A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou dados do Relatório sobre o uso de drogas no Brasil em 2020. Os números são alarmantes: 4,9 milhões de brasileiros usaram algum tipo de substância ilícita no ano anterior. Desses, 5% são homens e 1,5% correspondem a mulheres dependentes químicas.
O consumo de álcool e outras drogas está cada vez maior entre o público feminino. Essa realidade expõe essas mulheres a diversos tipos de abusos para manterem o vício. Os mais comuns são os conflitos oriundos de relacionamentos tóxicos, a marginalização social e, até mesmo, a violência física.
Por isso, a Dra. Mayara de Sá Salvato, médica do Hospital Santa Mônica, irá apresentar algumas questões relacionadas aos riscos do uso de drogas por mulheres e propor alternativas de solução para a reabilitação da saúde mental desse público. Aproveite a leitura!
Por que as mulheres estão abusando do álcool e outras drogas?
Em geral, as mulheres se tornam dependentes químicas por diversas razões. Muito embora nenhuma delas se justifique, essas razões são, até certo ponto, compreensíveis dentro do contexto social e emocional desse grupo. Por isso, na medida do possível, familiares e amigos devem prestar suporte e auxiliá-las nesses momentos delicados da vida.
Outro ponto de atenção é que a maioria das mulheres se envolve com substâncias ilícitas por motivos diferentes dos homens. Em linhas gerais, os gatilhos para esse comportamento estão associados à ocorrência de eventos significativos que abalam as suas emoções. Nesse contexto, trabalhar ações centradas na prevenção da dependência química é essencial.
Além do mais, as responsabilidades impostas pela pressão no trabalho e o papel exaustivo de assumir certas funções na família também contribuem para o sentimento de insegurança emocional. Nesse sentido, destacamos mais algumas que levam às mulheres ao abuso de drogas. Confira!
Baixa autoestima
As emoções são regidas por princípios e valores atrelados a diferentes questões e circunstâncias. Por isso, cada pessoa tem o seu próprio modo de lidar com as adversidades. Ao mesmo tempo que isso individualiza o ser humano, também pode afetar a autoestima e culminar com a adicção em drogas.
Com a autoestima baixa, as mulheres se tornam mais vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos como ansiedade, depressão e outros. Para a classe feminina, a desestruturação familiar e problemas com a saúde afetam a autoimagem e se tornam, às vezes, ameaças à sua estabilidade mental.
Reflexo das mudanças da pandemia
O cenário pandêmico impôs exigências que remodelaram o estilo de vida de pessoas de todas as idades e classes socioeconômicas. O isolamento social, o afastamento das atividades presenciais e o desemprego foram questões determinantes sobre a saúde mental.
Com isso, homens e mulheres recorreram às drogas como alternativas de enfrentamento dos dilemas da pandemia. Nessas circunstâncias, também houve maior adesão ao consumo de álcool e à automedicação. O uso desregrado de remédios para emagrecer e de antidepressivos também é um elemento que colabora para a insegurança emocional.
Dependência emocional
Algumas das questões mais desafiadoras na vida de muitas mulheres são aquelas ligadas à afetividade. Por isso, muitas se tornam emocionalmente dependentes e não conseguem visualizar soluções para o problema.
Consequentemente, a falta de reciprocidade do sentimento que elas nutrem acaba por gerar consequências muito negativas. É como se elas estivessem presas em uma espécie de labirinto ou mergulhadas em um solo úmido, que a cada passo parece se afundar ainda mais. Essas circunstâncias favorecem o envolvimento com substâncias químicas como drogas e álcool.
Aumento dos casos de violência doméstica
A maior exposição da classe feminina a situações de violência doméstica é um importante gatilho para a adicção em drogas. Mulheres que enfrentam constantes conflitos familiares e lares desfeitos por razões de agressões físicas e psicológicas tendem a buscar refúgio nas substâncias ilícitas.
Quais são os impactos do abuso de drogas na saúde da mulher?
Listamos alguns dos principais efeitos que o consumo de substâncias ilícitas e o alcoolismo podem representar à saúde feminina. Observe:
- distúrbios alimentares e complicações do aparelho gastrointestinal;
- problemas de desnutrição que pode levar à anemia;
- doenças do aparelho cardiovascular e respiratório;
- distúrbios neurológicos;
- doenças hepáticas e renais;
- câncer;
- prejuízos para a mãe e o feto se houver uso de drogas na gravidez;
- osteoporose, artrite e artrose;
- maior risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis;
- hipertensão arterial;
- inibição da ovulação;
- redução da fertilidade;
- transtornos mentais e emocionais;
- doenças psiquiátricas.
Qual é o papel da família no processo de recuperação?
Familiares de mulheres que integram os fatores de risco para a dependência química devem auxiliar na busca de ajuda profissional. O uso de drogas não é um problema fácil de enfrentar sem a ajuda dos próximos. Além do suporte psicológico adequado, a presença da família é um importante diferencial para o alcance de resultados mais efetivos.
Também é preciso considerar que os impactos da adicção em drogas recaem sobre a família. Por isso, os familiares devem apoiar seus entes queridos em todo o processo de tratamento. Ou seja, desde a avaliação inicial, desenvolvimento do tratamento e a reabilitação, a paciente necessita desse apoio mais presente.
Igualmente relevante é o apoio familiar quando a dependente não aceita o tratamento porque não percebe essa necessidade. Nesses casos, o ideal é propor uma consulta com um especialista em saúde mental para, junto com ele, encontrar a solução mais adequada para o caso.
Quais os diferenciais do Hospital Santa Mônica no tratamento da dependência química?
O tratamento para dependente químico deve ser realizado em uma instituição como o Hospital Santa Mônica, que seja referência em psiquiatria. Com mais de 50 anos de prestação de atendimento diferenciado à sociedade, nossa unidade de tratamento oferece toda a infraestrutura necessária à reabilitação mental e física.
Nesse contexto, a nossa instituição se destaca por:
- localização privilegiada e infraestrutura adequada à recuperação física e mental;
- tratamento clínico integrado com o apoio da equipe multidisciplinar do hospital;
- profissionais capacitados e experientes em reabilitação de dependentes químicos;
- suporte 24 horas para pacientes internados;
- possibilidade de visitas regulares de família e amigos durante todo o processo terapêutico.
Como você notou, é possível restabelecer a saúde integral das mulheres dependentes químicas por meio de um tratamento adequado. Para tanto, a escolha de uma instituição qualificada faz toda a diferença nos resultados porque possibilita a recuperação do bem-estar geral e da qualidade de vida.