Não aceitamos pacientes do SUS. Cobertura de planos de saúde apenas para internações. Consultas são somente particulares no Centro de Cuidados em Saúde Mental do HSM, unidade externa localizada na Praça da Árvore, em São Paulo.

Psiquiatria

Como a terapia ocupacional atua no tratamento do autismo? Veja os benefícios

Terapia Ocupacional Tratamento Autismo

Os sintomas do transtorno do espectro autista (TEA) se iniciam na infância e se estendem durante a adolescência e persistem na idade adulta. A terapia ocupacional é uma importante área que propõe intervenções bastante úteis para minimizar os sintomas típicos do autismo.

Devido aos novos métodos diagnósticos, o número de autistas está aumentando no nível global: a cada 160 crianças do planeta, uma apresenta o transtorno do espectro autista. Em nosso país, o número de casos de TEA também é elevado, pois 1% dos bebês brasileiros nascem com autismo.

Tendo isso em vista, a proposta deste artigo é mostrar como a terapia ocupacional contribui para o desenvolvimento das habilidades necessárias para que o indivíduo diagnosticado com autismomelhore o seu desenvolvimento. Acompanhe!

O que é terapia ocupacional?

Essa área é específica para cuidar da prevenção, tratamentos e acelerar a reabilitação de diversas doenças. Pacientes portadores de dificuldades cognitivas, distúrbios emocionais, afetivos, perceptivos e psico-motoras podem experimentar significativa melhora por meio das intervenções do terapeuta ocupacional.

O terapeuta ocupacional — como é chamado o especialista nesse campo de atuação — prioriza medidas de prevenção com base no desenvolvimento de projetos terapêuticos específicos que são aplicados de acordo com a necessidade de cada indivíduo.

Desse modo, esses profissionais avaliam as melhores alternativas e empregam diferentes  atividades de trabalho com vistas à evolução do tratamento dos distúrbios físicos, mentais ou dos quadros associados a problemas sociais ou emocionais.

Nesse método de intervenção, o tearapeuta ocupacional utiliza tecnologias e atividades diversas que objetivam a promoção da autonomia dos pacientes que necessitam melhorar a  adaptação à vida social. Em adultos, a maior parte desse problemas são decorrentes de doenças físicas, mentais ou emocionais que não foram adequadamente tratadas. 

Já para o autista, o terapeuta ocupacional elabora planos específicos de adaptação e busca desenvolver no paciente a autoconfiança necessária para reduzir os impactos característicos do TEA.

O objetivo é ampliar as possibilidades de desenvolver os recursos necessários para tornar o cotidiano desses pacientes mais tranquilo e saudável. Desse modo, estimular condições de bem-estar e de autonomia são aspectos que contribuem positivamente para a qualidade de vida e saúde dos portadores de TEA.

Qual a importância da terapia ocupacional no tratamento do autismo?

A revista Espaço Aberto, instrumento de circulação mensal da Universidade de São Paulo (USP), destacou em matéria recente que no Brasil há cerca de 2 milhões de autistas. No entanto, o número de casos pode ser bem maior, pois muitos indivíduos que apresentam os sintomas dessa doença ainda não foram devidamente diagnosticados. 

Diante disso, o terapeuta ocupacional desempenha uma função fundamental como tratamento complementar e integrado ao trabalho de psiquiatras e psicólogos. Por meio dessa metodologia é possível ampliar as possibilidades de melhoria e acelerar os estágios do tratamento do autismo.

Jéssica Bastos, terapeuta ocupacional do Hospital Santa Mônica aborda alguns aspectos importantíssimos quanto à evolução do tratamento do TEA quanto aos sistemas de integração sensorial: “essa é uma relevante questão para o autista ou para criança que apresenta sintomas do autismo. Eu falo criança, por que geralmente, o autismo é diagnosticado na infância”, afirma.

Segundo a terapeuta, a integração sensorial pode ser entendida como a forma que o corpo do autista recebe as informações dos sentidos. Explicando melhor como o tratamento se processa, ela diz: “a terapia ocupacional começa a trabalhar com texturas, cheiros e explora os sentidos do paciente para que ele consiga aceitar alguns estímulos que, para ele são muito aversivos.”

Jéssica destaca que o objetivo é transformar esses estímulos em algo aceitável por meio da melhor integração dos sentidos. “Por exemplo, o toque — que é algo normal para a maioria das pessoas —não é bem percebido pela maioria dos autistas. Para eles, o tocar é interpretado como um estímulo doloroso e que incomoda bastante.”

Percebe-se, então, que o terapeuta ocupacional está apto para trabalhar atividades referentes a texturas, cheiros, gostos e integrar esses sentidos. Isso ajuda o autista a compreender que esses sinais precisam ser encarados como algo natural e normal.

Como a terapia é aplicada?

Os profissionais desse campo exploram diferentes estratégias adaptativas que podem promover o desenvolvimento e melhorar a integração do autista com as pessoas e com o mundo ao redor deles.

Segundo Jéssica, às tecnologias assistivas são as ferramentas mais adequadas para fazer alguma adaptação na rotina do paciente. Para facilitar o entendimento, ela exemplifica com práticas do cotidiano: “por exemplo, óculos é uma tecnologia assistida, e uma colher com um engrossador é outro exemplo. As pessoas aprendem a colocar o óculos no rosto porque veem alguém fazer isso. Engrossador é algo simples: é um EVA enrolado em uma colher para o paciente conseguir segurar a colher com maior firmeza.”

No caso específico do autismo, ela diz que é possível melhorar a comunicação, já que os autistas são pouco comunicativos: “a gente pode utilizar a comunicação alternativa, que são alguns instrumentos para trocar a comunicação por gestos que facilitem a interação com eles. Um exemplo simples é quando eles veem uma figura e apontam que querem aquilo. Ou quando querem água, eles mostram uma figurinha de água.”

Com esses métodos terapêuticos pode-se obter excelentes resultados no trabalho com portadores do TEA. Porém, tudo depende do momento e da condição clínica do autista. Algumas técnicas podem ser empregadas de diferentes formas e alcançar resultados igualmente positivos.

Qual o papel da terapia ocupacional na inclusão social do autista?

A inclusão social do autista é um tema que vem ganhando espaço, mas que ainda é considerado um grande desafio, sobretudo para a área de Educação. No Brasil, o número de portadores do (TEA) matriculados em classes comuns aumentou 37,27% em apenas um ano.

Nesse contexto, a terapia ocupacional trabalha no reforço dos comportamentos positivos a fim de integrar a criança autista à realidade do seu espaço de convivência. Jéssica defende que “a terapia ocupacional contribui mais porque ela pode atingir qualquer campo de atividade.”

Na prática, as metas são criadas conforme a necessidade da criança: “se o autista tem problema na interação social, a terapia trabalha isso. Se há falhas na coordenação psicomotora, também é possível propor soluções.”

Por meio dessas intervenções profissionais promove-se novos hábitos e a redução de comportamentos prejudiciais como agressões, estereotipias, autolesões, agressões verbais e outros. Priorizar essas medidas preventivas é fundamental à inclusão social do portador de TEA.

A terapia ocupacional consegue, pois, atingir todos os campos dos problemas do autista e trabalhar com atividades específicas para alcançar esses objetivos. O grande desafio é promover habilidades necessárias para que o autista consiga adquirir autonomia e desfrutar da melhor qualidade de vida possível.

Gostou deste artigo? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica e conheça nossas opções de tratamento especializado em saúde infantil.

gradient
Cadastre-se e receba nossa newsletter