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Psiquiatria

Aprenda definitivamente as melhores estratégias para lidar com a culpa!

O convívio direto com pessoas que apresentam problemas de saúde mental ou dependência química muitas vezes afeta a vida dos familiares, causando-lhes sentimentos de tristeza, negação, desamparo, conflito, medo, frustração e até mesmo culpa.

Alguns reviram o passado em busca de explicações para os transtornos do ente querido, imaginando o que poderiam ter feito de diferente para evitá-los. Outros se sentem culpados por não conseguirem agir diante da situação e sofrem com a pressão social e o preconceito.

Mas saber como lidar com a culpa é um passo importante para enfrentar as adversidades, ajudar quem mais precisa e criar uma rede de apoio mútuo, formada tanto por parentes e amigos quanto por profissionais especializados e de confiança.

Para isso, é preciso estar com a mente aberta e preparada para mudanças de comportamento e atitude, seguindo estratégias eficientes, como as indicadas a seguir. Vale lembrar que cada um tem seu próprio tempo para assimilar os problemas, sendo importante deixar as cobranças de lado para focar nos seus esforços e autoanálise.

Procure saber mais sobre transtornos

A falta de informações está intimamente ligada à culpa sentida por familiares de pessoas com transtornos mentais, neurológicos ou de abuso de substâncias, pois muitos se responsabilizam por problemas que estão fora de seu controle. Isso se deve, em grande parte, ao desconhecimento sobre os mitos e verdades em saúde mental, o que faz prevalecer o senso comum e o imaginário popular.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a saúde mental de uma pessoa é determinada pela interação de diversos fatores biológicos, psicológicos e socioeconômicos. Por isso, os transtornos mentais e de comportamento podem ter diferentes causas, que devem ser investigadas por profissionais qualificados.

Antes de mais nada, é preciso buscar ajuda especializada de uma equipe multidisciplinar para o diagnóstico correto da pessoa que apresenta alterações persistentes de comportamento, humor ou funções mentais. Dessa forma, será mais fácil entender suas reais necessidades, os motivos de seu transtorno e as melhores formas de tratamento e assistência. Conhecer esses dados pode ajudar você a clarear os pensamentos e a atuar com mais objetividade em momentos difíceis.

Participe de reuniões e grupos de apoio

No Brasil, até meados da década de 1970, as pessoas com transtornos mentais eram estigmatizadas e trancadas em manicômios, vivendo afastadas do convívio social e familiar. Porém, com o avanço do movimento da reforma psiquiátrica, esse modelo de tratamento passou por alterações significativas, e o papel da família na interação com o paciente começou a ganhar relevância e tornou-se essencial em todo o processo.

Ao mesmo tempo que trouxe resultados positivos, essa maior participação dos parentes veio carregada de dificuldades, dúvidas e angústias, pois muitos cuidadores inexperientes não tinham ideia do que fazer nas situações de surtos e crises, nem sabiam se estavam agindo de forma adequada e segura, o que aumentava o sentimento de incapacidade e culpa.

Diante dessa situação, os hospitais e outras instituições de saúde começaram a oferecer apoio, aconselhamento e orientação aos familiares por meio de reuniões e conversas individuais ou em grupo.

Hoje, esses espaços são cada vez mais procurados por possibilitarem o diálogo, o aprendizado, o compartilhamento de experiências, o desabafo, a apresentação de questionamentos e o reconhecimento de que outras pessoas estão passando por situações semelhantes.

Aprenda com as experiências

A autocobrança excessiva é uma das principais barreiras para quem quer aprender a como lidar com a culpa. Sentir frustração é bastante comum durante o tratamento de pessoas com transtornos mentais ou dependentes químicos, pois o controle da doença pode ser demorado e apresentar altos e baixos. Porém, essa emoção não pode se sobrepor a todas as conquistas, esforços e melhorias, mesmo que pequenas e passageiras.

Uma crise ou recaída do paciente não é sinal de fracasso, mas sim uma oportunidade de rever os procedimentos adotados até aquele momento e analisar o que pode ser revisto e aprimorado. Enxergar cada experiência como uma lição não é fácil, principalmente quando isso envolve pessoas tão próximas, mas procurar culpados ou apontar erros gera ainda mais ansiedade, insegurança e conflitos emocionais e interpessoais.

Fortaleça os laços familiares

O diagnóstico de transtorno mental traz consigo uma série de consequências, entre elas a desestabilização familiar. Algumas pessoas têm mais dificuldade em aceitar e enfrentar os problemas, o que pode levar ao sentimento de culpa e, consequentemente, ao enfraquecimento de relações que antes pareciam inabaláveis.

Um ambiente familiar carregado de estresse, conflitos, desentendimentos e pessimismo pode atrapalhar o tratamento de quem sofre com problemas de saúde mental e ainda prejudicar aqueles que estão saudáveis e precisam estar fortes para apoiar o doente.

Por isso, é importante que a individualidade e as diferenças de cada membro da família sejam respeitadas a fim de criar um espaço de confiança, em que todos se sintam confortáveis e seguros para expressarem suas emoções e receios e possam ser orientados da melhor maneira possível, dentro de suas possibilidades e limitações.

Cuide de si mesmo

Pode parecer contraditório, mas colocar-se em primeiro lugar é uma das maneiras mais eficazes de cuidar do outro. Uma pessoa mentalmente, fisicamente e emocionalmente esgotada dificilmente conseguirá transmitir força e esperança a alguém doente.

Muitos cuidadores abdicam de sua vida social, dormem pouco e têm uma rotina bastante corrida e estressante, esquecendo-se de seus próprios desejos e necessidades. Além disso, sentem-se culpados e com baixa autoestima por não conseguirem dar conta de todas as tarefas ou quando precisam deixar o familiar sozinho, ainda que seja por pouco tempo e por motivos importantes.

Diferente do que muitos pensam, momentos de descanso e lazer não são apenas para diversão, mas também essenciais para melhorar a atenção e o desempenho, além de ajudar a recarregar as energias, a arejar a mente e a ter um tempo de reflexão.

Tire algumas horas do seu dia para relaxar e ter contato com assuntos diferentes, sem pensar no que poderia estar fazendo ou deixando de fazer. Ao entender como lidar com a culpa, você estará mais preparado para enfrentar as adversidades e cuidar de quem ama.

Quer tirar alguma dúvida ou compartilhar suas experiências? Deixe um comentário!

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