O consumo de drogas é um problema de saúde pública em todo o mundo. Quem abusa desses compostos causa danos ao próprio organismo e ao seu convívio com outras pessoas. Às vezes a situação é tão grave que é necessário recorrer à internação para evitar um mal maior.
Neste post, vamos falar sobre os tipos de internação e quais são os procedimentos para realizá-la. De modo geral, as três formas diferentes de recorrer a esse tratamento se diferenciam pela consciência do dependente químico em relação a seu próprio quadro de saúde.
Se você cogita a internação ou conhece alguém que está em busca de informações sobre essa alternativa, saiba que ela é uma forma mais eficaz de lidar com o abuso de drogas. E, por isso, a jornada tende a ser difícil, mas com o apoio médico adequado é possível obter bons resultados.
Antes de detalharmos quais são os três tipos de internação para dependentes químicos, vamos entender como se dá o contato de um indivíduo com as drogas.
Drogas: um problema que pode começar muito cedo
A vulnerabilidade social e o acesso a drogas mais baratas são os grandes catalisadores do aumento do consumo de drogas no mundo, principalmente nos grandes centros urbanos.
Compostos como cocaína, crack e heroína vêm ganhando espaço rapidamente, apesar das iniciativas de conscientização difundidas por diversas organizações de saúde no Brasil e no mundo.
Segundo um relatório divulgado em 2016 pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), o número de dependentes químicos no mundo passou de 27 milhões em 2013 para 29 milhões em 2014. Além disso, cerca de 250 milhões de pessoas consumiram algum tipo de droga em 2014.
O contato com esses compostos pode se dar em qualquer fase da vida. Porém, no Brasil, estudos mostram que frequentemente ocorre o consumo de drogas na infância e na adolescência.
Em 2015, 55,5% dos 2,6 milhões de estudantes brasileiros que frequentavam o 9º ano do Ensino Fundamental já haviam consumido bebida alcoólica alguma vez na vida. No caso de drogas ilícitas, a proporção foi de 9%. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda que haja programas de prevenção e tratamento para a dependência química, a principal influência para um indivíduo é o exemplo de seus próprios familiares. Não à toa, o primeiro contato com essas substâncias, lícitas ou ilícitas, acontece no âmbito familiar.
Por isso, a conscientização continua sendo a principal ferramenta no combate ao consumo de drogas. Aliada ao diálogo, ela pode evitar os danos causados pelo vício, mesmo quando já existe um quadro mais grave de dependência.
Tipos de internação
Existem três tipos de internação que podem ser empregados no tratamento de um dependente químico: internação voluntária, involuntária e compulsória. Elas são reguladas pela Lei Federal 10.216/2001.
Em casos mais extremos, esse procedimento pode envolver questões judiciais tanto no ingresso quanto na saída de um paciente do tratamento de reabilitação.
Vale ressaltar que a internação é uma medida mais agressiva para um dependente químico e deve ser empregada com cautela para que seu quadro não piore.
O ideal é que a pessoa que abusa das drogas tenha consciência de seu quadro clínico e busque ela mesma a reabilitação. A internação representa uma ruptura em sua rotina e pode até mesmo agravar a dependência química em algumas situações.
Porém, quando todas as alternativas empregadas não surtem o efeito desejado, a internação passa a ser uma opção para afastar a pessoa do vício. Isso acontece especialmente quando o dependente químico representa um perigo para si mesmo e para as pessoas à sua volta.
Veja a seguir mais detalhes sobre os tipos de internação para dependentes químicos.
Internação voluntária
O primeiro passo para a internação voluntária é o dependente químico reconhecer sua situação. No momento da internação, ele precisa assinar um documento declarando que optou por essa forma de tratamento.
Além disso, a internação deve ser autorizada por um médico devidamente credenciado no Conselho Regional de Medicina (CRM) do Estado em que o procedimento ocorrerá.
A alta ocorrerá por solicitação do paciente ou por determinação médica.
Internação involuntária
A internação involuntária acontece mediante o pedido de uma terceira pessoa, sem o consentimento do paciente. Ela é uma alternativa em caso de risco à saúde do dependente e de outros à sua volta.
O procedimento também deve ser autorizado por um médico credenciado. Ele precisa ser comunicado ao Ministério Público Estadual pela instituição que realizar a internação, tanto na entrada quanto na saída do paciente.
A alta poderá ocorrer por solicitação do responsável legal pelo paciente ou por determinação médica.
Internação compulsória
A internação compulsória só pode ser determinada por uma ordem judicial. Ela é a última alternativa para o tratamento de um dependente químico e ocorre quando não há familiar que se responsabilize por ele.
A determinação da internação compulsória é feita com base em laudos médicos. Eles atestam que o paciente oferece risco à sua própria saúde ou à das pessoas de seu círculo. Esses documentos também informam que todas as outras tentativas de tratar o paciente falharam.
A liberação do paciente só pode ocorrer quando outra decisão judicial determinar a alta do paciente. Esse procedimento também precisa ser embasado em laudos médicos que atestem sua recuperação e recomendem sua reinserção social.
Quais os procedimentos necessários para a internação
De acordo com a Lei 10.216/2001, a internação para dependentes químicos só pode ser indicada quando todos os outros recursos se mostrarem insuficientes. Sua principal finalidade é a reinserção do dependente químico em seu meio social.
Os processos necessários para a internação de um dependente químico variam conforme o tipo de tratamento, como vimos no tópico acima, mas geralmente envolvem serviço médico especializado, assistência social e acompanhamento psicológico.
É muito importante apoiar uma pessoa que precisa desse tipo de tratamento para assegurar sua eficácia e evitar recaídas no futuro. O ideal é que o paciente não se sinta julgado ou reprimido e se sinta à vontade para pedir ajuda sempre que necessário, mesmo depois da alta médica.
Se você tiver mais alguma dúvida sobre a internação para dependentes químicos, fique à vontade para entrar em contato com nossos especialistas. Nossas equipes estão preparadas para atender pacientes nos mais diversos estágios e podem fornecer diagnóstico preciso e tratamento adequado.