Ainda que pareça inofensivo, entender os perigos associados ao uso de drogas recreativas é fundamental para direcionar ações de controle dessa prática e de reabilitação da saúde dos usuários.
Considerando os perigos que as drogas recreativas oferecem aos jovens, o objetivo deste artigo é apresentar os principais perigos do uso de drogas recreativas e reforçar os impactos que elas podem ter em longo prazo sobre a saúde do usuário, além do risco de levar à dependência.
Nesse contexto, saiba quais são as drogas recreativas mais usadas, o perigo que elas representam e como saber se o usuário precisa de ajuda. Confira, ainda, a importância de buscar auxílio profissional antes que consequências piores aconteçam. Boa leitura!
Quais são as drogas recreativas mais usadas?
Define-se como drogas recreativas, o uso de drogas com frequência esporádica e em ambientes de lazer e de entretenimento, como festas universitárias, acampamento e shows. Muitas pessoas que não se consideram viciadas, utilizam esses entorpecentes com o intuito de relaxar. Entretanto, dada às consequências que a droga causa no cérebro, esse hábito pode resultar no vício.
Assim como em todo o planeta, em nosso país, a maconha, o tabaco e as bebidas alcoólicas são as drogas recreativas mais usadas. Ainda que sejam consumidas também por adultos, a maioria dos usuários tem entre 18 e 25 anos de idade.
Entre as drogas recreativas preferidas, a maconha é a que lidera o ranking. A cannabis sativa, como é conhecida, foi consumida por 188 milhões de pessoas do globo, segundo as últimas pesquisas. Os dados são do Relatório Mundial sobre Drogas, publicado em junho deste ano.
Essa mesma pesquisa alerta que 35 milhões de pessoas sofrem de distúrbios resultantes dos efeitos das drogas no organismo. A escassez de tratamento contra o vício também é um fator preocupante, pois somente 1 a cada 7 usuários recebe tratamento adequado.
Como as drogas recreativas são consumidas?
As drogas recreativas são utilizadas como fonte de divertimento entre pessoas de todas idades. Em 2018, uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), confirmou dados preocupantes: mais de 50% dos brasileiros, com idade entre 12 a 65 anos, declarou ter ingerido bebida alcoólica pelo menos uma vez na vida.
Muitos usuários costumam misturar drogas com álcool, o que potencializa ainda mais os efeitos nocivos sobre a saúde. Esse hábito pode causar também complicações ainda desconhecidas, e que representam um enorme perigo, já que a dinâmica das drogas pode ser diferente em cada organismo ou variar conforme o estado emocional do consumidor.
As drogas recreativas são, normalmente, consumidas em festas e em diferentes situações sociais. A aquisição dessas substâncias ocorre de um jeito muito fácil, como entre grupos de amigos ou com pessoas que as vendem em festas. Esse acesso facilitado torna essas substâncias ainda mais difundidas, já que novos usuários podem ser aliciados para o consumo.
A cada dia, novas drogas são produzidas a partir de combinações com as já existentes e, de forma descontrolada, lançadas no mercado. As autoridades civis e sanitárias nem sempre conseguem acompanhar o ritmo dessas produções, já que a maioria é feita clandestinamente.
Mesmo com formulações diferentes, as drogas recreativas têm um ponto em comum: todas agem diretamente no cérebro e podem causar efeitos conhecidos ou não. Os entorpecentes estimulam, bloqueiam e interferem na ação dos neurotransmissores responsáveis pelo controle das emoções, o que eleva o risco para problemas mais sérios como a dependência química.
Quais são as consequências do uso de drogas recreativas?
O consumo constante de entorpecentes, mesmo de forma recreativa, pode resultar em dependência química e contribuir para comorbidades relacionadas à saúde física e mental. O uso esporádico de bebidas ou de drogas pode agravar sintomas de depressão e pode iniciar quadros de ansiedade patológica, por exemplo.
Ainda que se tenha a sensação de que existe um domínio e um controle consciente sobre a quantidade e intensidade do consumo, o uso de drogas recreativas representam perigo à saúde. Cedo ou tarde, as consequências desse hábito resultarão em efeitos extremamente graves como as alucinações, psicoses e até mesmo ideações suicidas.
Tendo isso em vista, não se pode ignorar as consequências do uso de drogas a longo prazo, mesmo as que são consideradas recreativas. Apesar do uso eventual, os efeitos do uso de ilícitos podem gerar graves danos, não só a saúde como em todas as esferas da vida do usuário.
Para os jovens, há prejuízos na vida escolar, afetiva e nas relações familiares. Para o adulto, muitas dessas consequências podem comprometer a vida profissional, o relacionamento entre cônjuge e filhos, além dos prejuízos no âmbito social e financeiro. Por isso, as pessoas que têm o hábito de consumir álcool e drogas esporadicamente devem ser encaminhadas para tratamento o quanto antes.
Como saber se o usuário precisa de ajuda?
Uma das grandes questões relacionadas ao uso recreativo de drogas é que muitos usuários pensam que conseguirão identificar os limites, mas nem sempre isso acontece. Devido às características dos impactos das drogas no organismo, gradativamente, o corpo vai ganhando resistência aos efeitos da substância.
Nessa condição, o usuário terá muita dificuldade para perceber o nível de dependência. Alguns só se dão conta de que estão viciados quando o consumo deixa de ser eventual e passa a ser frequente. Ou quando o organismo viciado vai exigindo mais e mais drogas para que o consumidor tenha a sensação que deseja.
Nesses casos, é possível confirmar a dependência pela motivação ou pela frequência do consumo. Pelo perigo que representa, ainda que o consumo seja feito em contextos de diversão e de lazer, os impactos negativos sugerem a busca de ajuda.
Como as características das substâncias entorpecentes podem variar de acordo com alguns fatores, não é possível determinar exatamente a quantidade necessária para que o indivíduo seja considerado um viciado.
Além dos problemas associados à saúde e à dependência química, o uso de drogas recreativas também facilita o desenvolvimento de transtornos emocionais que abrem caminhos para doenças mais perigosas.
É muito clara a ligação entre o consumo eventual de entorpecentes e o vício. Logo, antes que a situação se agrave, é necessário procurar apoio profissional em instituições especializadas e experientes na recuperação da saúde mental.
Como vimos, as estatísticas que demonstram o atual panorama sobre o uso de drogas no Brasil e no mundo, sugerem a necessidade de buscar medidas que controlem a relação entre o consumo recreativo e a dependência química. Logo, a busca de tratamento e de suporte profissional são alternativas que reduzem os riscos decorrentes do uso de drogas recreativas, sobre a saúde emocional e física.
Se necessita de ajuda nesse sentido, não espere o pior acontecer: entre em contato com o Hospital Santa Mônica e conte com o nosso apoio!