Diante do crescimento (lento, porém constante) do suicídio entre os jovens brasileiros nos últimos anos, a saúde mental desses indivíduos passou a ser um tema recorrente, tanto na mídia quanto no ambiente familiar. Engana-se, portanto, quem pensa que este é um problema esporádico.
O estudo anual realizado pelo Ministério da Saúde, denominado Mapa da Violência, aponta que nos últimos 12 anos o número de suicídio entre jovens de 15 a 29 anos apresentou um aumento considerável de quase 10%.
Nesse contexto, práticas de automutilação também merecem atenção porque alertam para um sofrimento intenso, podendo estar relacionadas a sinais precoces da tentativa de suicídio.
Neste artigo, você vai entender os principais sintomas e hábitos que adolescentes com transtornos mentais manifestam e como a identificação desses sinais pode auxiliar o tratamento. Acompanhe!
Como identificar comportamentos de automutilação?
O ato de automutilação considera qualquer intuito de se ferir deliberadamente. Cicatrizes, queimaduras e cortes realizados de forma intencional por meio de facas, tesouras, lâminas de barbear ou mordidas são alguns exemplos desse comportamento.
É fato que a maioria dos adolescentes que se automutilam tentam esconder as marcas e cicatrizes dos familiares. Desse modo, é importante se atentar ao comportamento desses indivíduos.
Muitas vezes, eles utilizam calças e blusas de manga comprida mesmo em dias quentes, se isolam frequentemente ou apresentam algum retraimento social. Outros fatores a serem observados são feridas e contusões inexplicáveis, a presença de objetos afiados sempre próximos e o abuso de álcool e drogas.
Qual a relação entre automutilação e suicídio?
Não é exagero dizer que a autolesão é um indício da pretensão suicida. Esse comportamento expressa um sofrimento psíquico importante e é um dos poucos sinais que a psicologia consegue identificar que predizem a tentativa de suicídio dentro de alguns meses.
A automutilação acontece principalmente devido à necessidade de reduzir a tensão, estresse ou sofrimento que o jovem vivencia. Ao se mutilar, algumas substâncias opioides são liberadas no organismo e acontece uma falsa sensação de alívio da situação pela ligeira anestesia causada.
O problema, nesse caso, é que depois que essa sensação passa, o adolescente é acometido por sentimentos de culpa e vergonha. Desse modo, quadros de tristeza e insatisfação são potencializados.
Quais os sintomas dos pacientes internados?
Os pacientes que são internados devido a automutilação ou tentativa de suicídio apresentam alguns sintomas ou hábitos em comum. São eles:
- agressividade e irritabilidade;
- diminuição do apetite e emagrecimento;
- delírios e alucinações;
- transtornos bipolares;
- prejuízo de memória;
- insônia;
- ansiedade e depressão;
- frases confusas e desconexas.
É importante ressaltar que essas manifestações são percebidas em jovens internados tanto por abuso de drogas quanto por transtornos mentais.
Como lidar com essa situação?
Estabelecer um diálogo constante pode ser o primeiro passo para que problemas de ansiedade, depressão ou transtornos de personalidade sejam identificados e, a partir desse ponto, acompanhados por um profissional da saúde.
Além disso, esses comportamentos não se desenvolvem do dia para a noite. O processo leva meses para alcançar esse ponto e é fundamental tratar os sinais, sem minimizar ou diminuir os sentimentos dessas pessoas.
Diante da identificação do quadro de automutilação, os pais devem procurar o psiquiatra ou pediatra para avaliar a situação clínica desses pacientes. O suporte e orientação desses profissionais também vão se mostrar imprescindíveis, pois serão de grande ajuda ao decidir sobre qual é a melhor conduta a ser adotada.
Medidas como hospitalização e tratamentos de distúrbios, que possam aumentar o risco de suicídio, são algumas das alternativas. Contudo, o mais importante é compreender os problemas e angústias que o seu familiar está passando, pois isso é imprescindível para um tratamento eficaz. O jovem que tem atitudes de automutilação ou tentativa de suicídio precisa ser ouvido sem julgamentos, sendo o diálogo uma busca constante.
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