda, que a habilidade de um dependente químico em se autossabotar tem ligações profundas com padrões de pensamentos negativos adquiridos desde a infância. Por tal razão, os pais devem ficar atentos ao comportamento dos filhos e, ao perceber alguma mudança ou risco, procurar ajuda profissional imediatamente.
Como um profissional especializado pode ajudar no tratamento?
Muitas vezes, a pessoa não consegue perceber que está dominada pela prática da autossabotagem. Principalmente, quando há relação entre essa condição e a adicção em drogas, a situação se torna ainda mais complicada. Ou seja, o usuário de entorpecentes não se dá conta de que também está envolto em um círculo de autossabotagem.
Mediante isso, a busca de auxílio profissional especializado se torna um importante diferencial para a superação dos dois problemas: a autossabotagem e o uso de entorpecentes. Por isso, é necessário buscar meios de ajudar entes queridos que se encontram mergulhados nessa condição. A ajuda de especialistas é a melhor estratégia para a superação desses desafios.
Obviamente, o adicto em drogas que mantém o hábito da autossabotagem deve reconhecer a necessidade de mudar de comportamento. Nesse sentido, priorizar habilidades voltadas para o autoconhecimento é um dos passos mais relevantes para modificar hábitos negativos. As intervenções psicoterapêuticas costumam ser bastante eficazes nesse sentido.
Dentro deste contexto, o papel do psiquiatra e do psicólogo é fundamental para ajudar na tomada de consciência de quem está habituado a comportamentos de autossabotagem. O contato periódico com esses profissionais ajuda a identificar as causas do problema e direcionar para soluções mais efetivas.
Pode-se concluir que tão importante quanto a real compreensão desse conceito é procurar ajuda especializada em instituições experientes nesse ramo. Para vencer a autossabotagem e a adicção em drogas, o ideal é conhecer as alternativas de tratamento do Hospital Santa Mônica. Esse é o primeiro grande passo para a reabilitação e mudança de vida.
Precisa de ajuda profissional nesse sentido? Então, não perca tempo: entre em contato conosco e fale com nossos colaboradores!