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Dependência Química

Alcoolismo se tornou o tema mais buscado em 2022: entenda mais

O alcoolismo se tornou o tema mais buscado em março de 2022 na plataforma no Medscape? Voltado para o público médico, o Medscape pode estar refletindo os desafios que os pacientes desses profissionais estão enfrentando. Há boas evidências que nos mostram que a epidemia de alcoolismo está se agravando com o tempo. 

Você sabia que “alcoolismo” e “bebidas alcoólicas” estão entre os assuntos mais buscados no Google? E que, durante a Pandemia, essa procura se tornou ainda maior? Afinal, o isolamento social e a preocupação com a saúde são motivos de estresse que podem impactar negativamente a saúde mental.

No entanto, buscar o álcool para sair do sofrimento só piora o quadro. Leva a uma espiral de adoecimento psíquico, cujo tratamento é desafiador. Quer saber mais sobre o tema?

Alcoolismo se tornou o tema mais buscado em 2022

O uso e o abuso de álcool cresceram expressivamente durante a quarentena feita para conter o avanço do coronavírus. Em outro post, o psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antonio Chaves Filho, explica que a venda de bebidas alcoólicas cresceu 94,3% no país entre fevereiro e maio de 2020. O aumento da demanda pela substância foi percebido durante os dois últimos anos. Muitas pessoas justificaram o uso do álcool devido aos desafios emocionais e afetivos da Pandemia.

No entanto, a procura pelo tema “alcoolismo” vem crescendo ainda mais em 2022, mesmo com a liberação de muitas atividades sociais. O que explicaria isso? Primeiramente, o álcool é uma substância viciante. Então, muitas pessoas buscaram refúgio nessa substância para evitar sensações e emoções ruins. Muitas pessoas devem ter começado com pequenas doses na Pandemia.

A maioria delas acreditou que conseguiria parar quando desejasse. Diziam para si que era apenas uma solução passageira. Entretanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não existe uma dose segura. Se você consome essa substância regularmente ou com exagero, poderá se colocar em risco de se viciar.

Além disso, outro aspecto que nos ajuda nessa epidemia de alcoolismo é que houve uma naturalização de utilizar substâncias para fugir de emoções e sensações difíceis. Em vez de encarar as dificuldades como parte natural da vida, muitas pessoas vêm buscando se anestesiar. O comportamento de “buscar um alívio dos problemas em drogas lícitas ou ilícitas” não faz os desafios diários desaparecerem. Pelo contrário, o vício apenas piora a capacidade de solucioná-los.  

Caso os sintomas de preocupação ou tristeza não passem, o caminho não é buscar a evitação emocional com o álcool. A solução é buscar um tratamento médico, visto que a pessoa pode estar passando por depressão, ansiedade generalizada ou outros transtornos mentais. O consumo de substâncias somente atrasa o início de uma solução mais efetiva.

Portanto, à medida que a Pandemia foi melhorando e houve um alívio das medidas restritivas, muitas pessoas devem ter percebido que não estavam conseguindo parar. Isso pode explicar por que a busca por informações sobre alcoolismo vem crescendo. No entanto, apesar de o aumento dos casos de alcoolismo ser algo negativo, mais pesquisas sobre o “alcoolismo” podem significar algo positivo. Afinal, buscar informação é parte do reconhecimento do problema e da busca por soluções.

O aumento do consumo de álcool no país

O abuso de álcool vem aumentando em todo o mundo. Considerando todo o planeta, o consumo médio anual de bebidas alcoólicas é de 6,4 litros. O Brasil apresenta um número muito acima da média internacional, com 8 livros de consumo a cada ano. Esse número é uma estimativa que leva em conta toda a população brasileira. Em outras palavras, considerando que muitas pessoas não bebem nenhum tipo de bebida alcoólica, muitas outras devem estar extrapolando bastante esse valor. 

Vários dados nos mostram que, sim, o alcoolismo é realmente um problema enfrentado por um número expressivo de brasileiros. Tendo em vista um levantamento realizado com 17 mil pessoas entre 12 e 65, estima-se que:

  • 46 milhões de brasileiros informaram o uso de uma dose nos últimos 30 dias, pelo menos;
  • 2,3 milhões preencham os critérios utilizados para identificar a dependência de álcool. 
  • É uma verdadeira epidemia, que traz prejuízos para os indivíduos e toda a população.

Como ajudar uma pessoa que consome álcool em excesso?

Veja algumas dicas!

Incentive-a a se informar sobre o tema

O reconhecimento do problema é uma etapa fundamental para a busca de uma solução. Muitas pessoas não entendem os problemas que o álcool traz e subestimam o prejuízo. Além disso, a normalização cultural do uso de álcool impede a percepção do comportamento de risco.

Por acharem que 2 ou 3 doses diárias não fazem mal, elas acabam não percebendo a própria dependência. No entanto, se fizerem uma tentativa de parar o uso por alguns dias, poderão notar os sintomas do vício. Portanto, o primeiro passo é ajudar a pessoa a entender por conta própria se a relação dela com o álcool é saudável. Isso tende a aumentar o engajamento com o tratamento.

Explique os sinais de alerta (bandeiras vermelhas) do uso de álcool

Se após seus alertas, a pessoa não buscar uma solução para o problema. Você pode conversar mais abertamente sobre o alcoolismo. Mostre a ela algumas evidências de que ela está sofrendo com a condição, como:

  • beber para reduzir o estresse;
  • beber para aliviar o tédio;
  • beber no horário de trabalho sem uma situação social;
  • preocupar-se constantemente em comprar bebidas alcoólicas e manter um estoque em casa;
  • falhar em algumas responsabilidades para beber ou porque abusou da substância nos dias anteriores;
  • ficar estressado ou agitado quando alguém aborda o tema e questiona sobre a quantidade de bebida consumida;
  • ter prejuízo devido às decisões feitas sob efeito da substância;
  • ter sintomas de abstinência quando não está sob efeito do álcool (ansiedade, tremores, convulsões, batimentos acelerados ou alucinações);
  • ter tentado parar de beber ou reduzir a quantidade de consumo previamente, mas não conseguir.

Procure ajuda médica

Se a pessoa tem dificuldade de reconhecer o problema ou de interromper o consumo, o auxílio médico é fundamental no processo e pode ajudar a pessoa a reconhecer o problema. Em alguns casos, ela pode ser ambulatorial (consultas médicas).

Entretanto, nos mais graves, a internação em hospitais psiquiátricos é uma medida muito importante. Ela geralmente ocorre quando a pessoa já está passando por prejuízos devido ao alcoolismo. Ela pode ser feita de forma voluntária, em que o paciente concorda com a necessidade de se afastar por um tempo. Também pode ser feita de forma involuntária ou compulsória nos casos previstos por lei.

Já que o alcoolismo se tornou o tema mais buscado em 2022, você pode conhecer alguém com o problema. Quer auxílio médico para ajudá-la a enfrentar o vício em álcool? Procure o Hospital Santa Mônica, uma unidade psiquiátrica especializada em dependência química!

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