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Ideação Suicída

Sinais de alerta podem prevenir suicídios, destaca especialista

Em videocast especial do Hospital Santa Mônica, o psiquiatra Dr. Pérsio de Deus reforça a importância da identificação precoce de sinais de depressão e suicídio, além do apoio emocional para pacientes e familiares, como parte das ações do Setembro Amarelo  

O Hospital Santa Mônica realizou um videocast especial com o renomado psiquiatra Dr. Pérsio de Deus, na sexta-feira, 20 de setembro, abordando questões alusivas ao Setembro Amarelo, um mês dedicado à conscientização e prevenção do suicídio. Durante a conversa, o especialista discutiu os principais sinais de alerta, formas de prevenção e a importância do apoio emocional, oferecendo orientações essenciais tanto para pacientes quanto para familiares e profissionais de saúde.
Uma das dúvidas mais comuns foi a primeira esclarecida: existe, sim, relação entre depressão e suicídio, segundo o especialista. “Transtorno depressivo e suicídio estão relacionados porque na depressão falta energia para a vida, a pessoa vai se afundando na dor, na tristeza, na falta de sentido de estar vivo. E em algum momento pode acontecer algum fator de gatilho e o que ela vive se transforma num gatilho. É preciso identificar e tratar”, explica o psiquiatra.

Sobre as razões para o suicídio não é possível elencá-las. Mas, de acordo com o médico, estudos apontam que parte de pessoas que atentaram contra a própria vida não estavam “em condições de discernimento do que faziam naquele momento”.

“Elas foram influenciadas por uma dor intensa, por um estado alterado de consciência. Na grande maioria dos casos, a pessoa não quer morrer, ela quer deixar de sofrer, quer dormir e não acordar, se livrar daquela dor. Mas, a tentativa acaba tendo como desfecho perder a própria vida”, pontua o médico.

Dr. Pérsio de Deus alerta ainda que quem convive nem sempre percebe os sinais, os avisos da intenção de suicídio. A mudança de comportamento, a interiorização, muda a forma de se comunicar e altera os assuntos, com uma tendência de frases negativas como “não vou fazer falta para ninguém” estão entre os mais comuns.

É sempre desafiador tomar uma decisão rápida quando se depara com uma pessoa que pensa em cometer suicídio. Acolher, e não julgar a dor de quem pensa ou já tentou tirar a própria vida, é o primeiro passo. Também devem ser evitadas frases do tipo “Fica tranquilo, isso não é nada”, “Você tem de tudo!”, “isso é frescura”, “falta de ter o que fazer”, “vai esquentar a barriga no fogão”. Praticar a escuta ativa é fundamental.

“Nunca podemos julgar, mas sim ter ouvido para ouvir a dor, estabelecer um canal de comunicação que vai nos dar tempo para que a pessoa reflita e saia daquela confusão mental do momento. Estabelecer um link, um afeto. Podemos perguntar ‘você quer que eu vá até aí? quer que eu ligue para alguém’. Estender a mão, acolher e dar sinal de importância, e não menosprezar o que a pessoa está falando”, explica o psiquiatra.

Internação x estigma

O estigma da internação por transtornos psiquiátricos precisa ser vencido. Dr. Pérsio de Deus comentou que é comum que as pessoas tenham uma resistência pela falta de conhecimento. “É entender que precisa conversar sem preconceito, sem medo. Compreender que o cérebro não pode ser tratado de forma diferente do coração, do intestino, do estômago. O cérebro também adoece. Ninguém vai ser dopado nem perder autonomia”, esclarece o médico. 

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