O ator Michael J. Fox, 61 anos, abriu o jogo sobre viver com o diagnóstico de Doença de Parkinson ao longo dos últimos 32 anos, revelando que o diagnóstico durante o auge de sua carreira o levou ao alcoolismo.
Michael tinha 29 anos quando foi diagnosticado com Parkinson em 1991. O ator só foi a público para falar da doença sete anos mais tarde, em 1998.
O astro do filme ‘De Volta para o Futuro’ disse que tomou pílulas de dopamina durante os primeiros anos em que conviveu com a doença na tentativa de esconder os sintomas. No período, o ator descontou as frustações com a doença no álcool. “Eu bebia para dissociar. Eu era definitivamente um alcoólatra. Mas estou há 30 anos sem beber”, revelou.
O documentário Still
“Eu era o Príncipe de Hollywood. Você acha que a vida é feita de tijolos e pedras. Mas não é. É feita de papel e penas. É uma ilusão”, disse Fox em seu novo documentário “Still: A Michael J. Fox Movie” (via TN), de acordo com o jornal ‘The Mirror’.
Christopher Lloyd e Michael J. Fox em cena de De Volta Para o Futuro (1985) — Foto: Divulgação
Na produção, o ator canadense de 61 anos se abriu sobre o diagnóstico de Parkinson, incluindo abuso de substâncias e eventualmente sobriedade. No documentário, Fox reconhece que se sentiu inseguro sobre seu futuro depois de saber que tinha o distúrbio neurológico. Consequentemente, esse sentimento o levou a uma relação doentia com o álcool.
“Valor terapêutico, conveniência, nenhum desses foram os motivos pelos quais tomei essas pílulas”, disse ele. “Só havia um motivo: esconder”, explica, lembrando que também abusou das pílulas de dopamina. Michael J. Fox revelou que as tomava como doces na tentativa de acalmar os primeiros sintomas do Parkinson, como tremores e lidar com suas consequências para a saúde mental.
O papel da família na recuperação a dependência
Felizmente, a esposa de Fox, a atriz Tracy Pollan, e seus quatro filhos o ajudaram a ficar sóbrio. Mas os primeiros anos de sobriedade foram difíceis, acrescentou, pois o forçaram a lidar com seu diagnóstico: “Não consigo mais fugir de mim mesmo”.
Fox só foi a público para falar da doença sete anos mais tarde de descobrir o diagnóstico, em 1998. Nos últimos tempos, vem pegando menos projetos para o cinema e se dedicando a um instituto voltado a pesquisa para tratamento e cura da doença. Lançada em 2000, a The Michael J. Fox Foundation (MJFF) tem como intuito ajudar a financiar pesquisas sobre a condição.
Ainda no documentário, Fox ainda afirmou que estava grato por poder ajudar outras pessoas que vivem com Parkinson. “Fiquei maravilhado com tudo o que me foi dado, sucesso, minha vida com Tracy, minha família, me preparou para esta grande oportunidade e responsabilidade”, disse. “Foi um presente”, afirmou.
O final de “Still” mostra Fox refletindo sobre como o MJFF mudou o curso de sua vida. “Algumas pessoas veriam a notícia da minha doença como um fim, mas eu estava começando a sentir que era realmente um começo”, finalizou.
Para a psiquiatra do Hospital Santa Mônica, Dra. Ana Maria Noyama, “apesar da progressão da doença ele se mantém ativo, é responsável por uma fundação de pesquisa sobre o Parkinson. Entende as limitações, mas faz acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Logo depois do diagnóstico chegou a fazer uso de álcool, mas com o tratamento conseguiu a sobriedade e usar de sua visibilidade em algo produtivo, além de ter constituído uma família que o apoiou neste processo, o que é fundamental para o tratamento de todo o paciente.”
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